A VIDA NEM SEMPRE É UM ROMANCE

Nascido no triangulo, filho de pai separado que deixou para traz esposa com cinco irmãs e dois irmãos e de mãe separada que tinha três irmãos e que da nova relação além de sim nasceu mais um irmão.

Não sabe ao certo onde nasceu se em Ituitaba onde sua madrinha e irmão do primeiro casamento do pai afirma que seu umbigo foi enterrado, ou em são Gotardo onde foi registrado e onde reside os familiares da mãe, cresceu em Sacramento e já com cinco anos, aliás como é normal nos noventa por cento da população que necessita do trabalho começou a vida do trabalho com o retiro do leite, isto por que aos dois ou três seu pai havia sido assassinado e sua mae vivia com medo o tempo todo, não se sabe por que, não falava e não permitia que se falasse de nenhuma das duas famílias deixadas para traz, nem mesmo de seus tios, avós, etc. muito menos da família deixada pelo falecido pai e assim com a mãe mudando de um acampamento para outro as vezes de semana em semana com os três filhos do primeiro casamento e os dois deste ultimo relacionamento entre sacramento mg e pedregulho sp, foi crescendo pra lá e para cá, até que na sua adolescência dois de seus meio irmãos filhos do primeiro relacionamento de sua mãe faleceram.

Aos quatorze sua mãe foi morar em pedregulho com o irmão menor, sabe-se lá o que fazia o meio irmão mais velho, contudo ficou morando com conhecido e em alguns anos de meninice e sempre continuando os trabalhos de Retireiro da canastra, chegou aos dezoito e “roubou” a esposa de sua vida com apenas treze indo morar longe demais para a época, uns três dias de viagem a pé por onde ficou desaparecido com medo da represália do sogro por mais de dois anos, vindo tão logo foi possível a procurar um cartório de registro civil e se casar com a “roubada”

Viveu com a companheira menor de idade por anos e sem contato com a família, nem com a mae, nem com os sogros, nem com os tios, nem com os irmãos seja do primeiro ou de outros casamentos de seus pais.

Voltou depois de anos a ter contato com a família e sempre que falava de qualquer lado da família era barrado, não era permitido saber de família de lado algum que seja e assim praticamente cresceu, e assim chegou na idade adulta já com sua companheira, mudando de emprego em emprego, de bairro em Bairro no município de Sacramento mg.

Por não ser permitido falar de família de seus pais, cresceu sem saber se existia, em sua memória da mais tenra idade de criança, lembrava do assassinato do pai, e da mãe fugindo de acampamento em acampamento(casas que mais parecia acampamento) como se fosse de safra em safra, de emprego em emprego, mas jamais poder-se-ia falar de família, seja de que lado for.

E o tempo foi passando e já com vinte e três e a companheira com dezessete veia a primeira filha, que também apesar de voltar o relacionamento com os sogros, continuava a vida de nômade de emprego em emprego de retiro em retiro, de caça e de pesca pela canastra da vida.

Como menino, morou em diversos empregos, fez de tudo, mas como a região era de retiro de leite e de queijo, sempre estava no banquinho no pé das vacas tirando leite, amarrando bezerros.

Morreu sua mae quando tinha seus vinte e sua única família conhecida era seu meio irmão mais velho, havia um outro já finado, e seu irmão mais novo e a vida continuava e nas distâncias do sertão da farinha podre o que não se tem é noticia, o que não se tem é comunicação com família antiga até por que sempre foi assunto proibido.

Mas como tudo passa o tempo foi passando e de Ribeirinho, pescador e caçador e proprietário de duas vacas para o sustento além das benécias oferecida pela natureza ribeirinha, vivia na beira do rio, sem energia, o que era normal para a região no ano dois mil , virada do milênio, região sem ônibus, sem telefone, sem energia, sem geladeira, sem televisão, sem celular, sem telefone, sem comunicação.

Mas a sorte tinha que virar e um Paulista a seu lado tinha que vir a vida mudar e assim um dia visitado para a fazenda do lado foi morar, afinal a segunda filha havia nascido e já com alguns meses tinha que em outro lugar aprender a gatinhar, a primeira de três anos e a segundo de três meses, os tempos podem não ser bem reais mas a história é mais ou menos esta, pra nova casa energia elétrica já possuía, já tinha até geladeira, tinha tv também, pertencia a fazenda, mas paulista só vinha uma vez por mês e tudo ficava a disposição e nova vida então passou a ter, saiu de fazenda que só tinha as duas vacas próprias pois estava sem gado do patrão e foi pra outra que tinha mais gado com acordo de leite tirar até quarenta vacas e ele além de um salário poderia ter até dez vaca com bezerros de ate um ano e assim começou a receber comunicação do mundo externo afinal passou a ver tv, passou a gozar dos benefícios da energia elétrica com geladeira, iluminação noturna, e outros equipamentos.

Mas a vida ainda continuava uma intriga, achava que tinha família de sua mae em são Gotardo e alguma coisa dizia que seu pai tinha deixado família para traz, assuntos tabu para sua mae e para seus irmãos mortos ou vivos.

Mas sendo diferente de seus irmãos buscava conhecimento do passado de sua família materna e paterna e com o paulista comentava e foi estimulado a buscar os conhecimentos e assim foi pra são Gotardo a busca da família da mae e achou vó muito velha e que veio a durar cento e seis anos, falecendo em dois mil e treze, conheceu diversos tios do lado da mae, contudo com quem conversava, recusava a falar sobre a família paterna, por que realmente não sabia, ou porque que o assunto era tabu e assim prosseguiu ainda por alguns anos na convivência com o paulista.

Até que anos depois foi para Uberaba e conseguiu localizar um tiu irmão de seu pai, de onde confirmou a existência da família paterna, bem como que tinha cinco irmãs e dois irmãos, sendo um irmão de Uberlandia, uma irma em Brasilia que havia vivido no mundo como consulesa tendo convivido inclusive com a família Mikhail Gorbachev em Moscou, irma madrinha em são Paulo, irma muda em Itumbiara que mesmo passado mais quinze anos desta nova vida com paulista ainda não teve a oportunidade de conhecer, sendo certo que que ainda tem outra irmã que só viu uma única vez em são Paulo e outro em Cotia da mesma forma .

Mas após a visita do tio mais ou menos em dois mil quatro, conseguiu telefone da irma madrinha, e sua memória de menino de dois anos de idade começou a ser aguçada querendo lembrar da família de seu pai. E ai do marido militar da irma madrinha, que eventualmente tinha estado no enterro de seu pai e que tinha tido uma pequena convivência inclusive com uma memória que o assassino de seu pai também havia sido morto mais ou menos um mês depois por conta do destino.

Poucas coisa tinha na memória e poucas as pessoas poderia conversar a respeito, mas a continuidade da vida fez que o inicio de comunicação e contato com o mundo também fizesse sair da canastra para se tornar no futuro homem do mundo.

Férias no serviço é quase impossível, soldado no quartel tem que trabalhar, assim o paulista começou a leva-lo com sua familia para são Paulo, e além da vivencia na casa do paulista, além da vivencia com a famiia do paulista na fazenda, também quando de férias sempre havia mais algum passei, praia, luxo para o cidadão do triangulo mineiro, afinal minas não tem mar, viajar para o mar é uma verdadeira viagem de quase um dezena de horas e demanda recursos que foi vencido com férias com o paulista, na casa, na praia e isto todo ano e neste primeiros anos de viagem pra são Paulo foi conhecer a irma madrinha, madrinha por que, foi quem batizou, que lhe dizia que seu umbigo estava em Ituitaba e não em são Gotardo e nunca conseguiu explicar como se era nascido e registado em são Gotardo, como poderia ter tido madrinha de Ituitaba, mas apesar destas duvidas nunca esclarecida foi visitar e ver pela primeira vez que se lembrava a irmã madrinha mais ou menos em dois mil e seis.

Antes disto ligou uma vez após ter obtido o telefone do tio de Uberaba MG, mas um militar de outro lado atendeu dizendo o que você quer com minha mulher, como se estive dizendo , tu não é bem vindo, e esta foi a expressão deixada, afinal a esta altura já tinha uma vaga lembrança que este militar esteve no enterro de seu pai, e que o assassino de seu pai apareceu morto logo em seguida. Tudo isto aconteceu na década de setenta em plena ditadura militar, onde os militares eram temidos por ter aplicado o golpe de sessenta e quatro e por estar no comando da politica e do governo do brasil e onde pensar, reunir ou de qualquer forma manifestar contra o regime corria o risco de desaparecer como os famosos casos do Araguaia que muito história deixou e vem sido aviventada pela retomado do poder pelos esquerdistas da época.

Assim aquele contato telefônico, mesmo após a queda do muro de Berlim, após a Rio noventa e dois, após mudanças drásticas no mundo deste então e apesar de já ter trinta anos este contato com o cunhado militar era como um contato com o Coronel “mafioso” do sertão e era no sertão em que ele vivia e as leis do sertão continuava e continua como “dante no sertão de abrantes”. O matuto tem dificuldade de relacionamento com o cidadão urbano, seus conhecimentos são distintos, diferentes, e isto intimida.

Assim era a dificuldade daquele contato com a irmã madrinha que tinha marido militar, que parecia de relação impossível de se ter, assim também parecia a irmã madrinha inatingível e foi passados anos nestas viagens por são Paulo e praia e encorajado foi levado pelo paulista para a casa da irmã e onde teve a felicidade de conhece-la, bem como conhecer o cunhado e entender que não era bicho papão, teve ainda a felicidade de conhecer a irmã consulesa e seu cunhado consul que lá estava ajudando nos acumulos de serviços de bife de final de ano, e viu na irmã madrinha um carinho todo especial por si, pela família, e viu na irma consulesa uma irma brincalhona, com um comportamento aberto cheio de alegria e cheia de conhecimento do mundo, com uma vida com uma grande consul culto ao extremo, poligrota que fez carreira diplomática pelo mundo, tendo vivido com os grandes presidentes do mundo nas décadas de sessenta até a virado do milênio.

O conhecimento da família de seu pai foi expandindo, se falava de outros irmãos que ainda não conhecia e onde eles viviam e seus horizontes de menino da canastra passava para homem do mundo.

Logo do segundo ano de vivência na fazenda do paulista nova casa e curral foram construídos na entrada da propriedade, uma vez que a sede antiga por seus próprios motivos antigo era construida há mais de cem anos abaixo da mina de agua e próxima ao ribeirão de baixo e próximo do rio araguari, rio este irmão de mãos dadas do velho chico, rio são Francisco, ambos nacedores na serra da canastra, dividindo aguas.

Assim passou a morar na entrada da fazenda estrategicamente instalada para controlar o acesso de trauseuntes que viviam a invadir a fazenda nos feriados e final de semana com acesso o rio Araguari para caça e pesca, deixando portões e cochetes aberto, assim com a moradia na entrada passou a controlar os acessos que não foram proibidos, contudo controlados.

A vida foi passando a comunicação chegando o celular, e como ribeirinho e pescador, caçador tinha que ir conhecer os pontos de pesca do mundo no pantanal, barra do Itiquira com o taquari, divisa de estado do ms e mt, e em viagem de retorno passando por Itumbiara falou da irmã muda e da possibilidade de contato, mas ao passar por Uberlandia e com o telefone do irmão foi possível com a ajuda de conhecidos da pescaria acessar o lugar de trabalho e moradia do irmão, tendo a felicidade de rever a irmã consulesa, e conhecer os dois meio irmãos por parte de pai numa só vez, e ai então em contato com as sobrinhas de mesma idade relembrar, chamar a memória lá no fundo do esquecimento momentos de convivência com as sobrinha quando tinha a mais tenra idade próxima de dois anos de vida e que tinha desaparecido por completo da memória, até a família alguns anos atraz, duvidava que existia, achava mas não tinha certeza, não tinha quem pudesse confirmar, foi o tio de Uberaba que aviventou e confirmou a existência, visitas estas patrocinadas pelo paulista que sempre arrumou um jeito de desviar para atingir o acesso a estes irmãos desconhecidos.

Após estes reencontros foi visitado pelos irmãos na fazenda, alias a sua moradia na fazenda é uma casa muito visitada, não só pelo paulista e família que tem assuntos com a fazenda bem como pelos parentes próprios e de sua mulher que fazem do lugar sempre um final de semana de festa com a presença de muita gente.

Estes reencontro familiar não termina nunca e cada vez conhece mais parente, em diversos lugares, inclusive aqueles que já viveram e ainda vivem na América (EUA), parentes estes que gostam de visitar por causa do Rio e por causa do atendimento que sempre tem tanto do mineiro com de sua família.

Quando da construção da casa da entrada da fazenda a esposa que era filha de pedreiro e que tinha tido uma vivencia de construção, e apesar da casa ser pequena com uma construção de sete por oito ou menos, fez questão de influenciar para a diminuição da cozinha e da sala para a criação de um terceiro quarto para poder abrigar um irmão do marido que vivia nômade e viciado em álcool e que precisaria de um lar para poder viver.

Foi neste sentido construído o terceiro quarto e o irmão pode então morar por algum tempo trabalhando aqui e ali e até uns dias na fazenda, até que sumiu e foi encontrado depois de vários dias morto em um valo na beira da rodovia.

O irmão mais novo, também nômade, costume enraizado pela mae talvez, tem família prospera de dois garotos e uma garota ao contrario do casal que tem duas meninas e a vida parece boa, de bom relacionamento.

O irmão talvez pela rusticidade da vida se interessa menos pelos parentes, tem mais timidez de visita-los, encontra mais dificuldades e mesmo quando surge as oportunidades arruma uma desculpa válida ou não para se furtar de ir velos, e como o tempo vai passando e a idade vem chegando para todos, alguns vão morrendo o que aconteceu em dois mil e quatorze com o irmão de Uberlaancia e e irmão de Divinolandia que vem há vários anos doente vem lutando e continua vivo .

O tempo passou aprendeu a amar a irmâ madrinha, a respeitar e conviver com o cunhado miliar, perdeu o cunhado consul, foi a Brasilia conhecer a cidade e as sobrinhas filhas da consulesa, se fez respeitar pelas sobrinhas e pelas irmãs se mostrou que se tornou um grande homem, praticamente criou as filhas, a mais velha já vive fora de casa, agora com esta atualização com companheiro e um filho, dando então um Neto, com estudo e trabalho, a mais nova vai triando devagar o mesmo caminho, muito mais com o apoio da mãe, do que a do pai.

Assim também foi a vida do paulista, que foi meio a contragosto do pai, levado para a cidade para estudar, tendo feito duas faculdades e duas pos-graduaçao, tendo abandonado emprego publico federal para viver vida de escritório e e empresário e fazendeiro.

A vida não é um romance, só uma pequena parte dela pode assim ser tratada, apesar desta parte da vida romantesca ser muito interessante, cheia de amor, carinho, ganho e de ter muito que se falar. Mas a vida é mais do que o romance é também de luta, de mudança nômade, de abandono para uma nova vida começar mesmo antes dos quinze, vivendo aqui e ali como se jogado estivesse, é certo que sempre existe gente boa que acolhe, é certo que sempre há a contra prestação com serviço as vezes só em troca de comida, mas a vida é assim, viver, comer, viver, comer, crescer, e o tempo foi passando, e a vida vai ficando boa e ao mesmo tempo começa novamente a mudar, com as filhas indo para a cidade uma ida sem volta, e o cordão umbilical sendo cortado e a mãe sendo arrastado pelo resquício do cordão umbilical, querendo estar aqui e ao mesmo tempo lá. Mãe que é mãe e que logicamente sempre quer o melhor para as filhas.

Mãe que é esposa que vive, atura, convive com a rusticidade da fazenda, que tira leite, mata frango, destrincha porco, peixe, caça, mãe que ainda tem seus pais que vivem na roça e que tem suas dificuldades e que visitam de tempo em tempo, mãe que está passando pelo falecimento de seus irmãos, que está sobrevivendo além dos mesmos.

A vida não é um romance, tem romance nela, mas tem luta diária de lua a lua e não de sol a sol, mas o que seria da vida sem a luta diária, sem pensar em poupar e guardar em fazer um pé de meia para o futuro para a velhice, assim cresceu o mineiro de duas vacas passou a ter três meias fazendas, tem jegue chique, tem animais outros, tem matilha de caça e como lorde da Europa tem hoby de caçar porco, ora de moto, hora de carro, caminhonete, ora de cavalo, mas tudo isto é viciante, levar os cães para a caçada e eles cães adoram e vibram , sabem quando chega o final de semana e cobram a saída para a caça, não só porque o resultado da caça é o alimento do cão, isto também, mas porque os cães gostam de caçar, é da natureza da matilha caçar, e ser levado para a caça é a maior alegria da matilha.Estrela da mantiqueira 2014

estreladamantiqueira
Enviado por estreladamantiqueira em 02/12/2016
Reeditado em 02/12/2016
Código do texto: T5841018
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