UMA LOURA À JANELA - 20
James dirigiu-se para o seu escritório. Talvez houvesse lá um policial esperando por ele, mas precisava correr esse risco.
Nenhum policial o esperava, nem telegrama alguma de Folson... Entretanto, Tommy Logan tinha novidades.
– O tenente O’Connor telefonou quatro vezes e ordenou que o senhor ligasse para ele assim que chegasse – informou Tommy, quando James entrou no escritório. – O sr. Lowell também ligou. Pediu que pusesse um batalhão de homens à procura da srta. Brown. Disse que ela precisa ser encontrada antes da oito horas da noite. Falou também que dinheiro não é problema e que está disposto a pagar o que o senhor pedir, contanto que a encontre antes dessa hora.
James soltou um resmungo. Estava desapontado por Folson não haver respondido ainda ao seu telegrama. E pouca atenção deu ao pedido de Frank Lowell. Ficou em dúvida se deveria ligar para o tenente O’Connor. Achou que era o melhor que tinha a fazer.
– E então, tenente, o senhor nunca dorme? – Perguntou o detetive, à guisa de cumprimento. – Meu assistente disse que o senhor estava ansioso para falar comigo.
– Dormir?! – Rosnou o policial, do outro lado da linha. – Como posso dormir, se de minuto a minuto um homem é esfaqueado nesta cidade? Estou surpreso de não ter recebido ainda nenhuma ligação dizendo que você foi esfaqueado!
– Que o leva a temer pela minha segurança, tenente?
– Não é caso para brincadeiras – a voz de O’Connor adquiriu um tom soturno. – Alguém neste caso anda atrás de você. Já recebemos três telefonemas... dizendo-nos como você arquitetou a morte de Darrell Desmond. E, poucas horas atrás, recebemos uma carta, dando maiores detalhes do crime. Nessa carta, há algumas informações bastante interessantes. Por exemplo: Darrell Desmond era marido de Verna Vale, os dois casaram-se secretamente; a srta. Vale também é esposa de John Sanders. Verna e Sanders nunca se divorciaram. Portanto, ela é bígama. Quando soubemos disso, decidimos interrogar Sanders a respeito. No entanto, antes que pudéssemos interrogá-lo, o assassino já havia selado seus lábios para sempre. Logicamente, você já sabia tudo isso, não é?
James nada disse.
– Você foi procurar Sanders em seu apartamento – continuou o policial – e soube que ele tinha sido assassinado. Um dos policiais que estavam vigiando o local o reconheceu e me contou. Escute... Ainda não percebeu que está trabalhando para cair nas mãos do assassino? Na terceira ligação que recebemos, disseram que você matou John Sanders porque ele sabia demais sobre a morte de Darrell Desmond... Até agora, não deixei chegar nada aos jornais. Mas, tão logo cheguem à imprensa os nomes de Darrell Desmond e Verna Vale, vai haver escândalo. Mais cedo ou mais tarde, o assassino avisará um jornal, acusando você. Então, terei de prendê-lo!
– Entendo, tenente. Eu irei até e vou informá-lo de tudo o que sei. Antes, porém, quero ter uma conversa com Verna Vale. Depois, irei diretamente para aí.
continua na próxima sexta-feira