A Viola (Novela ) O Conto da Viola Chorosa 14 de março...
Tudo estava calmo, sereno, como um rio descendo sobre as pedras lentamente, trazendo a beleza a cordas vocais de Dorinha da viola brilhantemente.
A música tomava seu lugar, se fazendo presente todo instante em sua vida.
Uma simples noite, punha a brilhar, saindo de vento em polpa do belo cantar. Cada tom musical, pássaros de galho em galho saltitavam, brincavam, e a alegria de uma manhã com o sol a cintilar. Um sertão, um povo a lamentar, Deus a suplicar. Dorinha não só cantava para os amigos, mais também em pequeno bares da cidade, o pai sempre a filha acompanhava e cada dia que passava dos filhos se orgulhava. "O amor de um caminhoneiro" na boca do povo já estava. Dorinha com sua música, seus corações tocava, daquela gente desolada de uma vida tão amargurada.
Logo na primeira semana a estréia de Dorinha da viola em barzinhos nas redondezas, o sucesso mostrava. A face de pura alegria de um sonho almejado e com força de vontade e sabedoria alcançada e a Deus exclamava. " Olho para o céu e agradeço ao senhor por cada dia, passei até pela escuridão e o senhor veio me deu o dom da canção. O sucesso da filha, foi se arrastando pelos bairros a fora. Começou a ganhar dinheiro em barzinhos cantando e foi aos poucos a família ajudando.
Pedro sentado à beira da porta, lia uma revista que falava sobre aviação, enquanto escutava do quarto a irmã cantarolar aquela canção e que bela inspiração. Pedro quer seguir seus pensamentos com a tão sonhada profissão. O pai que já tinha chegado do trabalho. Acabou de se banhar e com o filho começou a conversar:
_ Pedro, meu filho querido, é o seu grande sonho, te dou apoio e o meu consentimento.
Mesmo os filhos, sendo de maiores, nunca desacataram uma decisão do pai.
Sempre foram muito obedientes.
_ Meu pai agradecido o que o senhor tem feito por mim sempre, e a mamãe, quê saudade!
_ Mesmo diante de tantas dificuldades o senhor e a mamãe sempre se esforçavam e da alma tiravam, para nos dar o que comer.
_ Sim meu filho, verdade.
_ Então Pedro, peço a Deus que te guarde, teus sonhos filho, agarre e que de suas mãos nunca espapem, deixei meu sonho voar e pela vida arrancar filho, hoje estou na lavoura. Aproveite a sua mocidade, e vá Pedro e que os anjos e arcanjos lhe acompanhem.
_ Obrigado pai pelo incentivo e lhe afirmo, ainda o senhor irá me ver dentro de um avião pilotando ao céu "sobrevuando" minhas emoções.
Ali, pai e filho abraçaram-se emocionaram-se. O dia foi duro de muito trabalho sol a sol.
Enquanto isso, Dorinha da viola ensaiava sua música e não via ora da noite chegar. A noite calorosa se fazia fulgurante do luar nupcial cantante. Até os bichos dançaram e piavam. Amanheceu e todos acordaram afoitos. Pedro o café tomou depressa que a irmã tinha feito e saiu. Foi até a casa de Lucinda conversar. Bateu a porta, quem atende é o pai dela, seu Laerte, 55 anos, homem de aparência afável, com todos muito amigável, gentil e educado, pediu que Pedro sentasse. Um diálogo surgiu:
_ Como vai seu Laerte! Tudo bem com o senhor?
_ Estou bem Pedro graças a Deus, tirando esta dor em minhas pernas, que todos os dias eu sinto, vou levando e na fé caminhando.
_ Mas logo o senhor há de melhorar.
_ Obrigado Pedro!
Seu Laerte foi chamar a filha Lucinda. Veio toda sorridente e chegando perto do namorado lhe deu um beijo de carinho alegremente.
A casa de Laerte era simples, sua mãe se chamava Sônia, de 43 anos a sua idade não aparentava e aos homens da cidade a desejavam. Laerte tinha um ciúmes arretado de Sônia, mas ela sempre o respeitava e nem bola a esses homens ela dava. O pai de Lucinda trabalhava na roça e tinha uma pequena plantação de feijão, mais que a metade tinha secado, devido ao intenso calor da cidade nordestina e que as meses não chovia.
Sônia pegava algumas roupas para costurar, era a família muito dedicada, tinha a casa sempre arrumada. Pedro falou sobre o assunto com a Lucinda sobre a viagem que teria que fazer, mas tinha uma vontade imensa de levá-la junto. Ela a idéia adorou, amou, mais como falar com seus pais, que Lucinda iria com o namorado? Os dois então combinaram de marcar um dia, para conversarem com os seus pais desta viagem, que tinha um propósito, seus estudos e sua formação. Não iria sem a Lucinda. Queria com ela seguir, lutar por uma vida melhor na cidade grande. Os horizontes estavam se abrindo, contemplando a canção de uma melodia. O desejo de Pedro, ficar junto com a namorada, vida tranquila, porto seguro do mundo la fora.
Luciana Bianchini