Morrera o Poema.... E sem palavras, eu simplesmente pranteava a ausência desse meu melhor amigo...
E naquele cortejo, à frente seguia, segurando uma das alças do caixão, Saudade. Aliás, essa velha amiga sempre foi companhia boêmia, agora enlutada.... Do outro lado, ainda à frente, Sonhos segurava em soluços, acalentado pela razão...
Nas alças do meio, de um lado, deixava escorrer quente lágrima na terra de chão batido, sua velha amiga, Paixão. E fazendo par, do outro lado, em silenciosa marcha marejava a Utopia...
Já nas alças derradeiras, á esquerda de seus pés, Felicidade de cabeça erguida e resignada, sem lamúrias ou clamor.... Enquanto que ao lado direito, triste e abatido olhar, calado estava o Coração...
O cortejo durou pouco tempo, mas uma eternidade aos que alçavam o esquife. No invólucro seguia gélido e pálido um defunto incomum... Não que houvesse nele algo de tão especial, senão exatamente o inverso... Morrera o Poema.... E sem palavras, eu simplesmente pranteava a ausência desse meu melhor amigo...