O ladrão de café - 1º capítulo: "Ilusão ou simplesmente doideira"
Um jovem oficial da marinha francesa de nome Gabriel-Mathieu François D´ceus De Clieu, estava de licença em Paris pronto para embarcar rumo a Martinica , então colônia francesa no Caribe.
De Clieu logo imaginou Martinica como a ilha de Java, que continha enormes plantações de café. Enquanto ele planejava a rota, somente uma coisa realmente vinha em sua cabeça: café, café, café e mais café.
Enquanto isso, seu amigo de muitas viagens e parceiro de convés chamado Charles de Roma gritava e quase berrava o nome de De Clieu:
– Gabriel, Gabriel...
Charles começou a falar cada vez mais alto:
– Capitão De Clieu, De Clieu acorda! Vem trabalhar, me ajude aqui!
Charles fica com raiva e pega um balde de madeira, enche de água de um barril ao seu lado e joga a água em De Clieu gritando:
– De Clieu, acorda, vai trabalhar. Planeja a rota aí, quer afundar o navio?
De Clieu responde: – Eu estou trabalhando! Charles joga o balde na cabeça De Clieu.
– Acorda pra vida, amanhã partiremos para a Martinica. Se não tiver comida nem água bastantes para toda a viagem, morreremos de sede e de fome .
– Isso é trabalho seu! Porque você jogou um balde na minha cabeça?
– Você estava é sonhando acordado! Responde Charles, confuso.
– Será a Martinica? Será que lá é igual à ilha de Java, repleto de plantações de café? Perguntou De Clieu para Charles.
– Provavelmente, talvez, não sei, quem sabe, eu nunca fui lá. Charles respondeu.
"– Bem, e se eu pegar um pedacinho da planta de café no jardim botânico Royal, eu peço para o rei Luiz XI, ele me dá um pedacinho da planta de café, eu levo para a Martinica a planto e depois eu fico rico, rico, rico, talvez com sorte mais rico do que..." – pensou De Clieu, que em seguida falou quase gritando:
– A França!
– França, mais o que tem a ver a França com o café? Pergunta Charles.
– O rei Luiz deve ter vários pés de café , um pedacinho só não faria falta, um pequeno galho de café do jardim botânico de Royal não faria falta alguma. Respondeu De Clieu.
– Você acha que o rei Luiz iria lhe dar uma planta de café? Perguntou Charles.
– Não custa nada tentar, um quarto da planta, um simples galho de café não faria falta alguma. Respondeu De Clieu.
– Você roubará a planta? Pergunta Charles.
– Não, eu vou pedir a planta de café emprestado. Roubar é o plano B entendeu ? Respondeu De Clieu.
– Sim! Tudo bem! Quando nós voltarmos da Martinica você, abre as aspas “pedirá a planta de café do rei Luiz XIV emprestado” fecha as aspas. Falou Charles.
– Não, porque eu seria burro a ponto de ter que fazer duas viagens pro mesmo lugar? Eu iria perder muito tempo. Disse De Clieu.
– Se você quer ir lá, rápido, então me ajuda? Questiona Charles.
– Quer saber, ajudo! Afirma De Clieu.
De Clieu pega a vassoura, varre o convés e a joga no chão falando: – Pronto, ajudei!
– Rá, Rá, Rá, muito engraçado. Charles fala, rindo sarcasticamente.
– Olha tome cuidado, se não eu te jogo para fora desse navio! Exclamou De Clieu.
– Você que quer roubar a planta de café do rei, eu não tenho nada a ver com esse seu plano do café. Disse Charles enquanto se movimentava pelo convés.
– Está bem. Mas se o meu plano der certo e a planta der muito dinheiro, todo ele será somente meu. Falou De Clieu.
– Está bem, mas não vou ganhar nada capitão? Pergunta Charles com um sorrisinho na boca.
– Nada. Tudo somente meu. Respondeu De Clieu.
– Mas nada de nada? Está bem, melhor ser pobre do que ser preso ou torturado pelos guardas reais. Falou Charles.
– Vai aonde capitão? Charles de Roma pergunta, ao ver De Clieu saindo.
De Clieu responde:
– Eu irei roubar a planta de café do rei Luiz VIX, ou será melhor dizendo, eu irei pedir a planta de café do jardim botânico Royal do rei.
– Ah tá! Se você trouxer a planta eu vou lhe dar todo o meu salário. Falou Charles.
– Está apostado. Responde o capitão De Clieu.
– Mas e a Martinica? Perguntou Charles.
– Lembre - se de que eu sou o capitão deste navio, ele não vai sair sem mim. Respondeu De Clieu.