Apenas Uma Garota - Capítulo 3
Jéssica estava passando pelos piores dias de sua vida. Sua mãe não aguentava mais tanto sofrimento em tão pouco tempo.
Depois de resgatada pelo socorro, Jéssica estava no hospital. Não era nada grave mas precisava ficar em observação.
Por um momento, Elena deixou a filha sozinha e foi tentar resolver a situação indo atrás de Ancelmo.
- Ancelmo me escuta, por favor.
- O que você quer Elena?
- A nossa filha Ancelmo. Ela ta sofrendo muito. Não tem apoio de ninguém. Você deu as costas pra menina. O namorado dela não quer saber da criança. E agora a coitadinha ta lá no hospital, foi atropelada. Não é possível que você não se comove com isso tudo... ela é sua filha – disse Elena.
- Ela sabia das consequências Elena. Ela não é mais uma menina, eu não vou passar a mão na cabeça dela. Você que sempre fez as vontades dela. Assume você essa responsabilidade.
- Meu Deus, Ancelmo! É sua filha que agora esta lá naquele hospital, correndo o risco de perder aquela criança inocente, que não tem culpa de nada, que nem sabe o que esta acontecendo. É sua filha – insistiu Elena.
- Eu não posso fazer nada. Se você pensa que eu vou pedir perdão pra ela, está muito enganada.
- Tá certo Ancelmo. Fica ai nesse seu mundinho de rancor, de mágoa, de ressentimentos. E quando você perceber que está sendo corroído por esses sentimentos, já vai ser tarde. Não vai te restar nada mais do que o remorso e a solidão – finalizou Elena apanhando sua bolsa.
Elena saiu.
Ancelmo ouviu aquelas palavras em silêncio. No fundo ele queria voltar atrás, pedir perdão, dar uma nova chance a filha. Mas seu orgulho era maior do que sua coragem.
Ainda no hospital, Jéssica seguia em observação. A melhor notícia foi a de que tudo estava bem com ela e a criança.
- Toc, toc – alguém bateu na porta do quarto 101.
- Quem é? – perguntou Jéssica.
A porta se abriu até a metade, fazendo com que a jovem pudesse ver quem era.
- Rômulo? O que você quer aqui?
- Eu... eu vim conversar com você.
- Conversar o que Rômulo? Depois de tudo o que você me disse na sua casa, eu acho que não temos mais nada pra falar um com o outro.
- Calma Jéssica. Eu vim te pedir desculpas. Eu fui pego de surpresa sabe, e aquele dia eu ta nervoso, enfim. Me perdoa.
- Não sei Rômulo.
- Por favor.
- Ta bom. Ta perdoado.
- Mas como você está? E o nosso filho?
- Estamos bem.
- Eu queria te dizer que eu vou assumir essa criança, vou arrumar um trabalho e nós vamos criar o nosso filho juntos.
- Hãm?
- É isso mesmo. Eu pensei muito e não vou te abandonar. Esse filho também é meu, eu tenho o dever de cuidar dessa criança.
- Olha Rômulo eu jamais poderia imaginar que você ia me dizer isso.
- Pois é, nem eu.
No quarto do hospital o casal apaixonado se beijava e retomava seu romance.
Uma semana depois, Jéssica recebeu alta e pôde ir para a casa.
Mas seus problemas só estavam no começo.