Uma Mente de Criança — Capítulo 1 – Parte 4
Aposto que se você estivesse no lugar do garoto, também teria achado que a pessoa a frente dele fosse um anjo, mas logo ele pode ver que estava enganado.
Uma mulher de feições delicadas mantinha-se imóvel, exibia um brando sorriso na face. Duas asas parecidas com as de abelhas se movimentavam lentamente às suas costas soltando faíscas coloridas. Numa das mãos havia uma varinha de condão.
— Oi, menino — disse ela usando novamente o tom que emanava segurança.
O pequeno não conseguiu responder, mal pode se mexer, conseguiu apenas executar um rápido tremor que perpassou todo o corpo.
A mulher aumentou o sorriso ao ver que o menino não conseguia se movimentar.
— Pobre menino. Logo estará melhor — usou um tom materno.
Sem mais palavras, se aproximou do menino e se ajoelhou sobre a terra empapada. Não se importou em sujar a calça jeans, fez apenas se aproximar com os lábios da perninha machucada.
— Um beijinho para sarar — falou ela.
E o osso saltado do pequeno moveu lentamente para a posição que sempre deveria ter ficado.
Mais uma vez a mulher deu um beijinho no menino, mas agora na bochecha encardida.
O corpinho foi tomado por uma cor azulada. Os olhinhos piscaram mais rápido.
A mulher se levantou e, em seguida, o menino. Ele esticou a perna machucada e surpreendeu-se com ela curada. Passou a palma da mão algumas vezes pelo tornozelo e não sentiu nada de errado. Olhou para a desconhecida.
— Você é uma fada? — se surpreendeu com o som da própria voz, dita com tanto vigor e que há muito não escutava. Sentiu-se envergonhada por ter feito a pergunta. As bochechinhas coraram e os olhinhos fitaram o chão.
— Sim — falou ela.