TEACHER II - DECLARAÇÃO - CAPÍTULO 5
DECLARAÇÃO – Capítulo V
Rupert saiu da cozinha. Enquanto ele tomava seu banho, ela arrumou a mesa, lavou a louça suja, enxugou e guardou tudo, depois fez o café e torradas com pão amanhecido que encontrou no armário. Colocou tudo na mesa de centro na sala e esperou por ele, sentada no sofá.
Quando Rupert voltou do banho, vestido numa camiseta branca e jeans, olhou para a mesa e sorriu, passando a mão pelos cabelos ainda molhados.
- O café cheirou lá no banheiro... Deu uma fome... E olha que eu acabei de almoçar...
Ela sorriu e colocou um pouco de café numa xícara e estendeu a ele.
- Vê se está bom de açúcar...
Ele pegou a xícara, sentou-se no sofá ao lado dela e provou.
- Ah, então é isso que é café? Não imaginava que era tão bom. Tomando esse café, dá pra imaginar que eu nunca tomei essa bebida exótica antes.
Laura riu.
- Não exagere.
- Você fez torradas...
- Seria bom se tivesse geléia, mas eu não encontrei, nem manteiga.
- Geleia aqui é artigo de luxo, ele disse com um meio sorriso. – Manteiga ou margarina... talvez, mas acabou e eu não comprei... nem meu pai... então...
Ele colocou numa torrada na boca e fechou os olhos.
- Está maravilhosa mesmo assim, pura. Não dá pra matar ninguém. Obrigado.
Laura riu de novo.
- Vamos fazer um trato? Não me agradeça mais, ok?
- I promise, ele disse, beijando os dedos cruzados, depois tomou o resto do café e colocou a xícara sobre a mesa. – Posso eu agora te fazer uma pergunta indiscreta?
- Pode, ela disse, sorrindo.
- Por que você não namora o professor Matheus?
Ela franziu as sobrancelhas e riu, quase engasgando com o café. Colocou a xícara sobre a mesa também e conteve a tosse. Ele tentou ajudá-la, batendo de leve em suas costas.
- Olha pra cima que passa. Nossa! Foi tão indiscreta assim? – ele perguntou.
- Não, foi... estranha.
- Estranha? Por eu gostar de você?
- É, também, mas mais por... por você me perguntar de forma tão... natural. O Matheus só é amigo pra mim. Não sinto nada mais por ele a não ser um imenso carinho de irmão. E ele sabe disso.
- Não sei como ele aguenta.
- O quê?
- Trabalhar com você, te ver todo dia, amar você e aceitar ser amado como... irmão!
Laura riu mais uma vez.
- Não é engraçado, ele disse, sentindo também vontade de rir.
- Eu sei que não é, mas você coloca de um jeito que...
- Quem sou eu pra fazer disso uma piada, não é? – ele disse, ficando sério.
Ela ficou séria também.
- Você praticamente me vê como um filho...
Laura o olhou nos olhos e balançou vagarosamente a cabeça, negando.
- Não? – ele perguntou.
- Não...
- O que é que eu sou pra você então, além de aluno?
Laura percorreu o rosto dele com os olhos brilhando como nunca e respondeu:
- Um homem... forte, honesto, sofrido… digno… do amor de qualquer mulher, de qualquer idade...
Rupert sorriu e tocou o rosto dela com a ponta dos dedos. Depois sua mão segurou uma mecha do cabelo dela e a acariciou.
- Você não devia estar aqui... ele disse.
- Por que não?
- A gente vai sofrer depois...
- Vamos sofrer de qualquer jeito, ela falou, sorrindo, segurando a mão dele.
Rupert aproximou-se mais dela e a abraçou forte. Laura encostou a cabeça em seu ombro e se deixou ficar, sentindo as mãos dele em suas costas e sua respiração. Ficaram em silêncio por alguns segundos até que ele falou:
- O que acontece se... descobrirem na faculdade?
- Me mandam pra fora do país, ela brincou, ainda de olhos fechados.
Rupert afastou-se dela e a olhou nos olhos.
- Quê?
- Estou brincando… Eu não faço a mínima ideia.
Vendo os olhos assustados dele, ela riu. Ele riu também e a beijou, apaixonado.
- Eu te amo tanto!
Ela sorriu.
- Acredita se eu disser que também te amo?
- Não, ele disse, sorrindo. – Mas não acho nem um pouco ruim se ouvir você dizer de novo.
- Eu amo você, acredite!
Ela a beijou novamente e a abraçou como se não quisesse mais soltá-la.
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Welcome to my dreams...
CAPÍTULO 5