UM ANJINHO CHAMADO LOUISE
Quarta-feira, 01 de maio de 2013.
Ao sair de um hospital infantil particular de Toulouse onde trabalha, o médico Pierre Beaumont é abordado por um senhor que lhe estende a mão.
-- Posso lhe dizer umas palavrinhas?... Doutor?...
-- Pode... Sim... Monsieur...
-- Abiel... Ao seu dispor... Lamento muito o quanto que o senhor tem sofrido desde que perdeu a sua esposa naquele acidente... Mas... Hoje... Meu amigo... Você será recompensado... Um anjinho chamado Louise vai lhe levar a perceber aquela que compartilhará a vida com você, até depois de sempre.
Ao chegar ao apartamento, Juliette, a babá de Aline, o recebeu em prantos.
-- Doutor... Maman acaba de telefonar... Minha Louise não está bem.
Veio-lhe à mente as palavras de Abiel.
-- Porque você não me disse que tem uma filha?...
Ela se desculpou.
-- Sou mãe solteira... Doutor... Fiquei com receio do senhor não me dar o em-prego.
-- Olhe... Eu não sou desses... Pegue um capote para Aline... Vamos ver a sua Louise.
Meia hora depois já estavam em uma quitinete na periferia de Toulouse, que Juliette divide com a mãe, Augustine. Pierre trocou um aperto de mão com a jovem senhora, foi levado ao quarto, mediu a temperatura da garotinha que dormia numa cama de casal. Retornou à sala, explicou que a menina estava com trinta e nove graus de febre.
-- Pode ser uma virose ou infecção... Vamos ter que levá-la ao hospital.
Na recepção, a atendente estranhou quando o viu com uma criança nos braços.
-- Alguma emergência?... Doutor?...
-- Sim... Providencie um apartamento para internar esta paciente.
A moça preencheu a papelada, um auxiliar solicitou que o acompanhassem. O médico colocou a menina na cama, pegou o bloco de receitas, fez umas anotações, entregou a uma enfermeira que agradeceu com um sorriso e saiu.
-- Bem... Louise vai ser medicada... A febre já vai baixar.
Voltou-se para Juliette.
-- Será que sua mãe pode olhar Aline enquanto você estiver cuidando de Louise?...
-- Claro... Doutor... Será um prazer.
-- Mas... É bom que vocês duas deixem de me chamar de doutor... Viu?...
Augustine colocou Aline no colo, Pierre fez uma graça.
-- No colo de sa grand mère... Est-ce pas?... Ma fille?...
Primeiras cenas do romance
Dr. Pierre Beaumont