A Viola (Novela ) O Conto da Viola Chorosa 13 de março...
Quê noite iluminada, pois para Dorinha tudo brilhava, o céu
falava, a lua com o escuro fofocava. Nova etapa da vida
de Dorinha surgia, que logo realizaria. Já cedo, calor imenso.
Oh! Pobre cidade desemparada, tinham que, infelizmente,
acostumar, com esta vida tão dolorosa, mais são de alma corajosa.
Mas que solução? O jeito era viver nesta lamentação.
Seu Aurélio, levantou-se, o café já estava servido na mesa e bem
arrumado, a filha tinha puxado a mãe, tão zelosa. O pai sentiu
aquele cafezinho fresco feita por Dorinha, se entusiasmou e logo
o café prontificou-se a tomar e seguiu galopar. Pedro, já estava
de pé, cuidou da criação e correu para tentar alcançar o pai.
Pedro tinha uma grande paixão pela aviação. Um desejo em mente,
seguir sempre em frente. Lá foram os dois para a lavoura.
No caminho, Pedro começou uma conversa com seu Aurélio:
_ Pai! O senhor já sabe que eu tenho adoração pela aviação?
_ Mesmo filho? Isto é muito bom.
_ Então, estou querendo prestar concurso e já imaginou meu pai,
se eu passar, estudar e conseguir me formar?
Aurélio olhou para o filho, ficou pensativo, meio que sem resposta.
Um medo lhe bateu a alma. Solidão. Tinha receios dos filhos o deixarem.
O pai só balançou a cabeça e continuaram a galope até chegarem a
lavoura. Dorinha ficara em casa arrumando o almoço
providenciando, da viola e da música cuidando. Estava tendo
dificuldades com alguma notas, mais isso logo ia tirar de " letra",
devido à grande capacidade e vontade. Era uma linda canção,
quando acabou de ler, sentiu tanta emoção, pois nesta melodia tinha
o nome de sua mãezinha, Mariinha. O nome da música se chamava:
O Amor de um Caminhoneiro
Na minha estrada da vida, caminhoneiro
eu era de longa data. Viajava nas madrugadas
mais frias, e me pegava a lembrar, o quanto seu
amor me aquecia. Mais de uma certeza eu tenho,
de teu lindo amor, ganhar um dia!
Oh! Vem amor ,saudade amor, me aquece (refrão)
em noites frias
Oh! Vem amor, saudade amor, me aquece
por favor.
Minhas noites eram tristes e vazias. A Deus eu
encerrava o dia, mais o seu amor ao senhor, era
o que eu mais queria. Meu amor, saiba que a minha
vida é muito sofrida e com a estrada dividida.
Dentro de um caminhão, levo minha solidão perdida,
Oh! Vem amor, saudade amor, me aquece (refrão)
em noites frias.
Oh! Vem amor, saudade amor, me aquece
por favor.
Do perigo da minha estrada eu sempre tinha, mais
eu servia um Deus, que sempre nestes lugares me
guardaria e ao senhor eu pedia para que o nosso
amor o destino um dia nos juntaria. Sou caminhoneiro e
sempre sozinho, eu lá ia. Mais eu confiava no meu Deus.
que nestas noites escuras, me guardaria.
Oh! Vem amor, saudade amor, me aquece (refrão)
em noites frias.
Oh! Vem amor, saudade amor, me aquece
por favor.
Mais que tristeza me invadia, pois da minha amada
eu nunca me esquecia. Do meu amor, muitas cartas
recebia e sempre que eu podia, respondia. E nesta carta
eu dizia, Mariinha, vida minha, sou teu por onde eu for,
e uma coisa, vou lhe dizer, não vivo sem você.
Sou do mato do campo regado.
Sou um caminhoneiro caipira, apaixonado e pela meu
amor, sempre fui amado. FIM!!!
Dorinha chorou, pela linda música que o pai compôs,
tinha o nome da sua mãe, que ele tanto amou.
Esta belíssima canção ela cantou e tocou ao seu
pai, assim que chegou mostrou. Seu Aurélio muito
contente e alegre ficou de ver a filha sua música cantar.
Um desejo que sempre quis. Dorinha era muito talentosa,
herdou realmente o dom do pai, verdadeira artista.
Luciana Bianchini A Viola
( Novela)
O Conto da Viola Chorosa
12 de março...
Dorinha da viola chorosa, cedo acordou e bem disposta se espreguiçou.
Pedro, já com 19 anos de idade, de pé encontrava, bem alinhado e arrumado ele andava. O pai Aurélio, todos os dias se levantava mais cedo. O café estava posto na mesa, exatamente como Mariinha fazia com amor e carinho. O pai na face escondia a miséria e a pobreza da terra seca. Aurélio teve que ficar em casa na parte da manhã a resolver algumas coisas, para voltar ao trabalho. Pedro ficou na lavoura a cuidar dos animais e deles tratar. Dorinha, a viola, pendurava na maçaneta da porta com um fio bem forte, feito corda. O pai alguns papéis antigos arrumava, pois havia anos que guardava, uma raridade, preciosidade. Sua filha, a casa ajeitava. Dorinha aproveitou que o pai se encontrava em casa. Chamou-o, resolveu lhe fazer uma pergunta, que desde que sua mãe faleceu a intrigou.
Um diálogo entre pai e filha.
_ Meu pai querido, tenho algo a lhe dizer, o senhor poderia me responder?
_ Sim, minha filha! Pode perguntar, estou curioso.
_ Porque o senhor não quis que a mamãe fosse velada, naquele dia que nos
deixou tão abalados?
_ Filha, eu preferi assim, que ela fosse enterrada no mesmo dia, ver tua mãe ali, a noite inteira, sem poder trazê-la de volta. Iria ser muito para mim, então evitei, mais sofrimentos, me perdoa Dorinha. Lamento!
Dorinha respondeu:
_ Agora posso lhe entender meu pai, pois aquele dia mesmo, ficamos sem noção, estávamos totalmente fora da razão, desesperados. Bom, a dúvida de Dorinha, sobre o porque da mãe não ter sido velada, foi carinhosamente pelo pai explicado, ficou mais aliviada. A filha foi o almoço preparando e das coisas cuidando. Lá chegava Pedro para almoçar e descansar. Sentou-se, o pai e os filhos na mesa, para se alimentarem. Uma mesa feita com algumas madeiras, balançava para lá e para cá, mais nem com isto importavam, pois com a barriga a roncar. Todos estavam tristes, inclusive o povo da cidade nordestina. Seu Aurélio logo se arrumou, seus
pertences pegou, em cima do animal montou ao trabalho se apressou. Pobre homem, mas tinha que dos filhos ainda cuidar e da criação tratar. Pedro, com 19 anos de idade, ajudava o pai na lavoura. O sol castigava a cidade nordestina, o calor ardente, por toda cidade espalhava. Lá vinha o irmão e a Dorinha como sempre com a viola colada ao corpo. Chegavam da escola. Pedro exclamou!
_ Ufa! Da onde vem esse calor, meu Deus, de onde sucedeu?
Dorinha achou engraçado e sorriu para o irmão meio palhaço. Pedro conheceu uma menina na escola por quem se apaixonou, quem sabe o amor ele encontrou? Seu nome Lucinda, 18 anos de idade, sistemática, da cara fechada, vivia emburrada. Mais Pedro, nem ligava, pois era por ela que se apaixonara. Já Dorinha da Viola não queria saber por enquanto de namorar, somente de tocar e cantar e aos amigos encantar. Aurélio conseguiu uma pequena quantia em dinheiro juntar, iria pagar o que ao João do boteco devia. Saindo do trabalho a galope com a Salomé, parou, fundo respirou e ao botequim adentrou.
_ Boa tarde, seu João! O dono do botequim respondeu:
- Olha só, quem é vivo sempre reaparece.
- Vim lhe pagar o que devo.
O João fez as contas e entregou para Aurélio.
Passou o sufoco, pois não via a hora de pagar esta dívida.
Seu Aurélio lhe pediu desculpas e foi embora. Chegando em casa, lá estava Pedro com a namorada Lucinda. Cumprimentou-a e com vergonha a cabeça abaixou. Aurélio nem ligou, muito cansado estava se adentrou. Viu a Dorinha com a viola a tocar e a cantar. O pai se aproximou e o seu segredo a filha revelou.
Surgiu então uma conversa entre os dois:
- Eu também, filha, cantava e tocava, quando tinha mais ou menos a sua idade.
Dorinha os olhos arregalou, espantou, mais ao mesmo tempo alegrou.
- Então me conte pai, como foi que o senhor aprendeu?
Lágrimas na face de Aurélio escorreu, por lembrar um pouco da infância.
- Aprendi como você sozinho, devagar logo já estava eu tocando e cantando, minha filha. Dorinha ficou muito feliz e o pai começou a ensinar sua filha o pouco que sabia e o que aprendeu com a música, seus tons e semitom. Foi até o quarto, uma folha pegou, que guardava em uma escrivaninha, era o seu tesouro, valioso como ouro.
Mas tudo isto tinha uma razão de ser do verbo querer. Era uma música feita por ele, anos guardara. O pai mostrou a letra para Dorinha e disse a ela:
_ Minha filha, leia esta música com muita atenção, que cada palavra possa entrar em seu lindo coração.
_ Esta letra você vai ensaiar... tenho a certeza, é com ela que a todos
você vai muito encantar. Pronto o sucesso de Dorinha da Viola, vinha em vôos arrasantes em uma pequena folha penetrante. Dorinha sonhou e sempre acreditou. De agora em diante, nova estrada, caminhada, nesta nova empreitada. A viola de Dorinha acordara.
Luciana Bianchini