Olhos Doces


1

 
Conheceram-se na Biblioteca Universitária.
Foi ela quem o viu primeiro. Bonito. Muito bonito. Charmoso. Se vestia bem, no estilo esporte fino. Os óculos de hastes finas ficavam muito bem eu seu rosto másculo. “Um homem maduro tentando parecer mais jovem”, ela pensou. E se era o caso ele só podia ser solteiro. Homens casados não se vestem bem porque as esposas fazem questão de comprar roupas feias para que eles fiquem feios e não despertem o interesse das outras.
Tampou a boca com a palma da mão para sufocar a risada. Quis observar mais. O que ele estava lendo? Heidegger... Filosofia... “Ora ora, temos aqui um adorável pensador”, disse ela para si e tratou de inventar um jeito de se aproximar dele.
Aproximou-se do balcão e pediu ao bibliotecário um exemplar de Ser e Tempo, ao que o funcionário respondeu que estavam todos emprestados, o único restante estava em uso. Ela fez cara de decepção, depois de quem está pensando em algo e aproximou-se da mesa dele:
“Por favor, você pretende pegar esse livro emprestado?”
Ele suspendeu a leitura e olhou para ela com calma, quase com culpa nos olhos. “Olhos doces”, ela pensou, arrebatada por aquele olhar castanho e tranquilo.
“Não, só estou fazendo uma breve pesquisa. Por quê? Você precisa dele?”
Na hora ela inventou que estava começando a sua dissertação e era justamente em Heidegger. Ele sorriu e respondeu que era também a sua linha de pesquisa.
A voz cariciosa dele envolveu-a como um manto de veludo. Apaixonara-se irremediavelmente.
Naquela tarde eles saíram juntos do Campus. Tomaram um café. Conversaram e combinaram outro encontro.
Parecia um sonho. Ela exibia orgulhosa o belo homem para as amigas e as inimigas invejarem. Lindo. Um verdadeiro Apolo. E ainda por cima inteligente.

O namoro foi um conto de fadas. Ele a surpreendia com flores, jantares românticos, cartas de amor. Só de uma coisa ela não tinha gostado. Ele disse que era muito romântico e que só a beijaria no altar. Sexo, nem pensar, só depois do casamento. Ela achou estranho no começo mas depois gostou, ele era um verdadeiro príncipe e enquanto o seu homem certo era inacessível ela se divertia com os errados. Toda garota tinha o seu “amigo” para os momentos de carência e ela não era diferente. Ele nunca saberia, estudava demais, trabalhava demais, não tinha tempo para pensar no que ela fazia quando faltava às aulas nem perguntar quem era “a Antonia” que às vezes ligava para ela, arrancando-lhe um enorme sorriso. E para deixa-lo com vontade ela lhe enviava pelo WhattsApp várias fotos nua, em poses sensuais e olhares convidativos.

Noivaram. Ele terminou o doutorado e ela a graduação. Isso foi difícil para ela, confessar que tinha mentido sobre o mestrado mas que a intenção tinha sido a melhor, se aproximar dele.
Ele a encarou e por um segundo o seu rosto se contraiu em uma expressão de raiva. Se ela não estivesse olhando o esmalte arrancado das unhas...

O casamento foi um sonho. Uma igrejinha pequena, poucos convidados, jantar para os amigos. Perto da meia-noite ela puxou-o pelo braço e levou-o a um cômodo escuro, pendurou-se em seu pescoço cobrindo-o de beijos. Amava-o, amava-o e já tinha esperado demais.
Ele segurou-a pelos ombros gentilmente e olhou dentro dos seus olhos. Ela sorriu.

“Beije-me, olhos doces...” E fechou os olhos como se fosse a primeira vez.

Só percebeu a mudança na respiração dele e sentiu no rosto todo o peso de um punho masculino fechado. Ela caiu ao pé da cama com um gemido e ele pulou em cima dela com a fúria de um animal selvagem, rasgou o seu vestido de noiva atingindo-a impiedosamente com os punhos, dando chutes e insultando-a com os piores nomes, vagabunda, ela pensava que ele não sabia? A “Antonia”? As aulas perdidas? A camisinha que ele viu em sua bolsa um dia em que ela foi ao banheiro? Além de puta era burra, doravante ele faria da vida dela um inferno, e a espancou até que ela desmaiou.

No dia seguinte acordou toda dolorida, o corpo cheio de manchas, a alma em estado deplorável. Pegou o celular e ligou para o Antonio mas desligou em seguida.
Ele estava com o notebook ligado e na tela um slide mostrava os nudes que ela fizera para ele, muitas fotos íntimas, ela não tivera sequer o cuidado de esconder o rosto.
Ele a olhou com aquele seu jeito tranquilo, sorriu e avisou que, se ela contasse para alguém, aquelas fotos iriam todas parar na internet.


2



Ele cravou o garfo na cereja e levou-a à boca com displicência, sem dar pelos olhos dela que registravam cada movimento seu como uma câmera fotográfica operando na função disparo contínuo.
Ele sorria quando ela apontava cada hábito seu com uma estudada expressão de surpresa. Suas mãos fortes seguravam com cuidado a direção e cada vez que ele a olhava de relance ela sentia como se a alma lhe fugisse.
Ela imaginava aquelas mãos grandes, másculas, percorrerem o seu corpo e virava o rosto bruscamente, como se ele pudesse surpreendê-la na intimidade dos seus pensamentos. Depois percebia a tolice dessa ideia. Ele não se ocupava dela. Seus olhos castanhos alongavam-se pela estrada como se nada mais existisse. E com um sentimento antecipado de que ia se dar mal (sempre se dava mal) ela voltava a degustá-lo com os olhos. Os músculos firmes sob as mangas da camisa. Os ombros largos, causa da insônia que a afligia nos últimos tempos e os pelos dos braços dele, aquela curva do pulso que ela procurava, sem sucesso, esquecer, quando as noites eram quentes e a camisola de cetim azul-perolado grudava-se-lhe ao corpo enquanto ela lutava para não fazer o que sempre faria se quisesse dormir.

Para não ficar tão óbvia a intensidade do seu desejo ela ajeitava discretamente os óculos e baixava a cabeça. Sentia então que ele a observava de soslaio e se perguntava em silêncio se ele também a desejava.
Se ela era bela o suficiente para despertar o interesse de um homem tão atraente.
Ela tinha muito autocontrole. Não remexia os pés. Não balançava as pernas. Não brincava com as pérolas do colar. Ficava sentada ao lado dele como se aquele lugar lhe pertencesse. Olhava para ele com ternura e acariciava-lhe os cabelos sentindo dentro do peito um vazio dolorido porque ela sabia, em sua natureza feminina, que ele estava pensando em outra. A sua alma exortava-a a afastar-se enquanto havia tempo mas ela tinha adquirido, ao longo das experiências amorosas, o vício autodestrutivo do jogador que não se retira da mesa enquanto não houver perdido o último centavo.
Ela era muito inocente. E a sua inocência era a sua salvação, era como um véu. Ele não olhava para ela mas através dela. Com um sorriso evanescente ele via um copo. Um copo cheio de água sobre um criado-mudo.
Seus olhos então se fixaram nela. Era chegada a hora.
Guiou o carro por uma estrada de terra e estacionou em silêncio. O coração dela batia com força, pressentindo o que estava por acontecer.
Ele desligou o carro. Desafivelou o cinto. E esperou.
Dez. Vinte segundos. Mexeu no relógio. Nos cabelos. Depois olhou para ela com indisfarçada timidez.
Duas lágrimas deslizavam lentamente pelo rosto dela. Ele a viu tirar os óculos com delicadeza e limpar as lentes com um lencinho de papel.
- O que houve? - Ele perguntou baixinho, sentindo-se estranhamente invadido por uma nova emoção.
- Nada... É que...
"Eu gosto de você!"
Ela ouvia aquela voz dentro da sua cabeça como se uma outra pessoa estivesse gritando, tentando acordá-la daquele torpor.
Ela queria muito falar. Mas o passado postou-se à sua frente como testemunha fiel do Destino.
Ela viu as vezes que dissera aquelas palavras. Viu os seus sentimentos mais delicados serem ignorados como se fossem nada. Depois viu as amigas. Ouviu os conselhos que lhe davam:
"Homem não gosta de mulher melosa. Se você se apaixonar, guarde seus sentimentos para si. Ele não precisa saber."
E pela primeira vez ela saiu do próprio caminho para seguir o exemplo das outras. Escondeu o amor imenso que sentia por ele como se fora uma fraqueza e, de olhos fechados, ofereceu-lhe os lábios trêmulos ao mesmo tempo em que conduzia a mão dele com um meio-sorriso ensaiado que aprendera nos filmes.

Despertou no dia seguinte com a sensação de que estivera aprisionada em um ninho de vespas. Seu corpo inteiro doía, uma dor grossa, lancinante. Tentou abrir os olhos mas pouco conseguiu. Estavam inchados demais. Sua boca estava tinha gosto de sangue. Com o toque da língua ela percebeu que alguns de seus dentes tinham sido quebrados. Os lábios e as bochechas cortados. Apesar da dor excruciante, esforçou-se novamente para abrir os olhos e viu, como um borrão através da miopia, um copo.
Um copo cheio de água sobre um criado-mudo.
Quis estender as mãos para pegá-lo mas soltou um grito de dor, seu pulso direito estava quebrado e ademais descobriu que estava acorrentada ao pé de uma antiquíssima cama de madeira de lei com incrustrações e dossel. Chorando, ergueu mais um pouco o torso e viu um pé arroxeado.
O corpo de uma mulher jazia sobre a cama. Sua boca estava aberta, rachada, os olhos arregalados e o rosto muito, muito machucado. Ela tinha sido brutalmente espancada.
Ela tentou gritar mas tudo que saiu de sua garganta foi um gemido engrolado. E desmaiou de novo.

 


3


A noite a encontrou andando apressada pelo Campus. Era o primeiro dia de aula e já começava chegando atrasada. Procurou o número da sala no flanelógrafo da coordenação. Pelos corredores, alunos calouros e veteranos transitavam alegremente, havia risos, abraços, tatuagens e cabelos coloridos.
A universidade era um mundo novo que se abria para ela com promessas de felicidade. E ela era feliz, apesar de tudo mantivera o espírito sereno, o amor aos estudos, a modéstia de menina do interior. Os cabelos, presos em um coque inglês, compunham um conjunto sóbrio com os brincos de pequeninas pérolas e os óculos de hastes escuras. Não era bonita como as outras mas tinha um quê suave, uma paz de espírito que cativava àqueles que dela se aproximavam.
Ajeitou os óculos e entrou na sala. Envergonhada por interromper a fala do professor, pediu licença com a voz sumida e foi sentar-se na última fila, de cabeça baixa e as faces em fogo por sentir os olhares dos colegas sobre ela. Ouviu risos abafados quando sentou-se na carteira e deixou cair os livros. Sentiu os olhos arderem em ameaça de lágrimas. Respirou fundo e apanhou o caderno, as canetas e uma mão grande, forte, masculina, entregou-lhe o diário.
Seu olhar subiu pela mão, o pulso forte, o relógio (adorava um relógio masculino), o antebraço peludo, o peito largo e por fim um sorriso irresistível estampado em um rosto como ela nunca vira antes. Quando os seus olhos se encontraram ela sentiu algo muito estranho. Parecia que a sua alma tinha fugido para longe.
Agradeceu ao estranho e guardou o diário na bolsa. Encolheu-se junto à parede mas não conseguia fugir ao desconforto dos olhos dele em sua nuca. A voz do professor soava distante. Ela sentia tanto frio!
Quando o professor passou o programa de aula ela teve que olhar para ele mais uma vez. Ele parecia culpado pelo desconforto que estava lhe causando e ela baixou um pouco a guarda. Ele não olhou para ela e o resto da aula fez anotações no bloco.
Nos dias que se seguiram eles sempre estavam ali, no mesmo canto. Tinham algo em comum, ela percebeu: sentavam-se sempre no mesmo lugar. Escreviam também. Muito. Ele no bloco de anotações e ela no caderno. Na hora do intervalo procurava um lugar isolado onde pudesse organizar os pensamentos, recapitular os temas e tomar um pouco de ar fresco. Percebeu também que ele sempre chegava depois dela, decerto trabalhava também. Vestia-se com simplicidade e elegância. Era muito bonito. Mais velho que os outros alunos. Por que estava ali?, ela se perguntava. Porém jamais lhe dirigia a palavra.
Um dia, chegando ao prédio, ela sentiu como se alguém a observasse. Olhou para as câmeras, as árvores, o estacionamento. Nada. Estaria adoecendo de novo? Cruzou os braços sobre a barriga, compôs o lenço sobre os ombros e caminhou apressada. Não queria aquele sofrimento mais uma vez, aqueles sintomas de desconfiança, paranóia e mania de perseguição pareciam estar voltando. Rezou um Pai Nosso em voz baixa e a prece a acalmou.
Naquela noite o professor faltou. Só haveria aula no segundo horário. Ela foi sentar-se perto do bloco de música onde um violinista solitário tocava uma linda música. A noite estava mágica, o céu estrelado, a brisa fresca e ademais aquele violino.... Ela fechou os olhos e se deixou envolver pela magia do momento.

"- Senhorita..."


4


A idosa sorriu para ele ao atravessar a rua. Era cada vez mais difícil encontrar pessoas educadas assim, que paravam na faixa de pedestre para alguém passar, ela pensou olhando para o belo rapaz ao volante.
Um novo olhar quando chegasse ao outro lado da rua e ela teria visto aquele rosto endurecer como uma máscara de pedra.
Estava muito aborrecido. Na verdade furioso. Ainda pensou em jogar o carro em cima daquela velha fedorenta a mijo mas se conteve. Em vez disso cortou o polegar esquerdo com uma tesoura e chupou o sangue com vontade.
Ela não podia ter feito aquilo com ele. Ela parecia perfeita.
Olhou para os nós dos dedos ainda avermelhados e doloridos e se lembrou do soco que partiu os óculos da vagabunda.
Por que elas eram todas iguais? Não haveria alguém no mundo que o preenchesse com amor, doçura, pureza?
Ao recorder aquela mão pequena e fina entre as suas pernas ele esmurrou seguidas vezes o banco do passageiro. O sangue do corte respingou e a placa de metal que pesava em sua testa caiu sobre sua vista. Mudou de faixa e estacionou no Adahil Barreto.

Na entrada do parque uma gata amamentava seus filhotes.


5



Seu olhar triste fitava o copo d’água sobre o criado-mudo. Depois se desviou para o cadáver sobre a cama. Ela não tinha domínio de si. Ela não estava em si. Apenas olhava. A corrente de prender cachorro.  A coleira com um cadeado no estilo dominatrix.
Calculou a distância do corpo para o copo. Quase possível alcançar. Quase. Se esticasse bem as mãos era capaz de chegar a poucos centímetros de matar a sede.
Aquela jovem deveria ter lutado tanto. Em seu dedo anular uma aliança brilhava. Uma grossa aliança de ouro.
Houve um tempo em que ela medira a intensidade do amor na espessura da aliança. Como estivera errada. Sobre a cama, ao lado do corpo, uma outra aliança. Decerto a dele. Ele que era diferente. Ele que era gentil. Ele, o que ela pensara ser o seu príncipe encantado. Lembrava-se daquele rosto bonito com um sentimento nauseado. Era ele o inventor daquela sala de tortura. Que tipo de monstro faria uma pessoa morrer daquela maneira? Pior, como era possível um monstro travestir-se de homem bom e sair por aí matando mulheres? Por que ela não confiou na própria intuição? Lá dentro, bem dentro do coração ela sentia que algo estava errado ali. Ele era perfeito. Gostava das mesmas músicas que ela. Dos mesmos livros. Gostava de novela! Parecia recém-saído de um sonho, aquele desconhecido que quebrara sua mão, seu coração, tudo que havia de mais delicado nela.
As paredes eram revestidas de carpete para abafar o som. Daquele lugar só era possível sair por uma escada que dava para uma porta em forma de alçapão. Um porão, era provável. Porões ficam sob casas. Será que ele morava em cima? Teria família? Crianças? E um terror crescente subiu pelas suas costas toldando-lhe a visão.
Chorou desolada, as grossas lágrimas sumindo no tapete azul-marinho.


 
6


 
"18/09/2016.
 
Ele me convidou para jantar. Nem acredito. Acho que mesmo na hora em que estivermos no restaurante eu ainda vou duvidar. Eu o amo tanto! Dizem que amor pede tempo. Eu não acho. Ou melhor: há dois tempos, o chronos e o kairós. E o meu tempo de amar é o kairós. Eu amo esse homem desde a primeira vez em que o vi na aula de Teoria da Literatura I. Fico pensando no que faz uma pessoa trocar o curso de Medicina pelo de Letras. E ele estava no sexto semestre! É muita coragem! Mas eu acho que faria o mesmo.
Preciso parar de pensar que fui uma presa fácil. Primeiro porque ele não é um bicho (risos), depois eu sequer permiti que ele me beijasse. Não beijo de língua. Selinho até que eu dei alguns (risos) mas não passou disso.
Como é mesmo aquela música do Davi Duarte?

“Valeu a pena esperar por você...

Valeu a pena. Mesmo. Ele é tão lindo. Inteligente. Sensível. Temo decepcioná-lo com a minha inexperiência. Preciso de coragem para ser diferente. Minhas amigas têm razão, demonstrar meus sentimentos só vai fazer com que ele se afaste de mim. Foi assim com os outros, por que com ele seria diferente? O problema sou eu, a minha pieguice, minhas inseguranças. E eu quero esse homem por toda a minha vida.
Acho que vou usar o vestido vinho com o colar de pérolas.

 
 
Fechou o diário e olhou para o próprio rosto no retrovisor. Ainda via aquela caligrafia elegante, bem como as mãos escrevendo tudo que ele sempre quis ouvir na vida.
Como pôde não perceber que aquela mulher oferecida no carro era uma encenação? Que vagabunda esperaria sete meses para sair com um homem bonito, rico e dono de uma blazer? Não! Ela era diferente! Era modesta, doce, incapaz de ficar com um homem por interesse. Era ela! A mulher por quem ele esperava desde a juventude! No entanto ele não se sentia culpado, foi a raiva quem lhe tirou o juízo. Ela entenderia. Quando contasse tudo ela entenderia.
Ele leu as páginas mais antigas do diário e o encanto cresceu. Havia tanta beleza naquelas palavras. As recordações eram tão puras. Pareciam ter sido escritas por uma menina. Um sentimento lindo como ele nunca vira. Havia fotos dele, na cantina, no auditório, em sala. Ela o fotografava em segredo. Que amor. Ela era um amor. E ela o amava.
E o sentimento represado há muito tempo em seu peito transbordou em torrentes de sonho e de desejo.  Sentia muito. Sentia mesmo. De verdade. Enfim, o grande, único e verdadeiro amor!
Recolocou o diário dentro da bolsa azul e deu partida no carro.



(Continua)
 
 





 

 



 
Srta Vera
Enviado por Srta Vera em 10/07/2016
Reeditado em 19/09/2016
Código do texto: T5693686
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