NOVELA "CIDADE MARAVILHOSA"- QUARTO CAPÍTULO
"CIDADE MARAVILHOSA"
QUARTO CAPÍTULO
NOITE- FOZ DO IGUAÇU
O vulto do homem se aproxima rapidamente das moças e o sangue de Clarice congela de pavor.
Clarice:
Flavinha, vamos sair daqui agora.
Quando as moças subiram na moto, o homem com voz grossa anuncia o assalto.
Ladrão:
Nem pensa em dar a partida, porque vocês já estão na minha mira, belezinhas!
Clarice:
Fala logo o que o senhor quer e nos deixe em paz!!!
Ladrão:
Não é que a dondoca têm coragem!?
Dá até vontade de brincar com vocês! Hahahaha!!!
Flavinha:
Moço, pelo amor de Deus, leva a minha moto, o dinheiro... Mas não nos faça nenhum mal.
Nesse momento o ladrão sente alguém chegar por trás e quando vai virar, leva uma coronhada na cabeça e instantaneamente fica tonto, deixando a arma cair no chão. Perplexas as moças assistem toda a cena. Um rapaz então sem pensar duas vezes, pega a arma do chão e aponta para a cabeça do marginal.
Renato:
Têm que ser muito froxo mesmo, pra mexer com duas garotas no meio da noite!
Moça pega o celular e liga de pressa pra polícia.
Flavinha apanha o celular e disca o numero da polícia, com a voz nervosa a moça explica o ocorrido com dificuldade.
Ladrão:
Seu miserável, me deixe em paz!!!
Renato:
Por acaso não tem medo de morrer seu pilantra!?
Acabo com você aqui mesmo.
Clarice:
Não, não, não!!! Por favor moço, isso não é necessário!
Daqui a pouco a policia chega e dá um jeito nesse marginal.
Já pode ouvir os barulhos das sirenes policiais e o rapaz fica nervoso.
Renato:
Tomem essa arma, não quero ficar aqui.
Apontem em direção a esse vagabundo!
Clarice:
Nem sei como agradecer... Posso saber pelo menos o seu nome?
Renato:
Muito prazer, me chamo Renato.
Clarice:
Me chamo Clarice Cavalcanti e aquela é a minha amiga Flavinha.
Renato:
A conversa está deliciosa, mas preciso mesmo ir. Não deixem o meliante escapar!
Renato sem cerimônia some no escuro da noite e Clarice aponta a arma para o ladrão. Os carros de polícia param em frente à moto e o delegado Ascânio desce do automóvel.
Ascânio:
Podem baixar essa arma, vamos!
Joga ela no chão com cuidado e levantem as mãos, coloquem em cima da cabeça onde eu possa ver!!!
Clarice faz o que o delegado pediu e coloca as mãos sobre a cabeça, com cuidado Flavinha desce da moto, o ladrão fica olhando para o chão.
Flavinha:
Senhor policial, fui eu mesma que liguei para a emergência.
Esse homem tentou nos assaltar, usando essa arma que a minha amiga jogou no chão.
Ascânio:
E como vocês conseguiram a proeza de desarmá-lo!?
Clarice:
Eu sei que o senhor está pensando que estamos com esse marginal, mas no meio do assalto surgiu um rapaz chamado Renato, que deu uma coronhada na cabeça do ladrão e conseguiu desarmá-lo!
Pode acreditar policial, se estivessemos do lado desse meliante, não teria sentido algum a Flavinha ter ligado justamente para a polícia né!?
Ascânio:
Poupe os seus esforços, vocês irão esclarecer essa história toda na delegacia.
Os policiais algemaram o ladrão e as duas moças e foram em carros diferentes para a delegacia. Chegando lá, Clarice e Flavinha foram direto para a sala de Ascânio.
Ascânio:
Então quer dizer que vocês não têm ligação alguma com aquele marginal?
Clarice:
O senhor já está testando a minha paciência!!!
Flavinha:
Clarice se acalme, que nervosa só vai acabar piorando a nossa situação. Senhor delegado, estavamos eu e a minha amiga paradas no acostamento, quando esse bandido nos abordou!
Ascânio:
Sim, essa parte da história vocês já me contaram, o que não se encaixa de forma alguma, foi essa quarta pessoa que se quer estava na cena do ocorrido! Quem é esse tal de Renato!?
Clarice:
Delegado não podemos responder a sua pergunta, porque não sabemos da resposta.
Pela graça divina, esse homem surgiu do nada e conseguiu desarmar o ladrão! Se não fosse ele, eu nem sei o que poderia nos ter acontecido!!!
Nesse instante um policial entra na sala portando alguns papéis e entrada para Ascânio. O delegado começa a ler com atenção os documentos.
Ascânio:
Bom, verificando a ficha de vocês... Posso concluir que está limpa!
Não tenho flagrante e nem mesmo motivo para manter vocês aqui na minha delegacia.
As duas amigas se olham com uma expressão de alivio e se abraçam.
Clarice:
O que o senhor vai fazer com relação aquele criminoso que está lá fora? Não pensa em prede-lo!?
Ascânio:
Aquele individuo tem a ficha mais suja que “pau de galinheiro”, vou prender e esperar a decisão da justiça. Com certeza que ele vai amargar longos anos em uma penitenciaria.
Flavinha:
Ufa! Ainda bem, já pensou eles resolverem soltar esse bandido!?
Não teriamos mais paz!
Ascânio:
Estou soltando as mocinhas, mas mesmo assim vou ficar de olhos bem abertos, essa história de assalto e Renato, estão muito mal contadas.
Clarice:
Somos moças de bem senhor delegado, para ter ideia sou filha de Jorge Cavalcanti!
Ascânio:
Sei. E quem é esse tal homem!?
Flavinha:
Humm!!! pelo jeito o senhor não acompanha muito as colunas sociais e nem é ligado em programas de fofocas.
Ascânio:
Não gasto o meu tempo, acompanhando besteiras!
Clarice:
Estou começando a gostar do senhor hahaha!!!
Gente fútil não tem nada a acrescentar em nossas vidas.
A conversa está ficando boa, mas já podemos embora!?
Ascânio:
Podem sim garotas, mas andem pela sombra...qualquer deslize saberei. Podem pegar os seus pertences na recepção!
As moças se despedem de Ascânio e saem aliviadas da sala, no corredor o ladrão ainda está aguardando o interrogatório e fica olhando fixamente para Clarice. Após apanharem os documentos as amigas saem pela porta da frente da delegacia e sobem na moto.
Flavinha:
Para onde vamos!?
Clarice:
Vamos para a sua casa, não estou preparada para enfrentar a tsunami que deve estar a mansão dos Cavalcanti.
Flavinha liga a moto e pilota em direção ao seu apartamento. Na mansão o clima ainda está tenso.
Raquel:
Jandira, à noite pra mim terminou.
Estou arrasada.
Parece que um caminhão me atropelou.
Jandira:
Deite e descanse amanhã você conversa com a sua filha e resolve tudo.
Raquel:
Resolver?
Resover o que? Me diz?
Amanhã cedo, os jornais estarão forrados de fotos e matérias falando desse escândalo.
Meu Deus o Jorge não vai me perdoar!
Jandira:
Tome esse chá e relaxe, amanhã tudo vai se resolver senhora.
Jorge com uma cara feia observa o movimento da sua festa e sua secretária Mônica se aproxima silenciosa.
Mônica:
Está se sentindo bem Jorge?
Jorge:
Claro que não, essa noite foi o fiasco do ano!
A minha imagem sempre vai ser vinculada a esse circo.
Mônica:
Só por essa cena da sua filha?
Isso não foi nada, ela até ajudou com o escândalo, divulgar a sua imagem.
Jorge:
Que imagem?Não restou imagem alguma!
Mônica:
Pare de ser dramático Jorge, ainda têm uma imagem de poderoso, rei das estrelas e dos flashes, celebridade em evidência.
Vai por mim, depois desse escândalo vai ser mais procurado que o governador do Paraná! Hahahahaha!!!
Jorge:
É... Até que faz sentido Mônica!
Você como sempre conseguindo me animar.
Mônica:
Sou muito eficiente patrãozinho!
Hahahaha!!!
Jorge e Mônica se beijam longe dos olhares dos jornalistas e terminam à noite badalada, com muita luxúria na casa da piscina.