UMA LOURA À JANELA - 26
CAPÍTULO DOZE
ENGANADO!
Sentado ao volante de seu carro, James Todd acendeu calmamente um cigarro.
Já fazia quase meia hora que ele estava ali, a uma quadra do edifício onde Verna Vale morava. Falava para si mesmo que todo bom detetive particular tinha de ter paciência e seguir sua intuição. E, naquele momento, sua intuição lhe dizia que a atriz iria sair nos próximos minutos. Sua intuição também lhe dizia que ela iria entrar em contato com o homem que estava encobrindo. Possivelmente, iria até a casa dele.
Uns dois minutos mais tarde, um táxi parou em frente ao prédio. Verna apareceu e entrou no táxi.
James sorriu. Sua intuição estava correta. O detetive deu a partida no motor e seguiu o táxi.
Durante uns quarenta minutos, James seguiu o táxi por um verdadeiro labirinto de ruas e avenidas. Então, desconfiado, emparelhou seu carro com o outro veículo e acenou para o motorista, pedindo que ele parasse. Depois, saltou do carro, foi até o táxi, olhou para o banco de trás e soltou uma praga.
Estava vazio!
– Onde está a mulher que o senhor apanhou no Edifício Lennox? – Indagou James.
– Aqui dentro é que ela não está! – Respondeu o taxista, com cinismo.
– Isso eu já percebi, amigo...
– Ela me falou que o senhor provavelmente iria me parar... em algum momento da corrida. Daí, deu-me cem dólares e pediu-me para brincar um pouco de gato e rato com o senhor. Numa curva, diminuí a velocidade do carro; e ela saltou. – O motorista fez uma pausa. Em seguida, completou: – O senhor não sabe do que são capazes essas mulheres...
James Todd soltou nova praga. Como fora estúpido! Verna Vale o enganara.
* * *
Em menos de vinte minutos, James fez o caminho de volta ao Edifício Lennox. Entrou no prédio e subiu os degraus de dois em dois, desprezando o elevador.
– Se ela estiver aqui, eu a levarei comigo! – Rosnou James consigo mesmo. – Nem que seja preciso arrastá-la pelos cabelos! Como pude me deixar enganar por essa mulher?!
James bateu, com força, à porta do 4-B. Ninguém respondeu. Tornou a bater. Novamente, ninguém respondeu.
O detetive esperou alguns segundos. Então, forçou a porta. Estava trancada.
– É óbvio que não voltou! – Resmungou James. – Deve estar falando com o assassino! – E agora? Que faço? Penso que devia seguir o conselho que ela me deu e dedicar-me somente a escrever meus romances policiais.
Por alguns segundos, James ficou desconcertado, sem saber o que fazer. Verna Vale o ludibriara. E ele se deixou levar como um escolar que é enganado pela namoradinha.
De repente, lembrou-se da chave que ela lhe havia dado.
– Vou entrar, para dar uma olhada. Talvez possa descobrir algum indício de seu paradeiro...
continua na próxima sexta-feira