Apenas Uma Garota - Capítulo 5
Nove meses depois...
O bebê de Jéssica e Rômulo nasceu. Era um menino. Um menino lindo que recebeu o nome de Kaique. Nasceu com boa saúde e veio ao mundo com um sorriso contagiante.
Depois de mais alguns dias depois do nascimento da criança, Jéssica voltou pra casa.
- Mãe eu queria tanto que o pai estivesse aqui com a gente sabe. Um momento tão feliz como esse, tão bonito, a família tinha que estar reunida – Jéssica ainda não havia se conformado com a partida do pai, mesmo depois de tanto tempo.
- Eu também acho filha, mas o Ancelmo fez a escolha dele. Não fica consumindo a sua mente com isso não. Um dia ele vai se tocar de tudo isso.
- É... mas apesar de tudo eu sinto falta dele. Será que ele não vai voltar nunca mais mãe?
- Não sei filha. Realmente eu não sei. Agora você tem que repousar, lembra do que o médico falou. E cuidar dessa coisa linda – disse Elena.
A conversa de mãe e filha foi interrompida pelo som de alguém batendo na porta.
- Quem será?
- Deixa que eu atendo – Elena dirigiu a porta.
- Oi.
- Ancelmo? O que você está fazendo aqui?
- Quem está ai mãe?
- É... não é ninguém não – Elena forçava a porta na tentativa de impedir que Ancelmo adentrasse.
- Como ninguém mãe? Eu vou bater na porta.
- Sou eu filha – gritou Ancelmo do lado de fora.
- Pai? – Jéssica estava surpresa.
- Eu quero conversar com você. Sua mãe não me deixa entrar.
- Mãe! – exclamou Jéssica para que a porta fosse aberta.
Elena não queria manter Ancelmo perto da filha.
- Eu vou direto ao ponto... filha. Vim te pedir desculpas. Ou melhor, pedir perdão.
- Perdão? Eu to bastante surpresa com sua visita aqui. Depois desse tempo todo.
- Eu preciso que você me perdoe – Ancelmo ajoelhou no chão dirigindo seu olhar para a filha.
- Não pai, levanta. Não precisa disso.
Elena observava tudo em silêncio. Ela sabia que qualquer pronunciamento de sua parte seria inútil naquele momento.
- Me deixa, eu preciso falar. Eu te disse coisas horríveis, palavras que te feriram profundamente, eu sei. Quando você me contou sobre a sua gravidez eu fiquei sim transtornado. Eu não queria acreditar naquilo tudo. Pra mim você sempre foi uma menina. Aquela menina doce e pequena que brincava. Mas eu não me dei conta que você cresceu. Tudo foi muito rápido. Passou despercebido dos meus olhos.
- Tudo o que você me disse foi mesmo muito dolorido. Jamais eu poderia imaginar que aquelas palavras devastadoras fossem sair da sua boca. O pior, da boca de um pai. De um pai que deveria apoiar a filha, que deveria amar a filha.
- Mas eu te amo Jéssica. O meu amor de pai por você é maior do que tudo nessa vida.
- É. Mas quando eu mais precisei, você fez exatamente o contrário. Me deu as costas da maneira mais desumana possível.
- Eu sei. Eu sei de tudo. Por isso eu imploro o seu perdão filha. – suplicou Ancelmo em lágrimas.
- Tudo bem, eu te perdoou. Agora levanta desse chão.
- Posso te dar um abraço? – pediu Ancelmo.
Ancelmo e Jéssica se reconciliaram. Elena que não acreditava nas intenções do marido, também ficou comovida e deu uma segunda chance a ele.
A família aos poucos voltava a ser o que eram antes. Uma família unida.
Tudo mudou quando o telefone de Jéssica tocou...