UMA LOURA À JANELA -32
– Esta é uma parte desta... desta pequena aventura que eu lamento: a necessidade de matar Verna Vale. Ela era uma mulher excepcional. A única mulher que sempre amei. Mas, ultimamente, transformou-se numa idiota, apaixonando-se por qualquer um que aparecesse à sua frente! Não era mais a moça simples de Nebraska. Não era mais a jovem e pura atriz... por quem me apaixonei quando a vi atuar em O Beijo do Vampiro.
Um pensamento assaltou a mente de James Todd: como a maior parte dos criminosos, aquele assassino vaidoso gostava de exibir sua astúcia. Muito bem! Se pudesse fazer com que ele continuasse a falar, ganharia tempo e alguma coisa poderia acontecer. Uma pequena oportunidade era tudo o que pedia. Então, acendeu o fogo da vaidade de seu interlocutor:
– Bem inteligente de sua parte a maneira como matou Darrell Desmond. Por que o eliminou? Poderia ter conseguido o que queria, sem precisar matá-lo.
O assassino replicou, com os olhos brilhando:
– Ele era um sórdido chantagista. Mesmo que as coisas tivessem corrido como eu planejara, teria de matá-lo mais cedo ou mais tarde. Era um idiota! Decretou seu próprio fim, quando insinuou de antemão que me obrigaria a elevá-lo novamente à condição de astro... Mas nada disso tem importância agora.
– E quanto a John Sanders? Por que o matou?
– Ele me ameaçou! Disse que, se alguma palavra ofensiva a Verna Vale saísse da minha boca, mandaria prender-me pelo assassínio de Darrell Desmond. Foi preciso tirá-lo do meu caminho. E, agora, esta garota, Mary Brown, não quer dar ouvidos à razão. Sendo assim... Bem, agora, chegou a sua vez de falar. Quero que fale tudo o que sabe sobre o caso...
O bandido interrompeu-se, assustado, ao ouvir uma pancada súbita na porta. Largou a caixa de fósforos, rasgou um pedaço de esparadrapo de um pequeno rolo e grudou-o na boca de James.
– Por via das dúvidas... – Murmurou e saiu do quarto.
continua na próxima sexta-feira