A Viola (Novela ) O Conto da Viola Chorosa 09 de março...
O sol volta com tudo, mais uma vez ao seu
poente ao dispôr da lua, permanentemente.
É o céu de Dorinha da viola que amansa as
cordas delicadamente. A irmã se banhava
para ir a escola, enquanto Pedro sempre
atrasado. Lá iam os dois apressados a
enfrentar 8 km até chegar ao destino. Dorinha
ia e a viola era de extrema companhia.
O pai Aurélio e mãe dona Mariinha, diziam
sempre aos filhos, que esta distância, nunca
os deixem cansados e que isto nunca venham
desanimá-los, o estudo é muito importante,
se esforcem, para que um dia se formem.
A formação escolar é essencial para a
o ser humano, neste mundo tão
desumano. O conselho dos país sempre foram
assim ler e estudar sem desanimar, para um
futuro alcançar. Dorinha e o seu irmão, o
cansaço ao pai, nunca mostravam, a tarde
toda na escola passavam. Enquanto isso, o
pai cuidava da carroça velha e a sua eguinha
Salomé, pelas redondezas da cidade, andavam
a vender ovos. Mariinha, com dificuldades,
devido a doença, foi até uma venda comprar
feijão e farinha, era o que sempre comprava,
no final do mês, sempre pagava. No boteco
ela entrou, parou, esperou um instante e olhou.
O dono do boteco, seu Juca, homem robusto,
mais muito ranzinza. Agia sempre corretamente.
Tinha problemas para andar, com uma das
pernas dormente. Surgiu um diálogo entre
Mariinha e o dono do boteco:
__ Boa tarde seu Juca!
__ Eu gostaria de um pacote de farinha e feijão.
Juca respondeu:
__ Boa tarde dona Mariinha! Como vai a senhora?
__ Estou bem obrigada.
__ A senhora desculpe-me, tenho algo desagradável
a lhe dizer.
__ Não vou poder lhe vender mais nada aqui no meu
botequim, qualquer coisa que seja.
Mariinha coçou a cabeça e ficou sem entender.
Parecia que algo ruim estava para acontecer.
Mariinha estarrecida, perguntou:
__ Mais porque?
__ Bom, o esposo da senhora comprou ração
para a sua égua, já tem quase dois meses e até
agora não me pagou.
Mariinha, com lágrimas nos olhos, naquela ora,
sua alma padeceu, entristeceu. Virou as costas,
espantada e foi embora, sem dizer uma palavra.
No meio do caminho, aos prantos ficou, águas da
pura tristeza, uma angústia lhe tomou com frieza.
E agora? O que Mariinha vai dar aos filhos quando
chegarem da escola? Os mantimentos estavam para
acabar.Talvez farinha com feijão, é o que a mãe vai
poder dar. Em casa chegou, muita cansada, sentou-se.
Com as mãos trêmulas, sovavam a vida da face
envergonhada. Respirou fundo sem se conformar,
ergueu sua cabeça ao céu para Deus a interrogar.
É claro que tudo tem um tempo, mais o cenário
daquela vida nordestino a cada semblante,
mostrava-se arruinada. Da escola Dorinha com a
viola, junto aos cadernos bem firmes e amarrados.
Os dois da escola chegavam, com as pernas bem
cansadas. Perto do pai, disfarçavam. Pedro e Dorinha,
gritavam pela mãe com fome. Abriram a porta semi-
aberta e viram a mãe desmaiada, totalmente pálida,
regada da mais pura tristeza, figurava-se ali um
ambiente nordestino e a sua pobreza. Dorinha de tão
desesperada, deixou a viola beirando a mãe e gritou
pelo pai. Pedro se ajoelhava e chorava. Naquele instante,
a vida mudou, chorou a terra, chorou o campo e chorou
a saudade.
Luciana Bianchini