A (minha) vida como ela é [3]
EGOÍSMO
Eu desejo que todas as pessoas sejam muito felizes. E não é porque sou bonzinho não. Justo o contrário, por puro egoísmo. Por querer desfrutar da minha felicidade com toda paz e tranquilidade.
Como todo mundo sabe, gente infeliz só importuna a vida alheia. Sentem uma insatisfação tão transbordante, que não conseguem guardá-la só para si mesmo. Têm uma incontida necessidade de mostrar isso escancaradamente.
Gente infeliz é chata, incômoda, inoportuna, ridícula.
Então quando você se deparar com alguém muito implicante, desconfie. Provavelmente não seja culpa sua – falha ou imperfeição. Pode ser fruto do amargor dentro dela.
Felicidade não é um recurso escasso, ou aqueles do tipo que para um ter, necessariamente outros precisam perder. Acredito que existe felicidade infinitamente no mundo. Tem para todos, não precisa brigar. A única dificuldade é saber onde ela está. Nos prazeres? Gostosuras? Em lugares? Pessoas? Dinheiro, comida, poder? Nos sonhos? Na nossa cabeça?
Além de ter para todos, cada um pode ter a sua própria felicidade, diferente da dos outros. O que é felicidade para um, não necessariamente é para o outro. Olha que democrático!
E ainda assim, os infelizes tentam roubar a felicidade alheia, mesmo que não possam arrancá-la dos outros e tomá-la para si.
Suponho que ela seja algo muito simples, que de tão simples, é dificílimo de entender e praticar: se sentimos a felicidade dentro de nós, é bem provável que ela não venha de fora. "Saber" isso é bem fácil, de fato.
Pausa para pensar. Pause a leitura.
Reconheço o meu egoísmo em querer que todos sejam felizes para eu poder ser feliz em paz. Mas poderia ser pior. Tem gente que, para poder ser feliz, precisa ver que os outros não estão tão felizes. E muita gente. Essa sim é uma felicidade relativa.