UMA LOURA À JANELA - 23

James leu o telegrama:

“ACABO DE CHEGAR A SAN FRANCISCO PT

COMEÇO AGORA TRABALHAR NO CASO PT

LOWELL HOMEM PERIGOSO PT SE TEM

NEGÓCIOS COM ELE TOME CUIDADO PT

DONALD FOLSON”

James sorriu. Quer dizer que Frank Lowell era um sujeito perigoso? Perigoso até que ponto? Seria capaz de meter uma faca nas costas de alguém que atrapalhasse seus negócios?

Decidido, tirou o fone do gancho e discou o número que Lowell lhe deixara. Não havia mal algum ter uma nova conversa com o diretor da Superior Films.

O detetive ficou espantado, ao ouvir uma voz muito familiar dizer do outro lado da linha:

– Escritóriio de Frank Lowell. Quem fala?

– Mas que diabos está fazendo aí, tenente O’Connor? – Indagou James.

– Ah, é você de novo? – Replicou o policial. – Eu deveria imaginar que você estaria aqui ou, pelo menos, ligaria...

– Está querendo dizer que Frank Lowell foi assassinado?!

– Tentaram matá-lo. Ao voltar do almoço, o secretário o encontrou caído no chão, com um ferimento no ombro e um enorme galo na cabeça. Julgando-o morto, telefonou para nós. Dessa vez, o assassino não foi bem-sucedido. Mas começo a pensar que, se não o pegarmos logo, é bem provável que acabe matando a metade dos habitantes desta cidade.

– Como aconteceu?

– Lowell pressentiu que havia alguém do lado de fora do seu escritório, no corredor. Foi verificar. O assassino o atacou nesse momento. Lowell conseguiu desviar-se e recebeu a facada no ombro. Engalfinhou-se com o atacante, que socou sua cabeça contra a parede. Perdeu os sentidos e só recobrou a consciência há poucos instantes, depois da nossa chegada. Naturalmente, poderia ser um ladrão comum. Porém, tenho o palpite de que é o mesmo sujeito que procuramos. Lowell não está de todo recuperado, para poder responder às nossas perguntas. Desconfio de que ele sabe mais ou menos quem o atacou...

O tenente O’Connor interrompeu o que estava dizendo, lembrando-se de que fora James quem ligara para lá e perguntou:

– Que negócios você tem com Lowell, para ligar para ele?

James respondeu, sem titubear:

– Esqueça isso, tenente. Eu ia comunicar-me com ele, para falar a respeito de uma indagação que ele me fez. Mas é algo sem importância. Pode esperar.

James desligou e, deixando escapar um longo suspiro, falou para si mesmo:

– Esse ataque muda todo o nosso quadro, afastando as suspeitas de Frank Lowell. O caso torna-se cada vez mais complicado. Já me sinto derrotado! Assim que tenho um possível suspeito, ele é logo descartado... ou é morto ou atacado! O melhor que tenho a fazer é ter uma nova conversa com Verna Vale. Talvez eu consiga convencê-la a falar mais alguma coisa. Era o que eu já devia ter feito há mais tempo...

Nesse instante, Tommy Logan entrou no escritório, trazendo sanduíches e uma garrafa de leite.

continua na próxima sexta-feira

R F Lucchetti
Enviado por R F Lucchetti em 15/04/2016
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