Paixão Proibida

Rio,22/02/14

SEXTA PARTE

Aos vinte e quatro anos e ele apenas treze, fizeram amor debaixo de um arvoredo nos arredores da Trilha do Alcantilado. Desde então, mesmo metido no ócio e na vadiagem se metendo com um homem casado e destruindo uma família, o que causou sua saída da cidade; Via-se agora, recordando os momentos prazerosos que sua voz manhosa citava, o cortejando, ao delírio do prazer, desnorteado que tinham.

Quando levou Eduardo para casa numa noite de tempestade, e Dona Semíramis o esperava ansioso, na varanda da casa, ficou agradecida com seus cuidados, o colocando no patamar de homem de bem Sergio sentiu-se a pior pessoa do mundo, por não ter coragem de dizer-lhe que havia transado, com seu filho.

Eram Evangélicos e, se contasse certamente, o acusaria de pedofilia mesmo que Eduardo tivesse consentido; uma vez sendo menor de idade. Eduardo estava mais tentador do que nunca. Olhos miúdos, lábios finos e nariz pontudo. Os cabelos tão lisinhos quanto sedosos, que a cada movimento mais bruscos deslizavam no ar, ao estilo corte Chanel. A cor dos olhos castanhos. E seu assanhamento atirando-se sobre ele o deixava tão louco de excitação que o abraçou forte, como pediu, pondo-se a deixar uma lágrima rolar derretendo, toda sede de atirá-lo na cama.

Não tinha um pingo de juízo. “E se Dona Semíramis ou mesmo seu pai os surpreendessem? Como ia fazer para dar explicação? Nem pulando a janela posto que morassem numa casa de três andares.”

Mesmo sabendo que era noivo investia sobre ele até alcançar seu objetivo o levar para cama. Era astuto, manhoso e interesseiro. Não se dava por inteiro a uma pessoa só, e isso o irritava.

Na manhã seguinte.

O telefone tocava sem parar e já podia imaginar quem era pelo toque escolhido:

_ Alô!

_ Onde você está Sergio? _ Patrícia se fazia de desentendida: _ Você não vai me devolver o anel para que a gente vá à igreja marcar a data do casamento?

_ Patrícia, que eu me lembre você terminou comigo.

_Meu amor, a gente teve uma briga como tantas por aí, não faça caso para isso, e vem logo, estarei te esperando.

_ Não Patrícia, esquece de min. De uma vez. Será melhor para nós dois.

_ Sergio, você não vai se aproveitar de um momento de fraqueza meu para escapar do compromisso que temos desde a infância.

_ Casamento, se desfaz até na porta da igreja.

Eduardo acordou escutando a conversa posto que ela se alterasse ao telefone celular:

_ Termina logo, com isso e pronto.

Tapou o telefone e disse:

_ Não se mete nos meus assuntos. E fica de bico calado, por favor.

_ Você não vai ficar falando com essa coisa no meu quarto.

_ Psiu! _ Sinal de silêncio: _ Quieto_ Voltou-se a ela que perguntava desconfiada:

“Com quem Sergio estava naquela hora da manhã. Será que era a tal de Luísa Carla? Se fosse ia aprontar o maior escândalo da paróquia na vida dele” _ Pensava.

Sergio desceu após mandar Eduardo tomar um banho. Ele queria que Sergio lhe desse o banho, mas Sergio se negou dizendo que ele era bem grandinho. Dona Semíramis enfiava os doces na compota e o de maracujá, cheirava delicioso:

_ A senhora faz doces para vender Dona Semíramis?

_ Você não lembra que me ajudou a vender na estrada. – Sorriu afetuosa. A aparência madura se tornou mais branda: _E vendeu tudo.

_Ah sim, Dona Semíramis, me lembrei.

Pegou o tacho e o colocou sobre a mesa de madeira envernizada. Tinha traços bonitos apesar da idade avançada com o qual certamente, teve Eduardo. Por isso era tão mole com ele.

_ E o Eduardo. Como o controlou?Não sei como consegue. _ficava encantada:

Foi criada numa família fervorosa que nunca deixou que tomasse conhecimento do mundo cão que se vivia. Ouvia falar uma coisa ou outra, nos jornais, mas, a família sempre apresentou um exemplo de conduta que ensinou serem modestos e econômicos. Não conseguiu passar o mesmo para o filho por causa da intransigência do pai:

Seu Januário era muito severo, de pouca fala e não tinha tempo a perder com conversas fiadas. Trabalhava com a carpintaria e desenvolvia seu trabalho com a mesma ligeireza e perfeição, qual o serviço lhe procurava. Seus trocados eram bem guardados e o que podia pagava o dízimo da igreja, mesmo afastado por conta das bobagens do filho e o restante, empregava na despesa da casa e nas reuniões que faziam com os irmãos que os visitavam por amizade sincera.

Enquanto isso.

Lorena visitava a casa de Mãe Quita em busca de mais trabalhos que a ajudasse terem um filho. Mãe Quita lhe disse no jogo que o próximo passo se daria caso ela recolhesse para o orixá:

_ Como vou fazer isso Mãe Quita?

_ Você teve uma juventude meio desembestada, não foi filha? _ Perguntou movendo os búzios:

_ Sim, eu vivi no meio de umas amizades que me induziram ao caminho da droga. Mas, foi por pouco tempo. Logo conheci o Leonel e ele me ajudou a deixar essas coisas e nunca mais usei.

_ Então, filha. Se você não consegue ter filhos com todo esforço espiritual que fizemos...

_ Sim, mas, como vou fazer isso se o Leonel nem sabe que venho aqui. Deus me livre se souber. Leonel é ateu sabe mãe Quita.

A conversa desenrolou com ela chorando de medo sem saber que atitude tomar. Sua mãe não se importaria, mas o irmão Evilásio iria fazer um inferno. E Evilásio viu quando ela saiu do terreiro nas proximidades de Poço das Antas, e pior havia levado a filha dele e os colegas em seu carro escutando o som alto.

Luísa Carla brigava com Caio porque ele mandou a foto para Patrícia resultando em todos os problemas que estavam tendo. Daniela e Gabriela se meteram na discussão na porta do terreiro interrompida pelo seu pai que a pegou pelo braço enfrentando a irmã que vinha saindo:

Era a última coisa que faltava. Discutiu pouco sendo apartados por Mãe Quita que o deteve o colocando no seu devido lugar. Mandou que seus filhos entrassem e bateu o portão.

Lorena e Evilásio chegaram á pousada discutindo sem parar:

_ Procurando a macumba para resolver uma coisa que bastava você se portar como uma mulher.

_ Você não pode falar nesse tom comigo.

_ Que você conduza sua vida assim, é uma coisa. Agora, levar minha filha para esse antro de...

_Casa Espiritual, Evilásio. Nada demais no que ela faz. E vem ajudando os jovens a saírem das drogas, lhe dando conselhos e levando palavra de amor. Sabe o que é isso, amor?

_ Amor é o que lhe falta para dar a seu marido e encher a barriga de filho. _ Ofendeu-a gravemente, levando-a a perder a força na escada: _ Vou contar tudo para o Leonel que você quer fazer filho à base de mandinga.

_ Volta aqui, Evilásio!

Dona Gertrudes se aproximou testemunhando o desespero dela se agachando e afastando as longas madeixas para trás aos prantos.

- Eu só quero ser mãe Gertrudes. _ Choro convulsivo: - o que há demais nisso.

Adota querida e tudo isso acaba. _ Aconselhou acariciando-a

SÉTIMA PARTE

_: Tanta criança desamparada querendo um lar. Mas daí procurar essas práticas mediúnicas.

_ Muitas crianças é o filho dos outros que amanhã mata a gente, pelo que temos para oferecer.

Gertrudes acalmou-a servindo-lhe um chá. Não ia deixar que dirigisse naquele estado lastimável. E a obrigou se deitar um pouco enquanto ligava para Dona Esmeralda contando o acontecido. Dona Esmeralda se comprometeu ir buscá-la. Nesse ínterim, procurou o esposo que ligava do escritório da pousada para Leonel e não o encontrava, no momento que ela desligou o aparelho, ralhando sério com ele:

_ Não sabia que você era dado aos fuxicos, de Candinha.

_ Estou zelando pela sanidade mental da minha irmã que está enfeitiçada por essa tal Dona Quita, não vê.

_Olha aqui, Evilásio! _ Socou o aparelho no gancho: _ Cada um procura a sorte de vida e de fé, que pretende levar.

_ Você nunca concordou com isso, que novidade é essa?

_ Não somos nada nem ninguém, para se intrometer na vida alheia. Nossa filha dança o ventre no salão da pousada e todos a admira.

_ Coisa que nunca concordei.

_ Mas, deixou. Agora é tarde, o português se interessou por ela e não arreda o pé daqui.

_ A coisa está nesse pé Gertrudes.

Bufou exausta. Explicando que daria tudo para levar a filha para a Europa e extingui-la em turnês, qual não sabia o que ia passar lá fora. Luísa Carla estava dançando no quarto quando o seu pai bateu na porta:

_ Entra.

_ Além desse tal de Sergio por quem você se engraçou o português aqui da pousada, quem mais você deu mole hein minha filha?

_ Pai, eu amo o Sergio e ele sente o mesmo por min.

_ Sua mãe me falou que o português lhe fez um convite.

_ Ah sim, então é isso. _ Agiu com deboche: _ Fez sim, mas eu dei uma tapa na cara dele.

_ Você fez isso sua louca!

_ Ué, veio brigar por causa do convite e agora está defendendo.

_ Ele é o melhor de nossos hóspedes. Não precisava agir com essa grosseria e falta de educação.

_ A falta de educação dele foi muito maior me devorando os seios com olhos enormes.

_ Olha aqui Luísa Carla. Chega desse negócio de ficar dançando aqui. Isso é coisa de moças da casa da luz amarela.

_ Não sou nenhuma prostituta papai, e se danço é porque gosto e não tem nada demais. Se não dançar aqui vou encontrar outro lugar para me apresentar se não a gente enferruja.

_ Você vai é para a igreja de onde nunca deveria ter saído.

_ hahahaha... Fez ela um tanto abusada quando ele saiu batendo a porta: _ vai esperando.

Estava cheia da igreja, não agüentava mais o grupo jovem cheio de preconceitos. E dando conselhos chatos que não servia para nada. Como precisava de Sergio naquele momento, pegou o telefone e ligou para ele. Sergio havia passado o dia inteiro com a família de Eduardo organizando o culto que Dona Semíramis estava preparando na sua casa para apresentar os serviços de sua compota. Sergio aconselhou-a deixar que ele levasse alguns vidros para vender e ela assentiu.

Eduardo ouvia Sergio e no meio da brincadeira o fez desistir das drogas o incentivando a acreditar que seria seu êxtase e ele o seu usuário.

“Eu fui alguém que acreditava no amor”

_ Fala minha querida.

_ Sergio, eu to enfiada na maior arapuca.

_ O que foi agora?

_ Meu pai não quer mais que eu dance aqui na pousada, porque o português ta dando em cima de min.

_ Confesso que eu também, não gosto disso, Luísa Carla. Essa exibição só podia dar nisto.

Eduardo percebeu que se tratava de outra na vida de Sergio, fechou a cara:

_ Você também, vai dar o contra é.

_ Não se trata disso querida. Você é muito bonita, natural que qualquer homem fique se engraçando.

E assim discutiam enquanto Eduardo se mostrou enciumado.

Luisa Carla não se meteu em drogas como se podia esperar, mas, havia experimentado numa festa entre os jovens da idade dela. Patrícia procurava Sergio e como não o encontrou encheu a cara e saia com o carro em alta velocidade, parou na porta da casa de Eduardo encontrando o carro dele estacionado lá. A reunião da família Freitas de Andrade ia começar quando a buzina tocou várias vezes, atrapalhando o início do culto. O culto seria realizado na copa- cozinha onde o espaço era maior para vinte e três pessoas e os dois estava na anti-sala da casa.

Sergio ainda falava com Luísa Carla e pegou o anel tentando acalmá-la de sua revolta:

_ Você não vai insinuar que eu dei motivo pra isso, pois eu não seria louca de trocar um homem lindo como você por um velho com cara de urina na parede.

_ Eu estou com o anel de noivado que a Patrícia jogou em min. E terminamos o noivado. Vou aí e falo com seus pais...

Eduardo pegou o anel e saiu correndo em volta da mesa seguido por ele:

_ Me dá isso aqui Eduardo. _ Tapava o telefone para que ela não o ouvisse: _ me dá isso.

_ Ai que lindo, já pensou eu com um desses e entrando na igreja com você.

_ Com quem você está falando Sergio?

Patrícia aproveitou que o portão estava aberto e entrou o surpreendendo com seu anel no dedo

Chocada era como estava diante do que viu. Sergio ficou sem ação e Luisa Carla perguntava:

_ O que está acontecendo aí, Sergio? Onde você está?

A moça moveu a cabeça vendo os convidados se aproximarem:

_ Quer dizer que você me deixou por causa deste aí?

Dona Semíramis ficou vermelha de vergonha e Seu Januário intervém perguntando:

_ O que está acontecendo?

_Não está vendo que seu filho, dormiu com meu noivo debaixo dos olhos de vocês?

_ Hã! _ Fizeram os convidados saindo de fininho:

Dona Semíramis até tentou reverter à situação, mas os convidados acharam aquilo vergonhoso demais e foram embora irritando Seu Januário.

_ Olha aí o que deu sua safadeza _ Pegou-o pelo cabelo

_ Meu querido, não precisa humilhar nosso filho desse jeito. _ Pediu ela sempre passando a mão pela cabeça dele.

_ Mas, ele pode não é Semíramis. Sempre pode tudo com esse maldito vício que você faz questão de ignorar.

_ Você está me trocando por um drogado, Sergio?_ Patrícia.

Luisa Carla escutava a discussão e quando se deu conta que não havia desligado o aparelho ouviu-a chorando:

_ Você está com um homem?

_ Espera aí Luisa Carla.

OITAVA PARTE

Dizia ele que precisava resolver um mal entendido, Patrícia o segurou com força e disse:

_ Mal entendido coisa nenhuma. _ Berrou transtornada: _ _ Eu o surpreendi com o meu anel de família, no dedo do Eduardo e sabe-se lá o que fizeram esta noite, já que dormiu aqui.

Seu Januário ficou perplexo olhando sério para a esposa vexada:

_ Esse moço dormiu aqui, Semíramis e você compactuou com isso?

_ Ele sempre deu bons conselhos ao nosso filho, como podia imaginar que se tratava disso Januário.

_ Do mesmo jeito que ele destruiu...

Um casal ficou percebendo o quanto eram repudiados por conta da situação do filho, se meteu no assunto. Tentava de todas as formas ajudarem e entenderem que se passava de má interpretação da moça ciumenta:

_ Cuidado com o que irá dizer seu Januário. _ Aconselhou o obreiro.

_ Não houve nada entre nós dona Semíramis. Seu Januário. _ Sergio estava aflito com o destempero de Patrícia que pegou o facão para enfiar em Eduardo e no meio da confusão que o casal protegeu Eduardo enquanto, Seu Januário se meteu na frente e recebeu um corte nas mãos.

_ Ai.

Todos ficaram espantados com o que Patrícia fez. A moça estava tão pálida que pegou a bolsa e saiu correndo entrando no carro e saindo em disparada.

Sergio perdeu a cor vendo o resultado de sua falta de escrúpulos. Dona Semíramis pegou a caixa de linimento para fazer os curativos enquanto ele gritava:

_ Ponha-se para fora da minha casa, seu infeliz!

_ Por favor, Seu Januário eu lhe peço mil desculpas.

_ Não vai adiantar desculpas esfarrapadas. _ Disse Eduardo pondo mais lenha na fogueira: _ Além de me iludir está enganando outra moça, certamente.

_ Cala a boca Eduardo ou te meto a mão! _ Ordenou Dona Semíramis se dirigindo a Sergio: _ Por favor, moço, saia daqui agora!

Sergio obedeceu e foi embora. Eduardo foi lá fora dizendo:

_ E só volte aqui quando estiver disposto a pedir minha mão em casamento.

Sergio voltou numa raiva tão grande que lhe enfiou um tabefete na cara.

_ Bem feito para você, aprender a não zombar da cara dos outros que pensa que é otário. _ Gritava cheio de ódio: _ Com aquela moça você não fica, nem com essa daí.

Dona Esmeralda chegou à pousada no final daquela tarde. E se deparou com Evilásio com a cara amarrada brigando com os funcionários:

_ Ei, o que está havendo aqui, pode-se saber afinal?

Evilásio sempre se dobrava diante da severidade de sua mãe. Apesar de ser aberta para todos os temas sabia como manter os seus filhos dentro de sua voz austera na hora de ralhar:

_ A senhora sabia que o português está se engraçando com a Luísa Carla, por causa dessa dança infernal que a Lorena ensinou?

_ E você permitiu,_ Pôs a bolsa em cima da mesa:_ porque não há nada demais, nisso meu filho.

_Acontece, que está chovendo convite para ela dançar lá fora. Sabe o que é isso, mamãe? Resultado da evasão da nossa filha na igreja, onde estava indo muito bem, até se meter com esse bando que ela arrumou.

_ Bando que você e Lorena tinham quando eram jovens e me deixava tão doida como você agora, quando não sabia onde encontrá-los. Está lembrado disso Evilásio?

_ O tempo da gente não pode ser comparado com o de agora.

_ Os tempos não mudaram quando se trata de uso de drogas. E vocês não podem ser exilados desse exemplo. Deram-me muita dor de cabeça e desgosto. _ Disse ela aceitando o café que a copeira serviu: _ Porque entrou para a igreja qual não freqüenta, se sente no direito de sentar no seu rabo e meter o malho numa coisa, que você sempre fez.

_ Mamãe, a senhora está me ofendendo.

_ Mas, ofendida estou eu com a sua conduta, querendo contar pro Leonel sobre a ida de Lorena na casa da Mãe Quita.

_Mamãe, o que a Lorena quer fazer não condiz com a postura da nossa família.

_ Porque somos da igreja Evilásio? Olha aqui meu filho eu não vou impedir a Lorena de correr atrás da felicidade dela, porque a igreja é contra a macumba. Sua irmã sempre sonhou ser mãe e a Fabiana também, e você sabe disso.

_ A Fabiana se entregou a Cristo porque se desesperou com o noivo que a deixou.

_ Isso é o que você sabe sobre ela. Mas o buraco é bem mais embaixo, do que você pensa. Cadê a Lorena?

Dona Gertrudes entrou dizendo que a colocou para dormir num dos quartos da pousada, pois, pretendia pegar o carro num estado de dar dó, depois da discussão com Evilásio.

Fabiana nunca conseguiu se relacionar sexualmente, com o noivo. Sentia fortes dores durante o sexo e ao fazer tratamento nunca conseguiu apesar da operação pela qual passou. Certo dia Dona Esmeralda a pegou no quarto com uma mulher e isso foi à gota d’água. Fabiana escolheu o convento para não enfrentar a decepção da mãe, depois de fugir de casa.

Luísa Carla chorava sentida por saber quem era Sergio na realidade. Perguntava-se aflita se era mesmo o que ouvia na tal casa que ele estava. A voz de Patrícia gritando aos quatro ventos. A música do celular tocava e ela soluçava.

Mas uma vez olho ao redor e tento ver

a minha vida tudo que sou e sinto

pra que mentir me enganar e fingir

se tudo vira nada sem você aqui

“Atende Luisa Carla, por favor,” O suplicava tentando lhe dar uma explicação para o que havia ouvido por erro dele deixando o celular ligado. Eram tantos falatórios. Eduardo pondo a sua conduta a prova, Patrícia exigindo algo. Como se entender com Ela? Como a queria. E lhe vinha Eduardo ao mesmo tempo.

“Não, não era isso que queria, mas a força do pensamento dele em cima de Sergio o contagiava de tal modo que ficava num fogo cruzado. Gritou dentro do carro procurando Patrícia.” Atende Luísa Carla pelo amor de Deus!

_ O que você ainda quer de min.? _ Chorava sentida.

_ Não é nada disso meu amor, você entendeu tudo errado.

_ Sergio, eu entendi muito bem. Você está saindo com outro homem. Quem é ele? Sabe que se minha família souber adeus nós dois?

_ Eu vou ficar noivo contigo ainda hoje.

_ É melhor esquecer. Minha avó está aqui, meu pai discutiu com minha tia, porque ela foi à macumba para ter um filho. _ Desligou o telefone.

Sergio ficou pasmo.

“O que?” _ Perguntou ele impressionado com a idéia doida de Lorena.

Dona Esmeralda aceitava tudo. Não tinha o hábito de recriminar quem quer que fosse por algo que fizesse. No entanto, a filha entendeu tudo errado partindo para a reação fugitiva para não conversar com ela. Ao passo que Lorena tudo lhe contava e lhe pedia conselhos o atendendo:

_ Filha, aceita a idéia de Dona Gertrudes. Adota uma criança e verá como sua vida vai mudar.

_ Eu quero ter um filho meu mãe. Entende isso.

_ Entendo filha. Tanto entendo que não me opus de você procurar os métodos que quiser para constituir sua felicidade

Dinah Costa
Enviado por Dinah Costa em 22/02/2014
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