O homem e o queijo
O principal modo de produção da cidade do Homem, dessa historia, é o queijo artesanal. Todas as manhãs, tardes e noites o queijo faz parte da alimentação das famílias dessa cidade. O homem adorava queijo e ao sair pelo mundo levou aquele cheiro impregnado em suas narinas. Embora gostasse de queijo, o homem odiava o cheiro dele presentes nas mulheres daquela cidade onde foi habitar.
Sempre que conversávamos o homem me dizia: - Essas mulheres têm cheiro de queijo. O queijo achava-se impregnado em suas narinas. Ainda que ele gostasse de comer queijo aquelas mulheres lhe causavam náuseas. Eu já narrei a história de amor desse homem. Ele é aquele que foi se esconder atrás de uma menina buscando amenizar uma dor. O homem ignorou nessa menina o cheiro de queijo permanente em suas narinas. Ela sem saber da repugnância do homem pelo cheiro de queijo nas mulheres cunhou-se por nome: mozzarella.
Nos bilhetinhos de amor largados na bolsa do homem, escrevia: - De sua sempre Mozzarella. Além disso, ela fazia questão de frisar que estava branca como o próprio nome que atribuíra a si. O homem pegava as cartas de amor com indiferença e largava-as jogadas dentro de sua bolsa em desalinho.
Quando juntos, o homem devorava-a como os queijos expostos às mesas de sua cidade natal. Como sabemos, ao comer demais queijo o final certo é náuseas. Assim o homem ficava ao finalizar suas necessidades fisiológicas. Ele abraçava seu travesseiro querendo tirar aquele cheiro de queijo passado em sua cama, mas era impossível. A mulher lá estava: queijo branco, misturado com mozzarella.
A mulher achando-se preferida narra suas histórias de amor para suas amigas que lhe desejam felicidades e boa sorte. O homem, aquele que não conseguiu segurar o coração pulsátil, também não conseguiu trazer para seus amigos que dormia ao lado de uma Mulher com cheiro de queijo branco com mozzarella.