* Eu não me arrependi de ter acompanhado Amor à Vida.
O motivo de não ter me arrependido esclarecerei no final desse texto.
 
Dividiria a novela em três partes fundamentais.
 
A primeira parte ocorreu quando Félix foi desmascarado.
Recomendo que confiram o incrível capítulo.
 
A partir daí vem a segunda parte que, na minha avaliação, é decisiva na história. O fato vai determinar a mudança do personagem Félix.
 
A personagem Márcia (numa atuação brilhante de Elizabeth Savalla), que outrora foi babá de Félix, ofertou a única “mão” estendida para o grande vilão.
 
Quando todos o abandonaram, incluindo sua mãe (a assassina impune no final da novela), ela continuou dando carinho ao “Meu menininho” conforme costumava dizer.
Márcia expressou uma imensa e contagiante ternura.
De forma incondicional, sem acusações, isenta de cobranças, afastando os preconceitos e as amarguras, ela simplesmente amou Félix.
 
Enquanto a Mamy Pilar, muito intolerante e fria, responsável por uma sabotagem que tirou a vida de uma mulher inocente, deixando aleijada a amante do marido e originando a terrível vingança da trama, não soube apoiar o filho, Márcia preferiu lhe dar o colo generoso.
Essa foi a centelha que estimulou a transformação do personagem.
Lindo demais!
 
A terceira parte foi a cena final, o momento de afeição profunda entre pai e filho, entre César e Félix.
Uma espécie de reconciliação e começo da amizade que jamais existiu.
 
Na sexta, quando o capítulo foi exibido sem cortes, eu estava sonolento.
Despertei pouco antes de Félix, na praia, sentar ao lado do pai e dizer “Sabe, pai! Eu te amo!”.
O filho repete “Eu te amo!”.
Surpreendentemente César diz “Eu também te amo!”.
Após breves segundos ele completa “Meu filho!”
O médico estende a mão buscando a mão do filho.
 
A interpretação dos atores, a força emotiva da cena (não somente ressaltando o instante, porém considerando o histórico da relação), a doação completa do filho (apesar do pai talvez não gostar dele, ele simplesmente descobriu que o ama e quis assumir o sentimento o qual nutriu a vida inteira), a aceitação do pai, o reconhecimento do homem bastante orgulhoso, a vontade de admitir que também ama o filho...
Enfim, tantos detalhes preciosos me fizeram chorar.

Uma cena espetacular.
A única exibida, no último capítulo, que merece mil aplausos.
 
* Antônio Fagundes, meus amigos, eis o motivo de Ilmar assistir Amor à Vida. Valeu a pena!
Com ele sempre vale a pena!
 
Mais uma vez o ator não mudou à medida que a novela seguia.
César foi arrogante até o último “suspiro” (admitir que ama o filho não altera sua personalidade).
 
Noutras novelas também assistimos Fagundes interpretar personagens maus (ou sem as frescuras dos mocinhos), mantendo a essência do perfil até o fim.
Só ele é capaz disso.
Já vimos também os personagens de Tony Ramos mudarem muito, deixando a maldade após a novela avançar.
O próprio Mateus Solano mudou demais.
Antes ele era uma gazela excessivamente cruel.
Depois virou uma pombinha arrependida e abnegada.
 
O autor, enfatizando a demorada vingança de Aline, tornou, durante um bom tempo, a participação do fantástico Fagundes meio secundária.
Quem faria um cego, entretanto, transmitindo tamanha convicção?
Quem, cego ou com a visão perfeita, daria um show nas suas cenas?
 
Fagundes é Fagundes.
Tirem todos os chapéus!
Os outros só podem admirá-lo e precisam aprender.
 
Ele não se torna repetitivo (as frases de Félix algumas vezes ficaram enjoadas e cansativas).
Ele não precisa das cenas polêmicas e desnecessárias que desperta aplausos estúpidos, gerando comemorações irrefletidas.
 
Mateus Solano é ótimo. Arrasou em Amor à Vida.
Ninguém ousa contestar isso.
Fagundes, no entanto, é perfeito e impecável.

Imbatível!
Daqui a cerca de vinte anos Solano talvez alcance o nível dele.
 
Um abraço!

 
Ilmar
Enviado por Ilmar em 03/02/2014
Reeditado em 03/02/2014
Código do texto: T4675918
Classificação de conteúdo: seguro