NOVELA "CIDADE MARAVILHOSA"- TERCEIRO CAPÍTULO
"CIDADE MARAVILHOSA"
TERCEIRO CAPÍTULO
NOITE- Rio de Janeiro
No outro lado da linha, Joana Pimentel Fontinelli parece estar chorando.
Joana:
Filho!? Graças a Deus que atendeu o seu telefone.
Aconteceu uma coisa terrível!!!
Rafael:
O que aconteceu Dona Joana!? O mundo acabou?O Brasil entrou na Terceira Guerra Mundial?
Joana:
Pare de fazer piadas Rafael!
Estou no hospital, seu pai está muito mal e acaba de entrar na sala de cirurgia!
Nesse momento o rapaz boa vida cai das nuvens e a preocupação toma o seu coração, o seu tão querido pai corre um grande risco de vida.
A cabeça do pobre Rafael parece que vai explodir e em Foz do Iguaçu o circo está montado e o espetáculo já vai começar. Raquel fica vermelha de tanta vergonha e tenta tirar o microfone da mão de
Clarice. Jorge não conseguia se mexer e de longe faz sinal para que os seguranças resolvam o barraco.
NOITE- Foz Iguaçu
Raquel:
Você não vai conseguir estragar a nossa noite!
Clarice:
Nossa? Tem certeza que essa noite é sua!?
Papai nem liga pra senhora!!!
No meio da confusão, a amiga de Clarice, Flavinha consegue subir no palco e segura a amiga desajuizada.
Flavinha:
Amiga, larga esse microfone.
Olha o escândalo!
Clarice:
Não estou me importando com escândalo, esse bando de sangue suga adora esse tipo de show!!!
Jorge:
Pare com isso Clarice, se não vou ter que lhe arrancar à força!
Flavinha:
Calma Clarice, você esta com a cabeça quente. Vamos entrar e conversar.
Clarice:
Não! Eu quero ver o circo pegar fogo!
Raquel olha bem séria para Clarice e não controla a sua fúria, desce um tapa no rosto da filha e todos ficam espantados.
Raquel:
Já pra dentro sua louca!!!
Clarice fica assustada com a atitude da mãe e começa chorar, Flavinha pega uma toalha e envolve a amiga. Os flashes não param e Jorge não sabe o que fazer pra concertar o escândalo.
Diogo, o organizador da festa e amigo da família fala pro DJ soltar a música na pista. As luzes começam a piscar, a música eletrônica toca forte e os convidados vão dançar na grande pista montada no jardim.
Raquel estava sem chão e vai abraçar o marido, só que o doutor se afasta da perua.
Jorge:
A culpa é toda sua Raquel! Toda sua.
A pobre mulher rica chora e a empregada Jacira vai consolar a matriarca.
Jacira:
Não fique assim patroa, são coisas de adolescentes.
Fazem coisas sem pensar!
Raquel:
Não sei onde eu errei, acho que dei muito mimo a essa menina.
Jacira:
É... Realmente mimo demais, estraga.
Na mansão Flavinha entra no quarto com Clarice em prantos.
Flavinha:
Clarice! Onde você estava com a cabeça?
Ficar totalmente pelada no evento do seu pai!!!
Clarice:
Estou cheia dessa palhaçada toda, desse glamour todo.
Tenho nojo de tudo isso!
Flavinha:
Não fale assim amiga, são seus pais e isso tudo.
É a sua vida!
Clarice:
Eu não sei quem sou em meio a tudo isso Flavinha.
Sabe que eu vou fazer!? Vou sair...
Flavinha:
Calma, eu vou com você.
As duas se arrumam e descem às escadas do hall, todos estão no jardim e nem sinal de Raquel por perto.
Clarice:
Está de moto Flá?
Flavinha:
Sim, aonde vamos!?
Clarice:
Pra longe desse circo!
Quero encontrar o pessoal da nossa companhia de teatro, só isso me faz esquecer esse mundo nojento. Vamos.
Flavinha acelera e sai com a sua moto pela porta dos fundos da mansão. A rua repleta de jornalistas, a moto passa em meio aos flashes e câmeras de TV.
Clarice:
Acelera Flavinha!
Aceleraaa!!!
Flavinha acelera na pista, desviando loucamente dos carros à sua frente.
Clarice:
Uhuuwww!!!
Isso que é viver!!!!
No momento em que a moto está em alta velocidade, o passado retorna novamente a mente de Flavinha e a moça diminui a velocidade e encosta na estrada.
Clarice:
O que houve? Porque encostou!?
Flavinha:
Me desculpe amiga, são aquelas lembranças novamente.
A rua está escura e de repente as duas percebem uma movimentação estranha no mato. Um vulto de um homem sai por trás dos arbustos, deixando o clima de tensão no ar.