A Cidade dos Esquecidos (Capítulo 19: Inspiração) - versão antiga

Como escritor, Nícolas se sentia sem inspiração e disposição para escrever algo que pudesse ser apreciado. Na escuridão dos corredores da casa vazia ele percorreu sua solidão. Até que o fantasma de Snypes começou a lhe aparecer em todos os corredores da casa.

- Oi Sr. Alves. Vamos conversar?

- Porque não?

Respondeu, perguntando Nícolas, sorrindo.

Nícolas e Snypes encaminharam-se para o porão debaixo do cemitério.

- Fala aí. Beleza, rapaz? - começou Nícolas, sacaneando Snypes.

Quando Snypes começou a falar, foi interrompido pelo escritor.

- Tive uma súbita vontade de escrever. A solidão me fez bem.

Confessou, sorrindo.

Despediu-se de Snypes e subiu as escadas para o cemitério. Snypes, que, apesar de estar planejando uma conversa com Nícolas à semanas, perdeu a vontade de conversar com ele naquele porão escuro daquele dia quente e ensolarado. Dias quentes e ensolarados não eram propícios à existência de fantasmas nebulosos e cinzentos com rancor pelos vivos no vazio onde antes batia um coração. Enquanto imergia nas trevas do porão, Nícolas emergia da escuridão das escadas do porão para a luz do sol que iluminava a grama verde do cemitério. Correu para o escritório no último andar, abriu seu velho computador vinho e começou a digitar.

Ulisses Alves
Enviado por Ulisses Alves em 27/04/2014
Reeditado em 20/11/2015
Código do texto: T4785007
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