TEACHER II - MÉDIA: VINTE E SETE - CAPÍTULO 9
MÉDIA: VINTE E SETE – Capítulo 9
Na manhã seguinte, Laura acordou primeiro e se vestiu. Rupert acordou também e arrumava a mochila com os cadernos no quarto, enquanto ela fazia o café, quando bateram na porta. Ela foi atender. Era Matheus.
- Matheus!
- Bom dia, Laura. Eu vim só pra desfazer uma dúvida. Não pensei que você chegasse a tanto tão depressa.
- Você não tem o direito de falar assim comigo.
Rupert apareceu na sala e, ao ver Matheus, parou; depois, com naturalidade, convidou:
- Entra, Matheus. Pessoas civilizadas não discutem na porta de casa.
Matheus entrou e o encarou por alguns segundos.
- Eu sabia que não poderia competir com você…
- Matheus! – exclamou Laura.
- Ninguém está competindo com ninguém.
- O que é que você tem pra dar pra ela, garoto? Um pai bêbado?
- Para com isso, Matheus! - disse Laura, colocando-se entre os dois. – Vá embora! Você não pode e nem tem o direito de regular a minha vida. Eu não te devo nada!
- Deve a você mesma, um pouco de respeito próprio. Você não vê que isso não vai muito longe, Laura?
- Eu é que sei se vai longe ou não! Eu e ele! Me deixe em paz! Vá embora!
Matheus encarou Rupert mais uma vez e deu as costas, saindo. Laura fechou a porta, voltou-se para Rupert e o abraçou.
- De certa forma ele tem razão, ele disse. – Eu não tenho nada pra dar pra você.
- Eu não quero nada, Rupert. Você mesmo disse que não queria pensar em futuro. Vou entrar nesse pensamento de cabeça e coração. Nós estamos felizes. Você me faz feliz, só me amando. Não importa o resto.
- Eu não tenho medo por mim. Eu já não tenho nada mesmo... Tenho medo por você, pela sua reputação como professora da faculdade, seus alunos...
- Isso é problema meu!
- Não, não é só seu. Se nós começamos isso, juntos, o problema é dos dois. Não me exclua como se eu não pudesse segurar essa barra, Laura. Eu aprendi a encarar a realidade e brigar por ela muito cedo. Não quero brincar de conto de fadas com você e fingir que valeu pelo momento. Você é importante para mim assim, de perto, e de longe também. Se você me deixa resolver o problema com você, tudo bem, se não... se eu vou ser só figura decorativa nessa estória, acho melhor acabar aqui. O que a gente fez vai ter consequência e eu quero estar com você quando isso vir a público... ainda mais agora que o Matheus já sabe.
Laura ficou olhando para ele e sorriu.
- Tudo bem. Primeira coisa a fazer...?
- Ir pra faculdade e agir o mais naturalmente possível. Você acha que o Matheus vai contar pra alguém?
- Não, não acredito. Ele é meu amigo. Antes de ser apaixonado por mim, ele é meu amigo. Eu quero confiar nele.
- Então, tudo bem por enquanto. Meu pai volta pra casa hoje à tarde... Eu ligo da casa da Tereza pra você, à noite.
- Da Tereza? Ela sabe?
- Sabe, desde o início.
Laura ficou preocupada.
- Não precisa ter medo. A Tereza é minha melhor amiga e foi minha confidente desde a minha primeira fossa por sua causa. Ela é tão confiável pra mim quanto o Matheus é pra você... e me ama também.
Laura franziu as sobrancelhas e sorriu.
- Não sei se isso é segurança ou perigo.
- Ambos, mas a gente não pode voltar atrás mais.
Laura começou a rir de repente e encostou a cabeça no ombro dele.
- Que foi?
- Estava pensando em como o ser humano é complicado. A Tereza é a moça ideal pra você; o Matheus um partidão pra mim... A gente trocou tudo.
Ele riu também.
- Acho que eu sei por quê.
- Sabe? Me esclareça, please.
- A Tereza é madura demais pros meus vinte e um anos e o Matheus é moleque demais pros seus trinta e três.
Ela franziu a testa sem entender.
- Está me chamando de imatura?
- Pra esse homem experiente vivido aqui, é, ele disse sorrindo.
- Hum... Não sei se gostei da troca.
Ele riu e a beijou.
- Pare de pensar em idade. Vamos combinar que nós dois temos vinte e sete, a média.
Ela concordou.
- Com isso eu posso conviver.
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Welcome to my dreams...
CAPÍTULO 9