AMOR BANDIDO - CAP. 006

CENA 01/ CABANA/ INT./ DIA

Continuação do capítulo anterior. Após ter sido sequestrado por Selim, Egídio foi levado para uma cabana no meio do nada. Jogado em um coxão imundo, amarrado da cabeça aos pés, o administrador acorda de sua inconsciência e dá de cara com Ônix com um sorriso estampado no rosto.

EGÍDIO – (surpreso) Ônix!

ÔNIX – Então o belo adormecido acordou?!

Ônix sorta uma gargalhada maligna.

Egídio olha em sua volta e estranha o lugar.

EGÍDIO – Onde estou e o que estou fazendo aqui?

ÔNIX – (cínico) Calma Egídio. É sempre assim? Você sempre acorda de mau humor?! Eu hein… Deve ser por isso que até hoje não se casou. Quem é a louca que vai querer acordar todo santo dia ao lado de um cara nervosinho feito você? Relaxa Egídio.

Egídio toma a palavra:

EGÍDIO – Foi você não foi Ônix?! Você que mandou esses dois aí me sequestrar?

Ônix sorrir cinicamente.

EGÍDIO – O que você quer de mim? E porque estou amarrado desse jeito?

Ônix inclina-se para Egídio e declara:

ÔNIX – (cinicamente) Logo, logo, você saberá.

Egídio estuda a situação e conclui:

EGÍDIO – Eu já entendi tudo Ônix. Sei perfeitamente o que está acontecendo aqui. Tem haver com os contratos superfaturados não é?

ÔNIX – Vejam só, não é que o idiota acertou em cheio. Bom garoto. Só assim eu não gasto saliva e tempo para explicar o porquê de ter mando te sequestrar.

Egídio engole em seco e teme o que está por vim.

CENA 02/ MANSÃO KUHN/ SALA DE JANTAR/ INT./ DIA

Orlando diante da empregada.

ORLANDO – Simone, você viu o Ônix?

SIMONE – Bom Dr. Orlando, o Ônix saiu logo sedo, nem esperou pelo café. Disse que tinha um assunto seríssimo pra resolver.

ORLANDO – Entendo.

O multimilionário olha seu relógio de pulso caríssimo e diz:

ORLANDO – Bom. Estou de saída. Bom dia Simone.

SIMONE – Bom dia Dr. Orlando. Tenha um bom dia de trabalho.

ORLANDO – Obrigado.

Orlando sai.

CENA 03/ GRUPO KUHN/ RECEPÇÃO/ INT./ DIA

Orlando chega a sua empresa e é recebido por Monique, a secretária de Ônix.

MONIQUE – Bom dia Dr. Orlando. Seja bem vindo ao Brasil e a empresa.

ORLANDO – Muito obrigado. Você deve ser a Monique. A nova secretária do Ônix.

MONIQUE – Infelizmente.

ORLANDO – Como disse?

MONIQUE – Sou eu mesma! Monique Braz. Muito prazer.

ORLANDO – Prazer todo meu. Sabe me dizer se o meu filho já chegou?

MONIQUE – Até o dado momento, não.

ORLANDO – Certo. Quando ele chegar, comunique-o que gostaria de falar com ele.

MONIQUE – Tudo bem. Eu o comunicarei.

Orlando segue até sua sala.

CENA 04/ GRUPO KUHN/ SALA PRESIDENCIAL/ INT./ DIA

Orlando entra em sua sala. Não perde temo e começa a remexer em papeis importantíssimos. Ele para por alguns segundo e fala consigo mesmo:

ORLANDO – Mas onde será que o Ônix se meteu?

E fica ali, pensativo.

CENA 05/ CABANA/ EXTERIOR/ DIA

Takes de uma cabana perdida em um lugar aparentemente deserto.

CORTA PARA:

CENA 06/ CABANA/ INT./ DIA

Egídio completamente acorrentado, a encarar Ônix à sua frente.

EGÍDIO – (tom desesperado) O que pensa em fazer comigo?

ÔNIX – Calma Egídio. Não se precipite. Não é pra tanto. Afinal de contas, o que irei fazer com você… Digamos assim… É para o seu próprio bem. Pra aprender a não se intrometer nas coisas dos outros. Muito menos se intrometer na minha frente. Você brincou com fogo Egídio. Agora está na hora de se queimar.

EGÍDIO – Você não está pensando em mim/

ÔNIX – Matar?

Ele solta uma gargalhada e arremata:

ÔNIX – Aniquilar seria a palavra correta!

Egídio engole sem seco. Ônix continua:

ÔNIX – Mas não se preocupe Egídio, eu prometo que não vai doer… Em mim. – e logo abre aquele sorriso cínico.

Egídio toma a palavra:

EGÍDIO – Nunca imaginei Ônix. Nunca me passou pela cabeça que você seria capaz de fazer uma coisa dessas. Nunca pensei que você tivesse esse lado.

Ônix interrompe Egídio:

ÔNIX – Egídio, assim como existem dois lados de cada história, existe dois lados de cada pessoa. E você acabou de conhecer o meu lado obscuro.

Egídio engole em seco. A beira da morte, ele tenta a todo custo se desculpar com Ônix e resolver de algum modo sua situação.

EGÍDIO – (desesperado) Ônix me dá uma chance. Confia em mim. Eu prometo não contar pra ninguém sobre os contratos superfaturados, principalmente ao seu pai. Prometo ficar de bico calado. Eu prometo que esqueço tudo. Tudo mesmo. Confia em mim Ônix. Por misericórdia, confia em mim. Precisa confiar em mim. Por favor, pelo amor de Deus!

Ônix arremata:

ÔNIX – Deus não está mais aqui!

EGÍDIO – (desesperado) Por favor, Ônix, Não seja tão cruel assim. Confia em mim. Você precisa confiar mais em mim.

Ônix retruca:

ÔNIX – Confiança é um luxo que não me permito ter.

O filho de Orlando dá um sinal com a cabeça e declara:

ÔNIX – Selim, Fred, peguem as coisas.

Egídio se desespera:

EGÍDIO – (grita desesperadamente) Coisas?! Mas que coisas são essas?! O que vocês vão fazer comigo?!

Selim e seu ajudante, Fred, trazem cada um, dois galões cheios de um líquido amarelado. Aparentemente gasolina.

Egídio se desespera ao ver. Ônix toma a palavra:

ÔNIX – Meu caro, Egídio. Eu divido as pessoas em duas categorias: as que eu mataria de uma vez e as que eu faria sofrer antes. Você é daquelas que eu faria sofrer antes. Bom, mas não vamos mais perder tempo com papo furado. Fred, Selim que comecem o show!

Ônix se afasta do administrador. Os capangas do filho de Orlando dão um banho de gasolina em Egídio que se debate contra o chão desesperadamente. Após o “trabalho”, Selim e Fred deixam o local, ficando apenas Ônix e Egídio frente a frente. Nisso, o filho de Orlando aproxima-se de Egídio. Ele taca um beijo no mesmo e arremata.

ÔNIX – Descanse em paz… Otário.

Ele se afasta do homem ensopado de gasolina a encara-lo. Retira do bolso um isqueiro de ouro e o faz pegar. Logo em seguida joga o isqueiro acesso contra Egídio.

A pequenina chama de fogo do isqueiro ganha formado e cores vivas ao entrar em contato com a gasolina no corpo do administrador.

Ônix não está mais na cabana.

CENA 07/ CABANA/ EXTERIOR/ DIA

Do lado de fora, Ônix admira a labareda de fogo consumir por completo a cabana de madeira juntamente com o corpo de Egídio. Vitorioso, ele vibra:

ÔNIX – Não há vitória contra mim!

E sorrir sarcasticamente enquanto admira a cabana virar cinzas.

CENA 08/ BAR DO WALCYR/ BALCÃO/ INT./ DIA

Reginária digita freneticamente pelo celular. Uma cliente aproxima-se da piriguete e diz:

CLIENTE – Oi moça.

Reginária focada unicamente em seu celular não percebe a mulher do lado que insiste:

CLIENTE – (grita) Moça!

REGINÁRIA – Tá nervosa? Pode esperar um segundinho não?

A cliente se acomoda no balcão do bar.

CLIENTE – Tá… Tudo bem.

REGINÁRIA – Fala! Agora já perdi a concentração. O que a senhora deseja?

CLIENTE – Lembra que eu pedi pra senhora me atender e levar até a minha mesa uma coxinha e um refrigerante porque estou atrasada para o trabalho?

REGINÁRIA – Tá brincando né? Acha mesmo que eu sou tua empregada? Por que você mesmo não pega a coxinha e o refri ao invés de mandar a mim? Não está vendo? Estou ocupada.

CLIENTE – Sua grossa!

A cliente deixa o bar irritadíssima.

REGINÁRIA – Tchau querida.

Ao ver a cena Kadu dá um puxão de orelha na piriguete:

KADU – Ôh Reginária, se o meu pai te pega tratando cliente assim você tá na rua, entendeu?

REGINÁRIA – Tô nem ai não. Minha cabeça é outra. Vai que amanhã minha vida muda e eu, linda, poderosa e exclusa me torne uma top model? Escreve bem o que estou te falando, um dia serei uma grande celebridade. Uma grande estrela de TV. Ganhando milhões, casada com um ator de Hollywood.

KADU – É. Mas enquanto isso não acontece – ele indica com a cabeça um cliente chegando – você atende os clientes.

REGINÁRIA – (irritada) Tá bom.

Relutante, ela pega uma caneta e um papel para anotar o pedido do cliente que se aproxima-se.

CENA 09/ MANSÃO SCARION/ SALA DE JANTAR/ INT./ DIA

Magnus, Máxima, Aléxya e Arlan reunidos à mesa para o café da manhã. Aléxya ao lado de Arlan, pergunta:

ALÉXYA – O que fez na última quarta à noite amor?

ARLAN – Por que a pergunta meu anjo?

ALÉXYA – Curiosidade.

ARLAN – Nada demais. Mas porque a pergunta?

ALÉXYA – Eu já disse… Apenas curiosidade… Bom, estou atrasada para a universidade.

MÁXIMA – Não vai tomar café minha filha?

ALÉXYA – Não. Estou atrasada. Amor me leva até a universidade?

ARLAN – Desculpa meu anjo, mas não vai dar.

ALÉXYA – (irritada) Como assim não via dar? Você deve ter uma boa explicação pra isso não é? Já sei você vai bem se encontrar outra vez com aquele seu amigo. O Ônix.

ARLAN – Como é?!

MAGNUS – Aléxya, minha filha, o Arlan não vai poder te levar até sua universidade pelo fato de que ele precisa resolver alguns negócios no banco e não vai dar pra lhe deixar na universidade. Olha, porque você não vai com o motorista da sua mãe?

MÁXIMA – Sim filha, por que não vai com o Kadu? (grita) Edith!

A empregada entra logo em seguida:

EDITH – Pois não dona Máxima.

MÁXIMA – Edith minha querida, sabe me dizer se o Kadu, já chegou pro trabalho?

EDITH – Já sim dona Máxima. Faz alguns minutos que ele acabou de chegar.

MÁXIMA – Ótimo. Faça o favor de dizer a ele que está responsável em levar a Aléxya até a universidade dela.

EDITH – Pode deixar dona Máxima. Irei comunica-lo.

Edith deixa o local.

ARLAN – Viu só? Problema resolvido.

ALÉXYA – Eu ainda não entendo? Porque o Arlan não me leva até a universidade e logo depois passa no banco pra resolver esses problemas?

Magnus explica pra filha:

MAGNUS – Filha, o Arlan precisa resolver esses contratempos o mais rápido possível, porque hoje à noite embarcamos para o Rio e não vai dar tempo.

ALÉXYA – (fazendo drama) Como é que é? Vocês vão viajar ao Rio e não iam me dizer nada?

ARLAN – Aléxya, sem drama, por favor!

ALÉXYA – Drama?! Arlan eu sou tua noiva. Quando você ia me comunicar que viajaria ao Rio?

ARLAN – Hoje à noite.

ALÉXYA – No último segundo, você quis dizer, não é verdade? A tonta aqui só ia saber dessa viagem de última hora. Afinal de contas, o que você vão fazer no Rio?

ARLAN – Vamos a uma reunião de uma empresa/

Aléxya interrompe o noivo e diz:

ALÉXYA – Quer saber? Não quero ouvir nada. Com licença.

Irritada, Aléxya deixa a sala de jantar.

CENA 10/ MANSÃO SCARION/ ESTACIONAMENTO/ EXT./ DIA

Kadu lustrava o carro quando Aléxya entra em cena.

ALÉXYA – (grita) Vamos Kadu! Já estou atrasada pra minha aula.

KADU – Certo dona Aléxya.

Ela entra no carro rapidamente. O motorista faz o mesmo. Logo ele dá vida ao carro e sai.

CENA 11/ MANSÃO SCARION/ SALA DE JANTAR/ INT./ DIA

Máxima, Magnus e Arlan à mesa.

MAGNUS – Vamos Arlan, não podemos perder tempo.

ARLAN – Claro Magnus. Vamos! Vamos!

Os dois deixam a mesa. Máxima fica sozinha à mesa.

MÁXIMA – Esses homens.

CENA 12/ GRUPO KUHN/ RECEPÇÃO/ INT./ DIA

Ônix chega à empresa feliz da vida.

MONIQUE – Bom dia Dr. Ônix.

De bom humor ele responde:

ÔNIX – Bom dia, Monique!

MONIQUE – Nossa Dr. Ônix, me admiro em vê-lo assim, tão feliz da vida. O que aconteceu que o deixou assim?

ÔNIX – Bons motivos minha cara secretária… Sabe Monique, tem pessoas que são como nuvens, somem e o dia fica lindo.

Ele solta uma risada maquiavélica.

MONIQUE – Não entendi Dr. Ônix.

ÔNIX – Você é uma burra mesmo hem. Não entende nada o que falo. E ainda de diz competente pra ocupar o cargo de secretária. Agora me responda uma coisa: O papai já chegou?

MONIQUE – Já sim Dr. Ônix. Ele disse que quer falar com o senhor e é com urgência.

ÔNIX – Hm… Está certo viu.

Ônix sai em direção à sala presidencial do pai.

CENA 13/ GRUPO KUHN/ SALA PRESIDENCIAL/ INT./ DIA

Ônix entra na sala presidencial.

ORLANDO – Ônix, meu filho. Sente-se, por favor.

Ônix se acomoda em uma cadeira.

ÔNIX – Disse que queria falar comigo.

Orlando inclina-se para o filho sentado a sua frente e declara:

ORLANDO – Eu sei de tudo, Ônix!

A imagem congela no rosto de Ônix tomado pelo susto.

Suspense.

FIM DO CAPÍTULO

Welton Barbosa
Enviado por Welton Barbosa em 28/01/2014
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