TEACHER - LAURA - CAPÍTULO 2
LAURA – Capítulo 2
Dado o sinal para o intervalo, Rupert saiu da sala com Tereza.
- Eu vou até a sala da Carolina. Vem comigo? – ela perguntou.
- Não, eu… vou tomar uma Coca na cantina. Cuida das minhas coisas pra mim? Acho que não vou assistir à terceira aula também.
- Por que não?
- Te explico depois... falou ele afastando-se.
- Rupert!
Ele já estava longe. Desceu as escadas para o térreo e foi para a lanchonete. Parou na porta e procurou por Laura, mas não a viu. De repente, ela passou por ele já de saída e disse, sem parar de andar.
- Vem comigo.
Ele a seguiu.
- O que você quer? – perguntou.
Laura não respondeu. Continuou andando por entre os alunos no corredor e subiu novamente indo para a sala do laboratório. Entrou e fechou a porta depois que ele também entrou.
- O que está acontecendo? – ela perguntou, direta e clara.
- O que está acontecendo com quem?
- Com você?
- Nada!
- Você faltou a duas aulas minhas na semana passada, faltou hoje e tirou zero na minha última prova, simplesmente porque não respondeu nenhuma questão! O que está havendo com você, Rupert?
Ele não respondeu. Encostou-se na parede e colocou as mãos nos bolsos do jeans, baixando a cabeça.
- Problemas em casa? – ela perguntou, diante do silêncio dele.
- Mais ou menos...
- Se pai novamente?
- Laura, eu tenho vinte um anos, já posso cuidar de mim mesmo sozinho...
- Não vai chegar a lugar nenhum ficando em dependência em Inglês...
- Tenho boas notas até agora.
- Mas o conselho da faculdade não aceita notas baixa no último bimestre...
- Problema de vocês!
- Rupert!
- Me deixa em paz!
- Eu só quero te ajudar! Você é um dos meus melhores alunos, não quero ver você perder o ano sem fazer nada!
- Você não tem obrigação nenhuma de chorar por mim. Você é só uma professora. Sabe o que vão dizer se virem você trancada comigo aqui?
Laura parou e ponderou sobre o assunto.
- Não me importo com o que digam. Eu sou livre.
- Mas pode perder o emprego, se isso chega aos ouvidos da reitoria. Acho que você não é tão livre assim.
Ela suspirou bem levemente.
- Não posso te ajudar, então?
Ele balançou a cabeça, negando. Laura não queria colocar Tereza em problemas, mas achou melhor dizer tudo e acabar logo com aquilo.
- A Tereza me disse que você não vai mais assistir a nenhuma aula minha. Por quê?
Rupert fechou os olhos e disse baixinho um palavrão.
- Rupert! – ela repreendeu-o, fazendo de tudo para não rir.
- Desculpe... A Tereza é uma boba. Não foi isso que eu quis dizer. Estava... nervoso na hora que disse isso.
- Nervoso com o quê?
- Assunto meu.
- Alguma... garota?
Ele sorriu e balançou a cabeça confirmando.
- E eu... poderia ajudar?
- Não, já disse. Você está querendo se envolver demais e vai acabar se queimando à toa. É melhor a gente sair daqui... professora.
Ela respirou fundo.
- Tudo bem. Me desculpe… mas se eu puder te ajudar em qualquer coisa... não se acanhe em me procurar.
Laura saiu do laboratório.
Quando Rupert voltou à sala de aula e sentou-se junto de Tereza, ela perguntou:
- Você sumiu? Onde você foi?
- Procurar um jeito de te matar de um modo bem lento...
Ela olhou para ele quase assustada.
- O quê? O que foi que eu...
- Por que você foi dizer pra Laura que eu...
- Rupert e Tereza, podemos ter um pouco de silêncio, por favor? – perguntou a professora que já estava na sala.
- Desculpe, disseram os dois.
E a aula começou. Ele olhou feio para ela e não disse mais nada.
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Welcome to my dreams...
CAPÍTULO 2