A Lenda de Scarborough
Capítulo 5 -O Navio estrangeiro
Muito a contragosto Lhya reuniu o rebanho e levou-o até as pastagens. Seu desejo era continuar ao lado do desconhecido velando por seu sono.
Ela ficou horas sentada junto a colina, tocando sua flauta, enquanto observava as ovelhas.
-Você toca muito Bem! –exclamou uma voz a sobressaltando.
-O que faz aqui? ¬ perguntou ela ao ver o jovem sobrevivente se aproximando.
-Seu pai não colocou nenhuma restrição quanto a caminhar pela aldeia.
-Não é isso. - disse ela com um sorriso – Quero dizer, você não deveria estar repousando?
-Eu já estou melhor. Se continuasse deitado mais um pouco, teria enlouquecido de tanto sonhar. –disse ele enquanto se sentava na relva ao lado de Lhya.
-E você conseguiu lembrar-se de alguma coisa?
-Infelizmente não. As imagens são muito confusas. Eu não lembro nem do meu nome. –disse ele com uma voz triste.
-Por isso não. Nós encontraremos um nome para você!- falou Lhya tentando descontrair a situação.
- Eu já pensei em alguns –disse ele recuperando o senso de humor -Garoto perdido, Aparecido, náufrago... Qual você escolhe?
-Desculpe-me, mas nenhum combina com você. Eu tenho uma opção. Eu já ouvi uma história sobre um moço que sobreviveu a um naufrágio...
-E eu aposto que ele também perdeu a memória. – interrompeu o jovem.
-Ei, isso está virando obsessão!
-Ah, Lhya! Você não sabe o que é se esquecer de tudo!
-Tudo bem. Você acertou. Ele também perdeu a memória.
-Então antes que você se esqueça, como era o nome do tal moço?
- Ele se chamava Bryan! Posso te chamar de Bryan?
-Só se ele recobrou a memória no final da história.
-Isso eu não me lembro!
-Está bem. Estou vendo que você também já está com a memória fraca. Pode me chamar de Bryan. Pelo menos agora eu tenho um nome. Prazer em conhecê-la senhorita Lhya, sou Bryan! –disse ele fazendo uma reverência.
Lhya riu de seu gesto, mas de repente ficou paralisada.
-Por favor, se esconda. Rápido! –disse enquanto tomava as mãos de Bryan e rolava para trás de uma pedra que os protegeria.
-Do que estamos fugindo? –perguntou ele assustado, olhando para todos os lados e não vendo nenhum perigo iminente.
-No mar. – disse Lhya apontando o minúsculo objeto que ia aumentando de tamanho à medida que se aproximava da praia.
-Estamos em uma região à beira mar. –Falou Bryan – Não é comum navios passarem por aqui?
-Eles atracam diretamente em Scarborough. Desde que estamos aqui, nunca vimos um barco atracar nessa margem. Mas esse está vindo diretamente para cá.
Eles observaram o navio que se aproximava da região onde alguns homens da aldeia lavavam as redes de pesca.
Havia uma bandeira bem visível na embarcação. Ela tinha dois pássaros desenhados no centro. As asas da ave se abriam amplas, sendo formadas por minúsculos brasões. E sobre os pássaros havia um crucifixo.
Com uma pequena bandeira branca, os navegantes atracaram em terra firme. Depois se aproximaram dos pescadores e após alguns minutos de conversa, eles se despediram, tão rápido quanto haviam chegado.
Os pescadores recolheram seus pertences e também se afastaram.
-Precisamos saber o que aconteceu – disse Lhya, já ficando em pé.
Bryan e Lhya chegaram à aldeia ao mesmo tempo que os pescadores. Esses olharam para Bryan com desconfiança e mantiveram as expressões lívidas, enquanto Henry se aproximava para saber o que tinha ocorrido.
-O que aconteceu?
-Uma embarcação estrangeira atracou aqui. Não sabemos de onde eram, mas estavam à procura de sobreviventes de um naufrágio. -Disse um dos pescadores, cujo nome era Frank.
Lhya olhou para Bryan alarmada. Seu pai fez a pergunta que ela não conseguiu fazer.
-E o que vocês disseram?
-Que não tínhamos visto nada. –respondeu olhando para Bryan – Espero que não se zangue conosco. Mas como você perdeu a memória, não podíamos entregá-lo a eles. Podiam ser seus amigos, mas também podiam ser seus inimigos.
-Entendo perfeitamente. –respondeu Bryan – E agradeço por isso. Vocês agiram corretamente.
-Só tem um problema. – disse Ruan, que também estava com os pescadores. – Alguns guardas do xerife estavam com a tripulação. Se eles nos reconheceram, estamos em grave perigo.
Henry deu suspiro profundo. Quanto a isso não havia nada que pudessem fazer. Apenas rezar muito, para que não fossem descobertos.
Capítulo 5 -O Navio estrangeiro
Muito a contragosto Lhya reuniu o rebanho e levou-o até as pastagens. Seu desejo era continuar ao lado do desconhecido velando por seu sono.
Ela ficou horas sentada junto a colina, tocando sua flauta, enquanto observava as ovelhas.
-Você toca muito Bem! –exclamou uma voz a sobressaltando.
-O que faz aqui? ¬ perguntou ela ao ver o jovem sobrevivente se aproximando.
-Seu pai não colocou nenhuma restrição quanto a caminhar pela aldeia.
-Não é isso. - disse ela com um sorriso – Quero dizer, você não deveria estar repousando?
-Eu já estou melhor. Se continuasse deitado mais um pouco, teria enlouquecido de tanto sonhar. –disse ele enquanto se sentava na relva ao lado de Lhya.
-E você conseguiu lembrar-se de alguma coisa?
-Infelizmente não. As imagens são muito confusas. Eu não lembro nem do meu nome. –disse ele com uma voz triste.
-Por isso não. Nós encontraremos um nome para você!- falou Lhya tentando descontrair a situação.
- Eu já pensei em alguns –disse ele recuperando o senso de humor -Garoto perdido, Aparecido, náufrago... Qual você escolhe?
-Desculpe-me, mas nenhum combina com você. Eu tenho uma opção. Eu já ouvi uma história sobre um moço que sobreviveu a um naufrágio...
-E eu aposto que ele também perdeu a memória. – interrompeu o jovem.
-Ei, isso está virando obsessão!
-Ah, Lhya! Você não sabe o que é se esquecer de tudo!
-Tudo bem. Você acertou. Ele também perdeu a memória.
-Então antes que você se esqueça, como era o nome do tal moço?
- Ele se chamava Bryan! Posso te chamar de Bryan?
-Só se ele recobrou a memória no final da história.
-Isso eu não me lembro!
-Está bem. Estou vendo que você também já está com a memória fraca. Pode me chamar de Bryan. Pelo menos agora eu tenho um nome. Prazer em conhecê-la senhorita Lhya, sou Bryan! –disse ele fazendo uma reverência.
Lhya riu de seu gesto, mas de repente ficou paralisada.
-Por favor, se esconda. Rápido! –disse enquanto tomava as mãos de Bryan e rolava para trás de uma pedra que os protegeria.
-Do que estamos fugindo? –perguntou ele assustado, olhando para todos os lados e não vendo nenhum perigo iminente.
-No mar. – disse Lhya apontando o minúsculo objeto que ia aumentando de tamanho à medida que se aproximava da praia.
-Estamos em uma região à beira mar. –Falou Bryan – Não é comum navios passarem por aqui?
-Eles atracam diretamente em Scarborough. Desde que estamos aqui, nunca vimos um barco atracar nessa margem. Mas esse está vindo diretamente para cá.
Eles observaram o navio que se aproximava da região onde alguns homens da aldeia lavavam as redes de pesca.
Havia uma bandeira bem visível na embarcação. Ela tinha dois pássaros desenhados no centro. As asas da ave se abriam amplas, sendo formadas por minúsculos brasões. E sobre os pássaros havia um crucifixo.
Com uma pequena bandeira branca, os navegantes atracaram em terra firme. Depois se aproximaram dos pescadores e após alguns minutos de conversa, eles se despediram, tão rápido quanto haviam chegado.
Os pescadores recolheram seus pertences e também se afastaram.
-Precisamos saber o que aconteceu – disse Lhya, já ficando em pé.
Bryan e Lhya chegaram à aldeia ao mesmo tempo que os pescadores. Esses olharam para Bryan com desconfiança e mantiveram as expressões lívidas, enquanto Henry se aproximava para saber o que tinha ocorrido.
-O que aconteceu?
-Uma embarcação estrangeira atracou aqui. Não sabemos de onde eram, mas estavam à procura de sobreviventes de um naufrágio. -Disse um dos pescadores, cujo nome era Frank.
Lhya olhou para Bryan alarmada. Seu pai fez a pergunta que ela não conseguiu fazer.
-E o que vocês disseram?
-Que não tínhamos visto nada. –respondeu olhando para Bryan – Espero que não se zangue conosco. Mas como você perdeu a memória, não podíamos entregá-lo a eles. Podiam ser seus amigos, mas também podiam ser seus inimigos.
-Entendo perfeitamente. –respondeu Bryan – E agradeço por isso. Vocês agiram corretamente.
-Só tem um problema. – disse Ruan, que também estava com os pescadores. – Alguns guardas do xerife estavam com a tripulação. Se eles nos reconheceram, estamos em grave perigo.
Henry deu suspiro profundo. Quanto a isso não havia nada que pudessem fazer. Apenas rezar muito, para que não fossem descobertos.