A Viola (Novela ) O Conto da Viola Chorosa 16 de março...
Noite gloriosa, vaga_lumes ao noturno brilhavam, tudo festajavam.
Beija-flores sugavam suas flores. Fragância, perfume, suavidade,
na calma da alma. A vida na terra nordestina se acentuava, mas
como sempre calor, tréguas não lhe dava."Chuva venha, com pingos
d'água". Dorinha da viola chorosa, colocou os pés no chão, mais um
dia de luta. De manhã, o sol estralando, seus raios, norte, sul, leste e
oeste, na terra seca, apontavam, nuvens se encaixavam, nada de
chuvas, lamentavam. Pedro acordou numa euforia, quanta alegria!
Hoje, grande dia para ele seria. Arrumou, o melhor traje do guarda
roupa, colocou. E que elegância, estava tão feliz, feito uma criança.
Quê pressa! O café, engoliu e todo atrapalhado, quase foi descalçado.
Num espelho meio quebrado, o cabelo penteou. Do pai Aurélio,
despediu-se e logo a eles iria contar a novidade. Dorinha da viola
chorosa, seu instrumento espanou, das cordas vocais tratou, gargarejou,
pois para o show, teria que tudo preparar, cantar, tocar e ao público
agradar. Dorinha , estava muito contente, ela vai cantar no barzinho
novo da cidade chamado Esplanada, "o cantinho da moçada." Era lá
que a sua música iria inaugurar. O pai Aurélio, do pequeno celeiro cuidou,
Os bichos faziam o maior alvoroço.
Pedro na casa de Lucinda chegou, por volta das 8:30 da manhã. Sempre
foi muito educado e na porta, meio torta, bateu, por ela chamou, ansioso.
Laerte a porta abriu, não estava muito bem, sentindo muito calafrio. Pediu
para que Pedro entrasse e sentasse. Tinha que os nervos acalmar, para a
conversa não gaguejar. Lucinda veio toda sorridente, bem trajada, cheirosa,
parecia uma princesa, toda glamurosa. Os dois beijaram e muito se
apertavam, pois com saudade, abraçavam. Pediu que aos pais chamasse.
Começou ali um diálogo:
_ Bom dia meu sogro e minha sogra! Como estão?
Responderam:
_ Estamos bem Pedro, graças ao bom Deus que está nos céus, só Laerte, que
não está se sentindo bem, mais já lhe dei o remédio.
_ Dona Sônia e seu Laerte, fiz uma prova, eu e o amigo Douglas, a
melhor nota tiramos, uma bolsa de estudos ganhamos.
_ Vamos para São José dos Campos... sabem, sou louco por aviação e meu
amigo também, e lá vamos estudar sobre aviões, tudo na teoria e também
prática, temos muitos estudos pela frente. Deus nos abençoou, conseguimos
notas boas. Laerte e dona Sônia, ficaram muito felizes pelo Pedro. Como
filho o tratavam, pois alegria só lhe davam. Contou tudo a eles, que iriam
fazer suas vidas, estudar. Já tinham emprego, trabalhar com o tio do amigo
Douglas, num armazém. Mais a principal conversa, ainda estava por vir.
Pedro disse aos pais de Lucinda que não gostaria de ir sem ela, a amava
muito. Disse que todos vão trabalhar e com Lucinda logo pretende se casar.
Os pais ficaram pensativos, mais que para a filha, um novo começo,
grande incentivo. Mais no fundo já sabiam, que segurar Lucinda com
19 anos, não poderiam mais. Moça formada e muito bem criada. Os país
aceitaram, Pedro e Lucinda juntos a uma grande viagem. A emoção a
todos tomou. Não eram para seu Laerte e dona Sónia se preocuparem.
Cartas irão escrever, dando-lhe notícias e sempre que puderem, visitá-los.
Que felicidade, nos olhos da face de um povo desemparado e ao mesmo
tempo tão desgarrado, desafio improvisado.
Um brilho diferente, novos horizontes, novo pôr do sol.
Luciana Bianchini