TEACHER III - NAMORA COMIGO? - CAPÍTULO 6
NAMORA COMIGO? – Capítulo 6
No meio da semana seguinte, Rupert almoçou com Tereza na casa de Décio e Luíza. Estava de férias na oficina também e aproveitou para passar o dia com os compadres, para esquecer a falta que Laura fazia. Aproveitou também para rever o afilhado, que todo mundo já tinha se acostumado a chamar de Bob.
- Por que Bob? – Rupert perguntou, com o garotinho nos braços, sentado numa rede armada no quintal da casa.
- Rupert não é Roberto em português? – Décio perguntou.
- É... Acho que é.
- Pois é... Roberto, Robert, Bob!
Rupert riu gostoso.
- Vocês inventam cada uma!
Ele ergueu o menininho no ar e falou:
- Seus pais são maluquinhos, garoto! De pai e mãe!
Tereza ajoelhou-se perto dele e falou, segurando o pezinho de Bob.
- Morro de vontade de ter um...
- Precisa casar primeiro, mocinha, disse Rupert, sorrindo.
- Pois é... ela falou, olhando para ele com segundas e terceiras intenções.
Rupert percebeu e pigarreou.
- Tê, para com isso.
- Eu estou cansada, sabia?
E, sem aviso, ela segurou o rosto dele entre as mãos e o beijou demoradamente. Rupert nem pode impedir, pois estava com as mãos ocupadas com o afilhado e teve que aceitar a investida passivamente. Quando o beijo terminou, Décio e Luíza aplaudiram, animadamente:
- Dá-lhe, garota! – Luíza gritou.
- Desencalha ele, Teca! – ajudou Décio.
Sem fôlego, Rupert exclamou:
- Tereza, você enlouqueceu?
- Por você, há muito tempo.
- Está na hora de tomar uma decisão, não é, seo Rupert? – falou Décio.
- Eu não posso pensar em compromisso sério com ninguém ainda, gente. Teca, você sabe disso.
- Por que, não? Eu não quero me casar com você amanhã. Só quero namorar oficialmente com você, Rupert!
Ele se levantou desajeitadamente da rede e foi entregar o bebê a Luíza, nervoso.
- Vou tomar um copo de água.
Entrou na casa e Décio fez um sinal para que Tereza o acompanhasse. Ela seguiu o conselho e foi atrás dele.
- Você ainda gosta da Laura, não é?
- Ah, meu Deus! – ele falou, já com o copo de água na mão, tomando um grande gole.
- Confessa! – ela falou, ficando de frente para ele. – Essa de cabeças diferentes não colou. Você ainda curte ela. Foi ela quem te deu um chute, não foi?
- Acabou? Só isso? – ele disse, colocando o copo de volta diante do filtro de barro.
- Então, se não for isso, o que eu tenho de errado? Eu sou feia? Sou... gorda demais pra você? Sou muito burra e não atendo suas expectativas como ela ou o quê?
Tereza começou a chorar e ele a abraçou, penalizado.
- Não faz isso, Tereza. Você está cansada de saber que eu adoro você...
- Então namora comigo, por favor! Não me faz me humilhar mais. Eu só estou fazendo isso porque você é meu amigo e sei que me respeita o suficiente pra entender o que estou fazendo. Namora comigo, Rupert!
- Não posso...
Ela o olhou de frente e o beijou novamente com calma e amor.
- Eu te amo, Rupert. Me diz o que falta pra você gostar de mim como mais do que uma amiga?
- Nada… Não falta nada…
Ela sorriu e o abraçou novamente. Rupert não tinha saída, senão aceitar o pedido de namoro da amiga. Não queria ainda arriscar contar a ela sobre seu casamento com Laura. Não tinha certeza do que isso faria em sua cabeça.
Mais tarde, no portão da casa dela, Tereza falou, segurando a mão dele:
- Eu sei que eu fiz cena lá na casa do Décio, mas não tinha outro jeito. Quando você gostava da Laura, tudo bem, havia outra no seu coração e eu não podia competir com ela; mas agora... você não fala mais dela por mais de um mês e não mudou nada. Eu não aguentava mais ser só sua melhor amiga. Não sou de ferro. Tive que pegar pesado com você.
- Eu sei. Imagino o que você tem passado e agradeço a paciência e o respeito que você teve comigo esse tempo todo.
- Eu sei que você ainda não me ama, mas está sozinho, eu também... Me deixa te curtir até que você se apaixone por mim também... ou por outra...
Ele sorriu e a beijou com carinho.
- Você não existe, Tê. Vai pra dentro, vai. Já está tarde.
- Toma um sorvete comigo amanhã?
- Quem tinha que convidar era eu.
- Não confio em você.
Ele riu.
- Está bom. Te pego às onze.
- Boa noite.
- Tchau.
Ela entrou em casa. Ele foi para casa também, cinco casas depois da dela, e ao entrar viu o pai adormecido diante da televisão ligada. Desligou o aparelho, acordou o pai, ajudou-o a ir para a cama e foi para seu quarto.
Deitou-se de costas na cama e fechou os olhos. Segurou a aliança e a colocou no dedo ainda na corrente e acariciou-a. Pensou em Laura e no que ela estaria fazendo àquela hora.
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Welcome to my dreams...
CAPÍTULO 6
UM FERIADO ABENÇOADO A TODOS
E OBRIGADA!