TEACHER III - TROCO - CAP. 11
TROCO – Capítulo 11
Na manhã seguinte, Laura estava sozinha em seu apartamento tentando pintar e bateram na porta. Era Matheus.
- Posso entrar?
Ela sentiu vontade de dizer “não”, mas abriu passagem. Ficou ainda com a mão na maçaneta, depois que ele entrou. Ele percebeu que não era bem vindo.
- Vim te pedir desculpas.
Laura apenas sorriu e voltou para perto da tela.
- Está zangada comigo ainda?
- Não, Matheus. Você é como todo homem. E como todo homem normal você tem o direito de investir do jeito que achar melhor. Só que eu acho que você está investindo na mulher errada.
- Por quê? Eu ainda não sei o que te afasta de mim, Laura. Você é viúva há anos e nunca se interessou por nenhum outro homem desde que seu marido morreu. A não ser por aquele... garoto.
Laura respirou fundo e molhou o pincel na tinta vermelha, fazendo um risco horizontal na tela a esmo.
- Eu posso te fazer tão feliz, Laura... ele falou, aproximando-se dela.
Ela olhou para ele e sorriu. Matheus aproximou-se mais e passou o braço lentamente pela cintura dela, temendo que ela o repelisse de novo, mas não foi o que aconteceu. Laura não reagiu negativamente. Ele a beijou e ela aceitou o beijo. Matheus sorriu, mal acreditando no que estava acontecendo. Ela estava aceitando sua investida, finalmente!
- Primeira vez que você não me manda pro inferno depois de um beijo meu.
Ela continuou calada, olhando nos olhos dele. Matheus a beijou novamente com paixão e Laura parecia não ter mais reação nenhuma. Só pensava em Rupert aceitando namorar Tereza. Aquilo a deixava furiosa e com um desejo muito grande de se vingar dele.
- Casa comigo, Laura... ele pediu.
Ela sorriu, mas seus olhos encheram-se de água.
- Que foi? – ele perguntou.
- Eu vou pensar...
Matheus sentiu o coração quase pular do peito de tanta alegria.
- Você está falando sério?
- Sério. Só preciso que você me deixe sozinha agora. Mas prometo que vou pensar...
- Está bem. Volto amanhã?
- Não, eu... preciso de mais tempo. Me dê um mês.
- Um mês?
- Quando voltarem as aulas. Na faculdade eu te dou uma resposta. São só quinze dias. Tudo bem?
Ele respirou fundo e teve que concordar. Já era um progresso.
- Se for para ouvir um “sim”, eu espero até um ano! Tchau.
Matheus beijou o rosto dela levemente e foi embora. Laura passou a mão sobre o local do beijo e foi sentar-se novamente diante do cavalete, continuando a pintura. Ficou horas ali trabalhando e, à tardinha, o telefone tocou. Ela foi atender.
- Alô!
- Laura, sou eu.
Era a voz de Rupert. Laura ficou em silêncio e, depois de pensar por um momento, desligou o telefone.
Rupert, do outro lado da linha, não entendeu nada. Estava com Décio, que a essa altura dos acontecimentos, já sabia de tudo.
- Ela desligou...
- Putz, cara! Isso tudo deve ter mexido com a cabeça dela.
- Eu vou até lá...
- Rupert, não seria melhor deixar ela sozinha um pouco? Uma mulher confusa é um bichinho complicado. Ainda mais na situação da Laura. Pra você pode ser fácil, mas pra ela deve ser uma barra, ainda mais ouvir o que a Teca falou. Estar casada com um garotão na idade dela...
- Para com isso, droga! – exaltou-se Rupert, levantando-se e se afastando dele. - Vem você também com esse negócio de idade! Chega!
- Desculpa, cara.
- Eu adoro essa mulher, Décio! Não vou mais conseguir viver sem ela.
- Ela vai acabar pensando do mesmo jeito e voltar pra você logo, logo. Confie nela e em... você.
Rupert ligou várias vezes para o apartamento de Laura e ninguém atendia. Chegou a ir até lá duas vezes e ela não estava.
As aulas recomeçaram.
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Welcome to my dreams...
CAPÍTULO 11