Tragédia Carnavalesca – Terceiro Ato
O amor que tinhas por Ana deixaste no Carnaval
Após aquelas alfazemas que cobriam as contas do azul e branco
E os milhares de beijos roubados às pressas antes da chuva caída.
Trocaste tudo por um romance carnavalesco
Saiu com mais de 400 contos só pra cerveja e
Espumantes beijos.
Situações amorais
O sacerdote o excomungará na quarta de cinzas
As moças que estavam lá de tênis e tranças despenteadas tão lindas
De purpurina na boca e olhos de rímel
Eram as mais dançarinas e mais
Convidativas ao amor despretensioso
Contudo, após todos os dias de ardor juvenil
Entregue às delícias de Atenas,
A força abrupta se esgotou nas carícias desmesuradas
Onde afogou a última insistência carente
Num sorriso discreto de um canto de boca convidativo.
Agora, inevitável ressaca
Remendos de ossos vibrando de volta ao divã
Interpelado por psicanalistas
Que fariam perguntas grotescas
E a melhor coisa da vida :
Aquelas obrigações laborais da segunda pela manhã
Insistente martelo cotidiano
Porém, esse que dá a farinha do dia-a-dia.