A Lenda de Scarborough
Capítulo 10 -Casamento Real
Enquanto suspiros profundos vertiam da alma da pobre Lhya, Constança - a princesa prometida de Jonatham - era só alegria.
Todos no reino estavam felizes aguardando o dia tão esperado do casamento. Tudo estava sendo preparado com o máximo de cuidado para a cerimônia. O palácio reluzia em beleza. Contudo o príncipe Jonatham se entregava à caminhadas solitárias.
Havia nas proximidades do castelo um eremita com quem ele gostava de conversar e se aconselhar e que durante a infância fora seu mestre. Já era véspera de seu casamento quando resolveu procurá-lo para contar-lhe as inquietudes de seu coração, ao que o eremita respondeu:
-Você e somente você poderá decidir seu caminho. Ouça a voz de seu coração. Se será mais feliz com Constança como rei ou com Lhya como um simples pastor.
-Eu não consigo imaginar minha vida sem Lhya. Durante o tempo que estive lá, aprendi que apesar de aqueles aldeões viverem com simplicidade eles são muito felizes. Não buscam riquezas apenas o necessário para o dia - a - dia. Mas, por outro lado serei injusto com a Constança se a abandonar.
Com toda sabedoria de que era capaz o ancião o aproximou de um belo canteiro de flores e disse-lhe:
-Nossa vida é como as flores. Somente são belas quando bem cuidadas. Flores feias são resultado ações de descaso.
-Ah, mestre! Todos os dias o meu coração me diz a decisão que devo tomar. Mas o que ele me pede para fazer, o meu povo consideraria uma loucura. A Constança mal a vi. Eu não a conheço. Como poderei estar ao lado dela com o pensamento voltado para aquela que salvou minha vida e no momento mais difícil esteve ao meu lado?
-Não será apenas gratidão o que você sente por ela?
-Não, Não Mestre! É um sentimento mais nobre e profundo. É acordar a cada manhã e ver que falta um pedaço de mim. É sentir o coração ardendo em dor e não sei mais o que de tão inexplicável e sobrenatural...Mas se eu seguir meu coração, estarei dando as costas para o meu povo. E isso eu não quero. Foi para liderá-los que eu fui treinado.
-Não, Jonatham! Você foi treinado para discernir o que é melhor para seu povo, para ser um grande guerreiro. E só poderá ser um bom líder, se conseguir resolver seus próprios conflitos.
-Meu pai reconhece que Lhya salvou minha vida, mas disse que se me casar com uma aldeã, eu jamais serei seu herdeiro.
-Onde está o guerreiro forte que treinei? Onde está tua coragem Jonatham? Não direi o que deve fazer, apenas repito, siga o seu coração.
A tarde já caia. O sol se punha majestoso atrás das montanhas. Jhonathan se despediu do ancião e agradeceu seu conselho.
Quando chegou ao palácio, já estava escuro. Ficou observando as estrelas pontilhadas no céu. Sentia o coração angustiado. Aquela noite teria que se decidir, não tinha mais tempo. Quando o sol despontasse pela manhã seu destino tinha que estar traçado.
O dia amanheceu lindo. Céu muito azul completado por um sol radiante. Os passarinhos cantavam no alto das árvores. Tudo despertava na mais completa felicidade. A Itália se recobria das cores mais belas para comemorar o casamento do filho do Imperador. Os criados a muito tempo já estavam em pé arrumando os últimos detalhes para a festa. A noiva Constança já estava enfeitada com as mais belas jóias e com o vestido mais lindo que uma princesa pode sonhar em possuir.
Na Catedral de Ravena, convidados elegantes começaram a chegar. Pouco a pouco aquele lugar sagrado ficou repleto. Apenas quem ainda não fora visto, fora o noivo. Os minutos foram passando e ninguém sabia do paradeiro do jovem. Todos já começavam a ficar inquietos.
O mestre, com que o príncipe conversara na tarde anterior, entro pelos fundos da Catedral, sem fazer alarde. Caminhou diretamente até o aposento onde a Princesa Constança estava e pediu que chamassem o imperador.
Desdobrou então um pequeno bilhete e começou a lê-lo:
"Princesa Constança,
Sei que hoje é um dia muito especial para você e não tenho o direito de fazer isso. Perdoe-me se estou indo embora e deixando-a no altar. mas não seria sincero com você e muito menos comigo. Estaria ao seu lado, mas meus pensamentos estariam com outra pessoa. Jamais poderia fazê-la feliz e muito menos sê-lo ao seu lado. Há muito tempo compreendi que as riquezas e os palácios nada importam.
Meu pai, eu abro mão de todas as minhas riquezas, peço – lhe somente que cuide de Constança. Poderá desposá-la com um de meus irmãos. Deixo minha herança e tudo o que possuo a eles, assim como meu direito de sucessor seu como Imperador. Desejo de coração, que sejam felizes como eu serei feliz.
Adeus.
Jonatham"
Um grito de dor rompeu de Constança enquanto seu corpo caía por terra. Não que ela amasse loucamente a Jonatham, mas sonhara em ser feliz ao lado dele. Aquela ferida levaria algum tempo para cicatrizar.
Capítulo 10 -Casamento Real
Enquanto suspiros profundos vertiam da alma da pobre Lhya, Constança - a princesa prometida de Jonatham - era só alegria.
Todos no reino estavam felizes aguardando o dia tão esperado do casamento. Tudo estava sendo preparado com o máximo de cuidado para a cerimônia. O palácio reluzia em beleza. Contudo o príncipe Jonatham se entregava à caminhadas solitárias.
Havia nas proximidades do castelo um eremita com quem ele gostava de conversar e se aconselhar e que durante a infância fora seu mestre. Já era véspera de seu casamento quando resolveu procurá-lo para contar-lhe as inquietudes de seu coração, ao que o eremita respondeu:
-Você e somente você poderá decidir seu caminho. Ouça a voz de seu coração. Se será mais feliz com Constança como rei ou com Lhya como um simples pastor.
-Eu não consigo imaginar minha vida sem Lhya. Durante o tempo que estive lá, aprendi que apesar de aqueles aldeões viverem com simplicidade eles são muito felizes. Não buscam riquezas apenas o necessário para o dia - a - dia. Mas, por outro lado serei injusto com a Constança se a abandonar.
Com toda sabedoria de que era capaz o ancião o aproximou de um belo canteiro de flores e disse-lhe:
-Nossa vida é como as flores. Somente são belas quando bem cuidadas. Flores feias são resultado ações de descaso.
-Ah, mestre! Todos os dias o meu coração me diz a decisão que devo tomar. Mas o que ele me pede para fazer, o meu povo consideraria uma loucura. A Constança mal a vi. Eu não a conheço. Como poderei estar ao lado dela com o pensamento voltado para aquela que salvou minha vida e no momento mais difícil esteve ao meu lado?
-Não será apenas gratidão o que você sente por ela?
-Não, Não Mestre! É um sentimento mais nobre e profundo. É acordar a cada manhã e ver que falta um pedaço de mim. É sentir o coração ardendo em dor e não sei mais o que de tão inexplicável e sobrenatural...Mas se eu seguir meu coração, estarei dando as costas para o meu povo. E isso eu não quero. Foi para liderá-los que eu fui treinado.
-Não, Jonatham! Você foi treinado para discernir o que é melhor para seu povo, para ser um grande guerreiro. E só poderá ser um bom líder, se conseguir resolver seus próprios conflitos.
-Meu pai reconhece que Lhya salvou minha vida, mas disse que se me casar com uma aldeã, eu jamais serei seu herdeiro.
-Onde está o guerreiro forte que treinei? Onde está tua coragem Jonatham? Não direi o que deve fazer, apenas repito, siga o seu coração.
A tarde já caia. O sol se punha majestoso atrás das montanhas. Jhonathan se despediu do ancião e agradeceu seu conselho.
Quando chegou ao palácio, já estava escuro. Ficou observando as estrelas pontilhadas no céu. Sentia o coração angustiado. Aquela noite teria que se decidir, não tinha mais tempo. Quando o sol despontasse pela manhã seu destino tinha que estar traçado.
O dia amanheceu lindo. Céu muito azul completado por um sol radiante. Os passarinhos cantavam no alto das árvores. Tudo despertava na mais completa felicidade. A Itália se recobria das cores mais belas para comemorar o casamento do filho do Imperador. Os criados a muito tempo já estavam em pé arrumando os últimos detalhes para a festa. A noiva Constança já estava enfeitada com as mais belas jóias e com o vestido mais lindo que uma princesa pode sonhar em possuir.
Na Catedral de Ravena, convidados elegantes começaram a chegar. Pouco a pouco aquele lugar sagrado ficou repleto. Apenas quem ainda não fora visto, fora o noivo. Os minutos foram passando e ninguém sabia do paradeiro do jovem. Todos já começavam a ficar inquietos.
O mestre, com que o príncipe conversara na tarde anterior, entro pelos fundos da Catedral, sem fazer alarde. Caminhou diretamente até o aposento onde a Princesa Constança estava e pediu que chamassem o imperador.
Desdobrou então um pequeno bilhete e começou a lê-lo:
"Princesa Constança,
Sei que hoje é um dia muito especial para você e não tenho o direito de fazer isso. Perdoe-me se estou indo embora e deixando-a no altar. mas não seria sincero com você e muito menos comigo. Estaria ao seu lado, mas meus pensamentos estariam com outra pessoa. Jamais poderia fazê-la feliz e muito menos sê-lo ao seu lado. Há muito tempo compreendi que as riquezas e os palácios nada importam.
Meu pai, eu abro mão de todas as minhas riquezas, peço – lhe somente que cuide de Constança. Poderá desposá-la com um de meus irmãos. Deixo minha herança e tudo o que possuo a eles, assim como meu direito de sucessor seu como Imperador. Desejo de coração, que sejam felizes como eu serei feliz.
Adeus.
Jonatham"
Um grito de dor rompeu de Constança enquanto seu corpo caía por terra. Não que ela amasse loucamente a Jonatham, mas sonhara em ser feliz ao lado dele. Aquela ferida levaria algum tempo para cicatrizar.