TEACHER IV - BATOM - CAP. 2
BATOM – Capítulo 2
Laura e Rupert passaram mais uma semana só como aluno e professora e, no domingo, sozinho em seu quarto, ele não conseguia dormir, pensando nela. Olhou no relógio e eram onze e meia.
Cansado de rolar na cama, levantou-se, vestiu-se, foi até o quarto do pai para se assegurar que ele estava dormindo e saiu.
Foi andando até o metrô, cerca de dois quilômetros dali. Apanhou o trem e desceu numa estação perto da casa dela. Chegou diante do prédio e subiu. Ele tinha a chave e entrou, fazendo o possível para não fazer barulho. Atravessou o apartamento às escuras e entrou no quarto. Viu Laura deitada na cama, ajudado pela da luz da rua que entrava pela janela. Estava sozinha.
Fechou a porta do quarto, aproximou-se da cama, tirou os sapatos e deitou-se ao lado dela por baixo das cobertas, depois colocou a mão sobre sua boca com cuidado. Laura acordou assustada e, gritaria, se ele não fechasse sua boca.
- Sou eu...! - ele sussurou.
- Rupert! – ela exclamou, assustada e nervosa. - Você quer me matar de susto?!
- Precisava te ver…
Ela virou-se para ele e o abraçou forte.
- Você está gelado! Você é doido! Que horas são?
- Deve ser mais de meia noite... Sei lá! Não fala mais nada. Não vim aqui pra conversar.
Laura riu, esfregando suas costas para esquentá-lo e ele a beijou, cheio de saudades.
Na manhã seguinte, Laura de maquiava diante do espelho, enquanto ele a observava ainda na cama.
- Não vai se vestir? – ela perguntou, pegando o batom numa gaveta.
- Vou... ele respondeu, não muito animado. – Que aconteceu domingo passado?
Ela passou o batom nos lábios e sorriu.
- Domingo passado?
- Você entendeu, Laura. É, domingo passado, você e o Matheus, seu noivinho de araque.
Ela sorria ainda, enquanto ajeitava os cabelos e se olhava diante do espelho, espalhando o batom pelos lábios.
- Aconteceu o que eu te falei que ia acontecer. Nós saímos, fomos ao Museu de Arte Moderna... visitamos uma amiga em comum, uma professora aposentada, ex-professora da faculdade, e depois fomos jantar fora...
- Só?
- Só! Depois ele me trouxe até aqui...
- Subiu?
- Claro, ele é meu noivo, como você mesmo disse.
- E...?
- Nós bebemos alguma coisa...
- Ele investiu...
- Também...
Ele estreitou os olhos, esperando a complementação da estória. Ela se virou na banqueta diante da penteadeira, para olhar para ele.
- Aí, eu dei uma de exausta, depois de uma longa semana de trabalho, dei a ótima desculpa de que tínhamos que levantar cedo no dia seguinte... e ele foi embora, bonzinho e educado.
Rupert sorriu e balançou a cabeça.
- Panaca!
Ela olhou para ele admirada.
- Ah, você queria que ele tivesse tido sucesso?
- Claro que não! - disse ele, erguendo-se na cama e abraçando os joelhos. – Mas que ele é um panaca, isso é. Eu me considero um cara até que bem quadrado, mas isso é ridículo!
- Ele me respeita... porque eu me respeito, é só isso.
Rupert calou-se. De certa forma, ela tinha razão.
Laura aproximou-se dele e o beijou. Depois riu, olhando para ele.
- Esse corte de cabelo ficou tão bem em você...
Ela passou a mão pelo cabelo dele e não conseguiu despenteá-lo. Os cabelos dele estavam bem curtos e mais comportados.
- Não consigo mais deixar você com cara de bad boy.
- Você está casada com um novo homem, senhora Lauter. O conselho foi seu, lembra? “Está na hora de cortar esse cabelo, garotão!”
Ele imitou a voz dela falando e Laura riu, beijando-o de novo.
- Eu te amo, senhor Lauter. Mas acho melhor você ir lavar esse rosto. Você fica lindo de batom, mas não fica bem entrar no campus da faculdade assim.
Ele passou a mão pela boca e viu os dedos sujos de vermelho pelo batom dela. Riu também.
- Esse não combina com o meu tom de pele...
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Welcome to my dreams...
CAPÍTULO 2