PINGOS E RESPINGOS - XIV capítulo do romance
========================================


As atitudes relatadas no capítulo anterior produziram pingos que respingaram em outrospersonagens. A atitude de Leny revelando para Gleice o grande segredo da sua gravidez, a atitude de Gleice cobrando de Osmar proteção e apoio para Leny, a atitude de Osmar confidenciando para Gleice o desejo de mudar de emprego, a atitude de Gleice revelando para Leny a possível saída de Osmar da empresa, a atitude de Leny cercando Osmar no estacionamento preocupada em perder o amado com a sua mudança e a atitude de Osmar colocando a sua cara frente a frente com o pai da moça, foram fatos que provocaram "pingos e respingos" que incomodaram e causaram reações em alguns envolvidos na história.

Osmar ao sair da casa de Leny após a complicada conversa que teve com seus pais, sentiu-se totalmente angustiado e sem saber como desatar o nó de marinheiro em que havia se metido. Apesar de ter dado esperanças à família de Leny para um segundo casamento com a moça, Osmar sabia muito bem que essa possibilidade era quase impossível, por não encontrar motivos para se separar de Yolanda e de suas filhas. Sua relação com elas era de amor extremo e sentiu-se arrependido por ter aventado a hipótese da separação para os pais de Leny.

Mas querendo ou não, os respingos da sua inquietação atingiram Yolanda. Já havia alguns meses que a sua mulher vinha desconfiando do seu interminável humor fechado, principalmente após o término de suas férias. E por sentir-se preocupada com isso e desconfiada por mais um atraso indesculpável do marido ao retornar à sua casa naquela noite, sua mulher não se conteve:

-- O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM VOCÊ OSMAR? O QUE ESTÁ LHE PREOCUPANDO?

-- NÃO ESTÁ ACONTECENDO NADA DEMAIS. APENAS ALGUNS PROBLEMAS COM RELAÇÃO AO TRABALHO.
 Justificou-se Osmar.

-- MAS VOCÊ SEMPRE TEVE ESSE TIPO DE PROBLEMA E NUNCA FICOU TÃO PRA BAIXO COMO AGORA. EU ACHO QUE NÃO É SÓ ISSO. Rebateu Yolanda.

-- ANDO INDECISO QUANTO A MINHA MUDANÇA DE EMPREGO E PREOCUPADO COM O FINAL DO CURSO NA FACULDADE, COM A PAPELADA ATRASADA EM CIMA DA MINHA MESA DE TRABALHO E COM A CHEGADA DE MAIS UM FILHO. Completou Osmar, mencionando um filho que não era aquele que a sua mulher estava esperando.

-- RECONHEÇO QUE ISSO TUDO PODE CAUSAR MUDANÇAS NO SEU HUMOR, MAS EU ACHO QUE AINDA TEM OUTROS MOTIVOS. Devolveu Yolanda com insistência.

-- O QUE VOCÊ QUER DIZER COM ISSO?

-- QUE EU LHE CONHEÇO MUITO BEM. SEI QUE VOCÊ NÃO É CHEGADO A MENTIRAS, MAS SEI TAMBÉM QUE SE CALA QUANDO É PRECISO.

-- ISSO É IMAGINAÇÃO DA SUA CABEÇA. NÃO ESTOU ENTENDENDO ESSA DESCONFIANÇA!


-- A GENTE SÓ TEM DESCONFIANÇAS QUANDO NOS DÃO MOTIVOS. E VOCÊ NÃO É MAIS O MESMO.

-- QUE COBRANÇAS SÃO ESSAS AGORA? EU CONTINUO DO MESMO JEITO!

-- ISSO É O QUE VOCÊ DIZ. O SEU SILÊNCIO DE POUCAS CONVERSAS, RECOLHIDO NO SEU CANTO, JÁ CHAMOU ATÉ A ATENÇÃO DAS MENINAS. A LUÍSA JÁ ME PERGUNTOU: "PORQUE O PAPAI ANDA TÃO TRISTE?"

-- MAS SEMPRE FAÇO O POSSÍVEL PARA AGRADÁ-LAS. NÃO ANDO TRISTONHO, APENAS PREOCUPADO.

-- SE A DÚVIDA É SOBRE O NOVO EMPREGO, EU QUERO LHE DIZER QUE VOCÊ DEVE ACEITAR. SE ISSO VAI NOS TRAZER BENEFÍCIOS, NÓS VAMOS JUNTOS. MESMO QUE A MUDANÇA NOS LEVE PARA UMA CIDADEZINHA DO INTERIOR.

-- MAS ISSO AINDA NÃO ESTÁ DECIDIDO. TENHO MUITAS COISAS PARA RESOLVER.

-- MAS O QUE HOUVE PARA VOCÊ MUDAR DE OPINIÃO, SE ESTAVA TÃO ANIMADO?

-- NÃO SEI SE É CONVENIENTE, NO SEU ESTADO, SUJEITÁ-LA AOS TRANSTORNOS DESSA MUDANÇA. MUITO SACRIFICANTE.

-- E VOCÊ VAI PERDER ESTA OPORTUNIDADE? NÃO FAÇA ISSO! DIGA SIM PARA ELES E VAMOS EMBORA!
Determinou Yolanda.

Osmar calou-se e tentou justificar sua indecisão com o período de suas provas finais na faculdade. Ele procurou se desviar do assunto e protelar sua resposta ao novo emprego que, nesse momento, sua mulher entendeu como desistência. Yolanda não tinha certeza, mas o seu sexto sentido lhe sinalizava que algo aconteceu para que o seu marido mudasse de ideia tão repentinamente. Imaginava ela que alguma situação muito importante estava bloqueando seus desejos e decisões, a ponto de desprezar melhorias na sua vida profissional. E isso ela teria que descobrir. Mas como, se o marido era uma caixa de segredos?

Osmar estava empolgado com a proposta do novo emprego e demonstrou isso à sua mulher quando lhe comunicou a notícia há algumas semanas atrás, dando a entender, inclusive, que provavelmente depois do parto, teriam que se mudar para outro Estado. Mais precisamente para a Cidade de Timóteo em Minas Gerais, sede do seu novo emprego a partir do dia sete de novembro, uma segunda-feira daquele ano de 1977: a siderúrgica ACESITA - CIA. DE AÇOS ESPECIAIS ITABIRA. No entanto, como Osmar ainda precisava concluir o seu curso na faculdade até o final do ano, a nova empresa concordou que ele fizesse um período de adaptação em seu escritório no Rio de Janeiro. Era esse o acerto que já estava apalavrado com a nova empresa, mas agora, Yolanda estava em dúvidas se isso iria ocorrer.

Algumas situações já vinham incomodando a mente daquela mulher que, muito embora pudesse transparecer, de boba não tinha nada. Yolanda foi criada sob a rigidez dos seus pais e, por causa disso, tornou-se dependente por muito tempo da necessidade de ter sempre alguém ao seu lado. Com o passar dos anos, no entanto, ela cresceu com suas responsabilidades de excelente dona de casa e passou a entender muito bem o que se passa na cabeça de um homem. Os programas diários de rádio com entrevistas de ouvintes relatando problemas familiares, relacionamentos pessoais, envolvimentos extraconjugais e enredos de novelas na TV abriram os olhos daquela pequena mulher com determinação forte na defesa e preservação da sua família. E era essa nova visibilidade que estava deixando Yolanda com a pulga atrás da orelha.

Mas, mesmo assim, antes de chegar à possibilidade de Osmar estar envolvido com outra mulher, o que seria a pior das opções, Yolanda aventou outras hipóteses. Poderia ser, por exemplo, algum problema sério de saúde que ele estivesse escondendo para não preocupá-la, o possível comprometimento com dívidas altas e impagáveis que estivessem corroendo o seu salário, a provável e real preocupação com a colação de grau na faculdade que ele acabara de afirmar e, finalmente, o que era mais grave e inconcebível: "outra mulher em sua vida".

Em vista dessas possibilidades, no entanto, Yolanda descartou as primeiras e chegou a conclusão que somente a última delas poderia estar incomodando a vida de Osmar. Com relação à sua saúde, ela sabia que estava tudo bem com ele através dos resultados de seus últimos exames periódicos e também pelo futebol que ainda praticava nos finais de semana. Sobre prováveis dívidas, apesar de todo trabalhador e pessoas da classe média não se livrarem disso, Osmar sempre foi um homem controlado e nunca se comprometeu com algo acima de suas possibilidades. E, se o foco era realmente a faculdade, esse problema iria terminar no final do ano que já estava próximo. Logo, apenas a presença de outra mulher poderia estar modificando completamente a rotina e as atitudes do seu marido.

Mas Yolanda resolveu não correr riscos atrás disso. Não por covardia ou receio da decepção ou desilusão que a comprovação do fato poderia lhe causar, mas sim, pela necessidade de preservar o seu casamento a qualquer custo e mostrar para a outra a importância e a força que ela exercia sobre o seu marido. Yolanda sabia muito bem, quanto mais vezes houvesse desencontros entre os prováveis amantes por causa dela, aquele relacionamento iria se desgastar aos poucos. Por isso, a partir de então, sem demonstrar fraquezas ou ciúmes, Yolanda passou a estar. sempre que possível, mais presente na vida externa de Osmar. Sem perseguições ou surpresas indesejadas pelo marido, Yolanda começou a inventar motivos para ir à cidade, avisando-o, inclusive, que estaria aguardando-o na saída do trabalho no dia seguinte.

Além de mostrar a sua cara na porta de saída do trabalho do marido, Yolanda provocou pingos e respingos que atingiram em cheio o peito dos dois amantes. Osmar não esperava por essa atitude repentina de Yolanda que acabou com os seus planos daquela noite e Leny, por sua vez, ao sentir-se rejeitada por ser trocada por um capricho ou desconfiança da esposa de Osmar, não conseguiu esconder a sua tristeza e frustração que impediram a satisfação dos seus desejos. E isso aconteceu outras vezes de maneira inesperada pelos dois, que foram minando suas resistências e causando brigas e aborrecimento entre eles, a ponto de ficarem sem se falar em algumas ocasiões. E esses momentos eram marcados pela visualização ou não do anel no dedo anular de Leny. Foram várias as ocasiões que aquela jóia presenteada por Osmar foi e voltou ao dedo da moça, dependendo do seu estado de espírito. Quando ela brigava ou se aborrecia com o amante o anel saía do seu dedo imediatamente, mas logo retornava na mesma velocidade quando eles voltavam a se entender.


Apesar dessas atitudes fora de hora que causavam desconfortos aos amantes, Yolanda tinha certeza que não era o bastante, se os dois estivessem realmente apaixonados. Como, no entanto, Osmar passou a reclamar dessas incertas da mulher e como o seu humor piorou ainda mais depois disso, Yolanda resolveu não esperar e tomar uma decisão inteligente para afastar os possíveis amantes, sem transtornos, aborrecimentos e certeza de nada: a mudança de emprego de Osmar para outra cidade longe do Rio de Janeiro. E quanto a isso, ela estava decidida e iria insistir.

O mês de setembro passou rápido e outubro chegou com a barriga de Leny cada vez mais volumosa, a gestação de Yolanda com alguns incômodos e a pressão arterial de Osmar às alturas. Mesmo esporadicamente e sem a volúpia de antes, os dois amantes não deixaram de se encontrar quando Yolanda dava uma folga, que passaram a ser mais longas pela dificuldade que ela tinha em sair por causa das suas crianças. Ela dependia da ajuda de sua mãe para pegá-las na escolinha e tomar conta delas até ela voltar. Apesar de a mãe morar perto da sua casa, alguns compromissos da avó impediam que ela cuidasse das netas em algumas ocasiões.

Mas este período foi conturbado entre os três com cobranças, aborrecimentos, discussões e insatisfações por toda parte. Enquanto Yolanda, fragilizada por suas condições físicas, se sentia cada vez mais impotente para continuar com suas incertas ao marido, Leny constantemente acabava e voltava o relacionamento com Osmar, demonstrando a sua insegurança no envolvimento com o marido da sua rival.

Diante disso tudo, Osmar se viu no meio de duas mulheres grávidas com diversos tipos de reações, como se estivesse pronto pra ser fuzilado diante de um paredão. E a sua vida tornou-se um inferno com o passar dos dias, sem que ele encontrasse uma saída para o labirinto em que se meteu. Se por um lado, ele precisava definir e finalizar a sua mudança para Timóteo/MG para satisfazer a vontade de Yolanda, em outro foco, havia o seu compromisso com Leny e seus pais de que ele permaneceria no Rio de Janeiro para cuidar da vida dos dois. Leny andava angustiada com tudo que estava acontecendo e tinha certeza que a mulher de Osmar já estava desconfiada, apesar de ainda não saber que era ela o motivo de suas suspeitas.

Em vista desse impasse, Osmar pensou que a melhor saída seria atender as duas mulheres da melhor maneira possível e dentro das suas limitações. Mas para que isso ocorresse, ele precisou negociar com a nova empresa algumas situações. A ACESITA já havia analisado e comprovado a competência do rapaz pelo seu histórico profissional e estava interessada no seu concurso. A direção da ACESITA entendeu os argumentos do rapaz com relação à sua família e concordou que ele tivesse a incumbência de representar a empresa no Rio de Janeiro, desde que fizesse um estágio de trinta dias na sede da empresa em Minas Gerais. Para tanto, a empresa também exigiu a sua presença física em Timóteo, sempre que fosse necessária a apresentação de relatórios sobre a situação e/ou evolução de contratos de seus clientes no Rio de Janeiro. Além disso, o escritório representativo da ACESITA, apesar de bem instalado com meios de comunicação e cinco empregados num dos principais pontos no centro do Rio, precisava de uma injeção de ânimo com a experiência inovadora de Osmar.


Com essa jogada de mestre, ele conseguiu matar dois coelhos com apenas uma cajadada. Além de mudar de emprego como desejava sua mulher, ele permaneceria morando na cidade, mesmo com a obrigação de viagens e estadias constantes em Minas Gerais. Não era a mudança definitiva de cidade como Yolanda desejava, mas a transferência de emprego e a convivência do marido com outras pessoas em novo ambiente de trabalho trouxeram-lhe tranquilidade.

Com tudo acertado no novo emprego, Osmar teve que tomar algumas providências urgentes e a primeira delas foi pedir por carta, no início de outubro, o desligamento da empresa a partir do dia 3 de novembro. Em seguida, doze dias depois, pegou Leny pelo braço e foi com ela até um endereço que a deixou maravilhada com a surpresa. Osmar passou a chave na porta do apartamento e Leny vislumbrou um ambiente espaçoso e todo mobiliado convidando-a para entrar. Osmar, apesar deste curto período conturbado com Leny entre brigas, abraços, perdões, aborrecimentos, beijos, desculpas e separações, não se esqueceu de suas promessas e fez de tudo para não decepcioná-la. Aproveitou a oportunidade e alugou aquele imóvel todo pronto para morar, através de um amigo comum que teve que se transferir definitivamente a trabalho para São Paulo. O apartamento era bem aconchegante numa das principais ruas da Tijuca próxima ao centro da cidade e também não muito distante da casa de seus pais no Grajaú.

Leny sentiu-se aliviada com mais esta prova de amor de Osmar e atirou-se em seus braços. Chorou, sorriu e soluçou entre beijos e carinhos no rapaz e, com mais uma promessa, retirou o anel da sua bolsa, recolocou-o no dedo anular e exclamou:

-- AGORA SIM! APESAR DE NADA ASSINADO, SINTO-ME CASADA COM VOCÊ. ESTOU MUITO FELIZ MEU AMOR.

-- PARA NUNCA MAIS VOCÊ DEIXAR DE FALAR COMIGO. AQUI VAI SER O NOSSO NINHO DAQUI PRA FRENTE. Sentenciou Osmar.

-- CADA DIA QUE PASSA VOCÊ ME SURPREENDE E ME DEIXA CADA VEZ MAIS INSEGURA. Confessou Leny.

-- PORQUE INSEGURA MEU AMOR? NÃO GOSTOU DO PRESENTE? Quis saber Osmar.

-- PORQUE TODA MULHER GOSTA DE UM CARA COMO VOCÊ. UM HOMEM CATIVANTE, AMIGO E CARINHOSO. PENA QUE NÃO POSSA ESTAR PRESENTE AO MEU LADO A TODO O MOMENTO. Justificou-se Leny.

-- TAMBÉM LAMENTO MUITO E FICO FRUSTRADO POR NÃO CONSEGUIR ACERTAR ESSA SITUAÇÃO DO NOSSO JEITO. MAS O MEU AMOR POR VOCÊ É MUITO GRANDE, ACREDITE. Confessou Osmar.

-- MAS NÃO É MAIOR DO QUE O MEU AMOR POR VOCÊ. Rebateu Leny levando-o até a cama.

Osmar se entregou às mãos e às vontades de Leny. Ele estava a ponto de explodir com tudo que estava lhe acontecendo naqueles últimos dias. Sem dar mais do que uma palavra e bastante nervoso e pensativo, deitou-se de bruços com o rosto apoiado em seus braços. Suas feições mostravam o tamanho da sua tensão e Leny sentiu como o seu corpo estava retesado ao tentar desvirá-lo segurando os seus ombros. Seu pescoço estava muito rígido e sua respiração ofegante e descontinuada, quando a moça, tentando relaxá-lo, levantou sua camisa e começou a massagear suas costas. Suas mãos de seda procuravam caminhos naquele dorso cabeludo cheio de músculos e o rapaz adorou o alívio que estava acontecendo. Fechou os olhos e se entregou ao sonho que era os toques excitantes daquela menina maravilhosa. Deixou-se levar para qualquer caminho que a moça quisesse. Não reclamou, nem recusou nada naquele momento. A moça tirou-lhe a camisa por completo e foi sensualizando o momento com cremes perfumados em seu corpo nu da cintura pra cima. Leny, extasiada por aquela situação e pela tolerância do rapaz, continuou suas ações cada vez mais audaciosas. Subiu em suas costas e correu com sua língua quente e carinhosa por todos os pontos. E Osmar gostou e deixou tudo acontecer...

Mesmo com a sua barriga bem saliente naqueles cinco meses de gestação que lhe causavam incômodos diários, Leny estava carente e sedenta por sexo que deixou de praticar com a mesma frequência, por conta dos afastamentos e aborrecimentos do amante causados pela interferência de Yolanda. Por isso mesmo, Leny não se conteve na busca do seu prazer nesse momento, mesmo sabendo das restrições e cuidados demonstrados por Osmar no encontro mais recente. Como na vez passada, o rapaz não tomou as iniciativas e demonstrou desinteresse com a falta daquela sua vontade arrebatadora que faziam a moça subir pelas paredes.


Osmar continuou deitado de bruços, ainda com a cabeça em cima dos braços, e suas lágrimas e soluços foram confundidos pela moça em suas costas, como sendo o êxtase de prazer do rapaz. Não entendeu ela que, aquelas respostas silenciosas vindas de Osmar naquele momento carinhoso, era tão somente o alívio de estar expulsando de si toda a angústia e estresse que ele vinha prendendo em seu peito. Osmar apenas sentiu-se relaxado com as ações de Leny e preferiu prorrogar aquele aconchego, quando se virou e entrelaçou a moça em seus braços com força e carinho. Permaneceu com a moça bem agarradinha e com o seu rosto bem colado ao dela, sussurrou em seu ouvido:

-- "Perdoa-me meu amor, mas tenho muita dificuldade em transar com mulher grávida. É questão psicológica que corta a minha libido e inibe as minhas ações. Mesmo sabendo dos seus cuidados, fico preocupado e receoso em machucá-la".

-- "Entendo meu amor", rebateu Leny. E continuou: "Fique quieto e deixe comigo. Saberei agir sem me prejudicar. Estou extasiada e querendo muito". E Osmar deixou-se levar também por suas carências. A moça despiu-se e provocou toques em si acompanhados por gemidos que incentivaram o rapaz. Ainda agarradinhos, as mãos da moça, em caminhos diferentes, excitavam os prazeres dos dois. Sua boca impaciente não parava de tocar as partes sensíveis do rapaz que, como sempre, não deixou de reagir mesmo num momento de rejeição. A moça colocou-se de lado e acomodou o rapaz entre suas pernas, quando este sentiu algo quente, úmido e macio engolir o seu membro rígido, provocando o seu prazer no vai-e-vem praticado por Leny naquela penetração.

A moça, mesmo após o seu orgasmo e o gozo de Osmar, continuou na sua volúpia e obsessão por sexo, conseguindo novos êxtases para ambos, ao deixar-se penetrar sentada de cócoras por cima do rapaz. Foram momentos maravilhosos para aqueles dois em tempos conturbados que provaram, acima de tudo, que o amor é mais forte do que qualquer coisa e capaz de vencer barreiras minando resistências em sentido contrário. E foi isso que aconteceu: Leny, satisfeita, voltou a sorrir mostrando seus dentes brancos atrás de seus lábios carnudos e Osmar acalmou-se completamente após explodir o seu gozo duas vezes. Mas a vida continua...

É o que veremos a seguir no próximo capítulo: "RODA VIVA"

=================================================
Abraços.
=================================================
POETA OLAVO
Enviado por POETA OLAVO em 12/02/2017
Código do texto: T5909922
Classificação de conteúdo: seguro