TEACHER - RIVAL CONSCIENTE - CAPÍTULO 8
RIVAL CONSCIENTE – Capítulo 8
No sábado seguinte, os rapazes tiraram o dia para jogar futebol no campo da faculdade contra os professores e Rupert estava no time.
No final do primeiro tempo da partida, Matheus sentou junto dele na grama e falou:
- Que bom ser garotão e ter toda essa energia. Acho que não aguento o segundo tempo mais não.
Rupert apenas sorriu ajeitando a chuteira.
- Como vai indo o curso?
- Bem...
- Esqueci que você nunca foi de conversar. Um intérprete precisa ter papo, sabia?
- Com americanos e ingleses. Você é brasileiro e já me conhece.
- Certo... Bom argumento. Como vai seu pai?
- No mesmo.
- Garotas?
Rupert olhou para ele e jogou o corpo para trás, apoiando-se nas mãos.
- Não tenho tido tempo pra elas ultimamente.
- Nem a Tereza?
- A Tereza é amiga.
- Da amizade pode nascer o amor.
- É, quem sabe... E você?
- Apaixonado, mas sozinho. A mulher dos meus sonhos me vê como você vê a Tereza.
Rupert apenas sorriu, mas não disse nada. Ele sabia de quem o professor estava falando e intimamente adorava aquilo.
- Não quer saber quem é?
- Não tenho nada com a sua vida. Não é da minha conta.
- É a Laura.
O coração de Rupert disparou. Matheus fez isso justamente para ver a reação dele.
- Que é que você acha?
Rupert pigarreou, voltou a inclinar o corpo para frente, abraçando os joelhos.
- Tudo a ver... ele respondeu, com um sorriso triste.
- Sério?
- Mesma profissão, mesma cabeça, quase a mesma idade... Solteiros os dois... Que é que eu posso dizer?
- Só queria uma opinião. Você parece ser um cara que escolhe muito pra se amarrar em alguém.
- Eu nunca... me amarrei em ninguém.
- Não?
- Não. Houve… namoricos bobos. Nada sério. Coisa de adolescente.
- Depois de adulto, nada?
Rupert sorriu.
- A troco de que tudo isso, Matheus?
- Nada, só estou querendo conversar. Além da Tereza, do Décio e do Nelson, você parece não ter feito amizade com mais ninguém na faculdade inteira. Isso me preocupa. Sei que você tem aguentado barras terríveis com seu velho e eu... sou seu amigo.
Rupert olhou para o campo e calou-se, constrangido.
- Fui inconveniente? – Matheus perguntou.
- Não necessariamente… Só acho que… não quero misturar as coisas. Não se abra assim com seus alunos. Você pode se machucar.
- Você fala sobre a Laura?
- É.
- Eu nunca disse isso a nenhum aluno... mas eles notam mesmo assim. Eu sei que muitos já sabem. Gosto que pensem que eu gosto dela. Eu não me envergonho disso. Eu sou livre, ela também. É um orgulho pra mim.
- Do jeito que você fala dá a impressão de que ela é um troféu que você exibe.
- Não é isso.
- Mas parece.
- Eu só falei que gosto de gostar dela e não tenho por que esconder.
- E ela, o que pensa disso?
Matheus ficou olhando para ele por um momento e respondeu:
- Qualquer mulher gosta de ser amada, Rupert. Não importa por quem.
Foi a vez de Rupert fitá-lo muito sério. Apanhou a camiseta e levantou-se.
- Está na hora de voltar pro jogo.
- Rupert!
O rapaz correu para o meio do campo e se reuniu com o resto do seu grupo. A partida recomeçou minutos depois.
**********************************************
Welcome to my dreams...
CAPÍTULO 8