PATO COM MOLHO DE LARANJA NO PRIMEIRO ENCONTRO
- Olá – disse Mário educadamente.
- Oi – respondeu Alicia com um sorriso.
- Posso sentar? – ele pergunta.
- Fique a vontade – ela estende o braço saudando a cadeira.
Mário esfrega as mãos enquanto senta.
- Dia frio! – ele comenta.
Ela assente com a cabeça.
- Prazer, eu sou Alicia – ela cumprimenta-o.
- Prazer, eu sou o Mário – ele a cumprimenta com um sorriso no canto dos lábios e brinca - você com certeza não é daqui.
- Desculpa se estou sendo intimista – responde Alicia, com uma expressão de simpatia e respeitabilidade.
- Não, imagina, não foi isso que eu quis dizer – ele afirma, mostrando-se preocupado – É que em geral, as garotas da cidade são mais... Inacessíveis.
- Com inacessíveis você quer dizer... Recatadas? Pergunta com um ar de mistério.
- Não... Eu acho que só estou piorando as coisas. Enfim, – argumenta Mário baixando a cabeça e desviando o olhar - Acredito que você é diferente das moças da cidade, e que eu só estou surpreso, pois esperava alguém diferente – ele fixa o olhar no dela e respira depois de manter o ar preso.
- Tudo bem! Ela sorri, inclinando a cabeça.
- Ok, o que vamos pedir? Ele olha ao redor tentando encontrar o garçom.
- Bem, a minha tia Bete disse que eles servem pato com molho de laranja.
- Eu comeria uma dúzia de patos agora.
- Então, se você prefere podemos pedir carne bovina.
- Não, tudo bem. Pato com laranja não tem problema.
Mário ergue o braço chamando a atenção de um garçom. Enquanto Alicia balança a cabeça levemente, mostrando desaprovação.
O garçom se aproxima e pergunta: - Boa noite senhores, já escolheram o prato?
- Gostaríamos de provar o pato com laranja – responde Mário.
- Certo! Pato com molho de laranja. Temos bolinhas de peixe para entrada, aceitam?
- O que você acha? Pergunta Alicia a Mário.
- Não gosto muito de peixe. E aí tem o pato depois. Não sei se essa mistura vai ser boa – disse Mário, fazendo uma careta.
- Ficamos somente com o pato então – finalizou Alicia.
- Algo antes para beber?
- Eu quero vinho. Acho que combina com o pato – responde Mário.
Alicia observa as mãos dele. Ele as esfrega constantemente. Parece estar nervoso.
- Se o prato não te agradar, por favor, me avisa – diz Alicia.
- Eu não tenho frescura. Como qualquer coisa.
A noite estava fria. Os carros passavam pela rua velozmente.