AMOR BANDIDO - CAP. 002
CENA 01/ MANSÃO SCARION/ SALA DE JANTA/ INT./ NOITE
Continuação imediata do capítulo anterior. Ao ser nomeado pelo próprio Magnus, Arlan não acredita que agora está no comando de uma das maiores empresas do mundo. Aléxya aproximasse do noivo:
ALÉXYA – Parabéns meu amor!
Ela beija o rapaz.
Arlan fica sem palavras:
ARLAN – Eu nem sei o que dizer/
Magnus toma a palavra:
MAGNUS – Não diga nada Arlan, apenas me prometa que irá zelar pela saúde financeira da Scarion Mil, que agora está em suas mãos.
O rapaz arremata:
ARLAN – Eu prometo!
Arlan sorrir e declara:
ARLAN – Não se preocupe, Dr. Mag/, Magnus… Cuidarei da Scarion Mil como se fosse a minha empresa.
Magnus fica feliz com a declaração do rapaz. Os dois se abraçam em plena sensação real de satisfação. Todos ali reunidos, brindam em nome do novo diretor da empresa.
Arlan pensa consigo mesmo:
ARLAN – Otários!
CENA 02/ APARTAMENTO EGÍDIO/ ESCRITÓRIO/ INT./ NOITE
Após analisar os contratos de fornecimentos da empresa, Egídio, desconfia que Ônix possa estar superfaturando os contratos do Grupo Kuhn. Para tirar a prova disso, ele resolve marcar uma reunião com um dos fornecedores com quem esteve em reunião com o filho de Orlando.
No telefone celular:
EGÍDIO – Alô, quem está falando aqui é Egídio Orthmann, do Grupo Kuhn. Eu preciso marcar uma reunião particular com vocês pra discutir o novo contrato de fornecimento que vocês enviaram. Sim. Hoje mesmo se for possível. – pequena pausa – Ok. Estarei lá.
E logo desliga o celular.
CENA 03/ BAR DO WALCYR/ INT./ NOITE
Egídio diante do tal fornecedor:
EGÍDIO – Boa noite, obrigado por ter vindo.
FORNECEDOR – Boa noite, Dr. Egídio. Quer tomar alguma coisa?
EGÍDIO – Não! Termine o seu café e me responda uma única pergunta. Uma só.
O fornecedor tira uma conclusão e pretende deixar o local o quanto antes:
FORCENEDOR – Eu não deveria ter vindo aqui.
EGÍDIO – Mas agora você está aqui.
Envergonhado, o fornecedor abaixa a cabeça, enquanto Egídio fala.
EGÍDIO – Francamente, a sua atitude me assusta muito.
Egídio senta-se a mesa:
EGÍDIO – Sabe o que vou lhe perguntar, não é?
FORNECEDOR – Sei. Sobre o novo contrato de fornecimento que contratei com o Dr. Ônix.
EGÍDIO – Exatamente. Eu vi que aumentou os preços de seus produtos, embora tivéssemos um contrato anterior, os preços deveriam permanecer os mesmos por um ano.
FORNECEDOR – Dr. Egídio/
EGÍDIO – Inicialmente eu imaginei que vocês haviam pedido uma reunião para reajustar os preços, passando por cima de mim que sempre tratei desse assunto. Mas para minha surpresa, eu descobrir que foi o Ônix quem marcou a reunião.
FORNECEDOR – Sim, foi o próprio Dr. Ônix quem exigiu essa reunião.
EGÍDIO – E concordou com o novo contrato, mesmo no momento expressivo dos preços, embora ainda houvesse um contrato em vigor. O que significa isso?
FORNECEDOR – Eu não quero falar sobre isso!
Egídio retruca:
EGÍDIO – Ou não pode?
FORNECEDOR – Dr. Egídio, eu nunca roubei, eu nunca matei, eu nunca fiz nada de absolutamente desonesto e de repente estou sendo envolvido nessa situação que vai contra tudo que eu acredito. Eu sou um homem de fé, Dr. Egídio, eu tenho meus valores, mas eu não podia deixar minha empresa perder um contrato milionário de tantos anos com o Grupo Kuhn. Eu cedi.
EGÍDIO – Cedeu o que? O Ônix está exigindo propina?
Silêncio.
CENA 04/ MANSÃO SCARION/ SALA/ INT./ NOITE
Após o jantar, todos estão reunidos na belíssima, luxuosa e encantadora sala da mansão Scarion. De um lado, Arlan e Aléxya conversam.
ALÉXYA – Estou muito feliz por você meu amor. Aliás, por você e pelo papai. Eu sei que sempre foi um sonho seu administrar uma empresa como a Scarion Mil. O papai está muito contente com tudo isso. Ele sempre quis você na presidência da empresa.
Arlan vibra por dentro, afinal de contas, seu plano está “saindo do papel”.
Ele beija a moça e pensa consigo mesmo:
ARLAN – Quem não deve ter gostado nem um pouco foi a chata da sua mãe. Mulherzinha irritante. Como se não bastasse aturar você sua abominável, ainda por cima tenho que olhar pra cara da mãe dela.
Do outro lado, Magnus e Máxima iniciam pequena uma discreta discursão:
MÁXIMA – Você vai se arrepender amargamente, Magnus.
MAGNUS – Do que está falando?
MÁXIMA – Não se faça de desentendido. Sabe perfeitamente ao que estou me referindo. Por que nomeou o Arlan como diretor presidente?
Magnus é frio com a mulher:
MAGNUS – O que você tem a ver com isso? Não vejo problema algum de a Scarion Mil estar sob o comando do Arlan. Ele é um bom rapaz. E mais, ele é o nosso genro!
MÁXIMA – Esse rapaz a quem você chama de genro, é inexperiente no assunto! Ele não tem aptidão de administrar qualquer empresa muito menos a Scarion Mil, que é uma empresa de grande porte.
MAGNUS – Engano seu Máxima! Além de ser um homem de princípios ele tem noção em administração.
MÁXIMA – Ele não tem caráter!
MAGNUS – (grita) Máxima, por favor! Não vai querer que todos ouçam essa conversa não é?! Não faz sentidos você saindo colocando rótulos no Arlan. Eu confio nele.
Irritada Máxima se retira. Arlan e Aléxya aproximam-se do empresário que tenta disfarçar a ira pela mulher:
MAGNUS – Então como se sente, Arlan?
Com um sorriso estampado no rosto, o rapaz responde:
ARLAN –Sem palavras e super feliz.
Os dois sorriem.
MAGNUS – Cumpra com sua promessa rapaz. Cuide bem da Scarion Mil.
ARLAN – Não se preocupe. A empresa estará em ótimas mãos.
MAGNUS – Disso eu não posso duvido. Vejo que você tem muita capacidade de administrar não só a Scarion Mil. E que irá me surpreender.
ARLAN – Eu que o diga. – pensa Arlan
Aléxya entra na conversa:
ALÉXYA – Papai, o Arlan já está de saída.
MAGNUS – Mais já?
ARLAN – Sim Dr. Magnus. Eu preciso me encontrar com um amigo.
MAGNUS – Tudo bem. Arlan, por favor, compareça na agência amanhã por volta das dez horas, gostaria de lhe apresentar a sua sala presidencial.
ARLAN – Claro, Dr. Magnus.
Os dois se despedem com um aperto de mão. Logo em seguida, o rapaz se despede de Aléxya com um beijo.
ARLAN – Tchau!
ALÉXYA – Tchau!
CENA 05/ MANSÃO SCARION/ CORREDOR/ INT./ NOITE
Máxima vai em direção a suíte máster quando é surpreendida por uma voz de um homem chamar por seu nome.
KADU – Máxima!
Ela se vira:
MÁXIMA – Ai! Que susto, Kadu!
KADU – Desculpe-me!
MÁXIMA – Você quase me mata de susto, garoto!
Kadu trabalha há anos na mansão Scarion como segurança e motorista particular de Máxima. É filho de Walcyr. Quando está de folga, adora curtir uma pelada com os amigos.
KADU – Desculpa, não foi minha intenção assusta-la. Se desejar posso ir até a cozinha pegar um copo com água.
MÁXIMA – Não, não é preciso… Imagina.
A mulher sempre demonstrou afeto por Kadu. Desde o dia em que ele começou a trabalhar na mansão, Máxima sempre teve uma recaída pelo rapaz, mas até dado momento, nunca teve nada com o mesmo. Mas isso irá mudar.
MÁXIMA – Você é um amor, Kadu. Sempre prestativo e atencioso comigo.
KADU – Que nada dona Máxima é apenas o meu trabalho.
Máxima aproxima-se de Kadu para assim poder se sentir mais segura. Ela leva sua mão até a gravata do rapaz e faz de conta que está ajeitando o uniforme do segurança.
MÁXIMA – Então meu querido, deseja alguma coisa?
KADU – Poxa dona Máxima, fico até sem jeito a senhora me chamando assim.
MÁXIMA – Não gosta de ser chamado de querido?
KADU – Não, o problema não é esse, é que eu/
Máxima interrompe o rapaz:
MÁXIMA – Não precisa ficar nervoso. Não é pra tanto assim.
Momento de silêncio.
MÁXIMA – Então, queria falar comigo?
Kadu toma fôlego e responde:
KADU – Sim dona Máxima. Estou sem meio para poder voltar pra casa. Será que poderia emprestar seu carro/
Ela faz cessar a fala do rapaz:
MÁXIMA – Não precisa nem continuar… Claro que pode voltar pra casa num dos meus carros. Você pode tudo. Qualquer coisa só me procurar, estarei sempre disponível para você. Gatão.
KADU – Poxa dona Máxima, muito obrigado então.
Kadu dá meia volta para se retirar. Máxima arremata:
MÁXIMA – Está me devendo essa rapaz.
Rapidamente os dois trocam olhares. Logo em seguida Kadu sai. Máxima sorrir consigo mesma.
CENA 06/ MANSÃO KUHN/ ESCRITÓRIO ÔNIX/ INT./ NOITE
Arlan vai até mansão do Ônix para contar as boas novas:
ÔNIX – Fico feliz pelo fato do abominável do Magnus ter te nomeado presidente da Scarion Mil. Você já tem meio caminho andado. Agora só falta colocar em pratica o plano.
Arlan dá um gole do copo de uísque que tem em mãos e logo responde:
ARLAN – Foi mais fácil do que o camelo passar pelo fundo da agulha.
Ônix serve-se um copo de uísque:
ÔNIX – Então, quando você vai começar com os trabalhos, digo, quando você vai começar a desviar a grana da empresa.
ARLAN – Ainda não sei. É muito cedo e além do mais ainda não conheci a minha sala presidencial e nem tive acesso ao computador do Magnus.
ÔNIX – Pois bem, assim que você tiver acesso ao computador e todos os dados da empresa, não perca a oportunidade de começar a desviar a grana. Afinal de contas, eu te ensinei tudo o que você precisa para criar um caixa dois e começar a lucrar/
Ônix é interrompido por batidas na porta da sua suíte. Ele atende.
ÔNIX – (surpreso) Egídio!
Egídio entra na suíte, por sorte, ele não ouviu absolutamente nada do que Ônix acabara de falar. Estava ali por um motivo.
EGÍDIO – Ônix, eu preciso falar com você.
Egídio e Arlan entreolham.
EGÍDIO – Em particular.
Silêncio.
CORTA RAPIDAMENTE PARA:
CENA 07/ MANSÃO KUHN/ ESCRITÓRIO ÔNIX/ INT./ NOITE
Ônix e Egídio a sós:
ÔNIX – (grita) Posso saber por que você veio me procurar à essas horas da noite? Quer que foi, a empresa pegou fogo por acaso?
EGÍDIO – Melhor seria se pega-se fogo, Ônix.
ÔNIX – Deixa de ser dramático, Egídio. O que aconteceu com você?
EGÍDIO – Eu sei de tudo, Ônix.
ÔNIX – Tudo o que, Egídio?
EGÍDIO – Eu sei de tudo sobre os contratos. Você está roubando a empresa. Está roubando o seu pai!
Suspense.
CENA 08/ MANSÃO SCARION/ GARAGEM/ EXT./ NOITE
Arlan deixa a mansão no carro importado que acabara de comprar. Ele não percebe, mais há um carro o seguindo.
CENA 09/ MANSÃO KUHN/ ESCRITÓRIO ÔNIX/ INT/. NOITE
Ônix diante de Egídio:
ÔNIX – (grita) Você ficou maluco, Egídio?
EGÍDIO – Não adiante fingir, Ônix. Eu já sei de tudo. Você está alterando os contratos dos fornecedores, com outros com preços altíssimos.
Ônix tenta explicar:
ÔNIX – Os custos estão mais elevados, Egídio.
Egídio arremata:
EGÍDIO – Você está levando propina, Ônix!
ÔNIX – (grita) Pelo amor de Zeus. O que será que eu fiz pra ouvir uma acusação dessas? Eu tenho cara de quem leva propina?
Egídio retruca:
EGÍDIO – Quem leva propina não tem cara. É uma questão de caráter.
ÔNIX – Egídio, está me ofendendo cada vez mais.
Egídio enfrenta Ônix:
EGÍDIO – Eu tive acesso a todos os contratos, assinados por você com os fornecedores da empresa. Estão todos superfaturados!
Ônix se faz de desentendido:
ÔNIX – Está me acusando de desvio de dinheiro?
EGÍDIO – É isso que estou falando.
E logo arremata:
EGÍDIO – Ônix, você está roubando o Grupo Kuhn.
Ônix se irrita:
ÔNIX – (grita irritado) Egídio, essa é uma acusação forte demais e eu não admito que fale assim na minha cara.
Egídio continua a enfrentar Ônix:
EGÍDIO – Eu estou acusando você de assinar contratos que prejudicam o Grupo Kuhn e receber dinheiro por fora nessas transações/
ÔNIX – (grita) Chega! CHE-GA! Cansei de suas acusações. Que saber? Você está no olho da rua. Na rua! Está me ouvindo, Egídio? Está demitido!
Egídio continua a enfrentar o filho de Orlando:
EGÍDIO – (grita) Você não pode me despedir, sem antes falar com seu pai. Quer falar com seu pai? Tudo bem, mas eu vou junto. Aliás, quando ele chegar de viagem, no jantar que ele dará após sua chegada ao Brasil, eu posso provar que você pediu dinheiro pra reajustar os contratos. Dinheiro pra colocar no bolso.
Egídio deixa Ônix sem ação:
EGÍDIO – Sem mais, com vossa licença.
Egídio deixa o escritório. Ônix fica perplexo. Range os dente e logo é tomado pelo ódio e sai quebrando tudo que ver pela frente.
No dia seguinte:
CENA 10/ PIXMIL/ SALA ARLAN/ INT./ MANHÃ
Irritado, Ônix conta a Arlan o episódio que tivera ontem à noite com o Dr. Egídio durante uma longa conversa. Ele revela ao amigo que o responsável pela contabilidade da empresa acabou descobrindo os contratos superfaturados.
ARLAN – (surpreso) Como foi isso?! Como ele descobriu?!
ÔNIX – (irritado/grita) Eu ainda não sei! Não faço mínima de como aquele filho da p/… Aquele filho da p/… Aquele abominável descobriu! Pelo amor da Zeus! Será que nada dará certo nessa droga de vida?! Sempre vem um pra atrapalhar meus planos. Olha, definitivamente, minha vida tá assim por causa das correntes que eu não repassei no Orkut, só pode ser!
Ônix aparenta estar pensativo.
ARLAN – E o que você vai fazer com o Egídio. Ele não vai ficar de bico fechado por muito tempo. Não até o seu pai chegar de viagem/
ÔNIX – Isso eu sei. E não precisa ficar lembrando toda hora.
O filho de Orlando continua pensativo.
ARLAN – Então, o que pensa em fazer com o Egídio.
Ônix rompe o silêncio.
ÔNIX – Ainda não sei.
E logo arremata:
ÔNIX – Quero esse crápula, – grita – fora do meu caminho!
CENA 11/ LUGAR DESCONHECIDO/ EXT./ TARDE
Mas tarde daquele mesmo dia, Ônix, decidido em pôr um fim em Egídio, encontra-se com um homem de sangue frio de nome Selim, que por essas coincidências da vida é casado com Simone. Empregada da mansão Kuhn.
Ônix diante de Selim.
SELIM – Então Dr. Ônix, por que me chamou até aqui?
Frio, o vilão é direto ao ponto:
ÔNIX – Estou sendo chantageado, de uma maneira horrível, Selim. Eu preciso dar um jeito nessa pessoa. Essa pessoa tem ligações com minha família. Enfim, eu só preciso que você a sequestre e leve até uma cabana longe de tudo, e deixe o resto comigo. Se quiser pode contratar um ajudante pra facilitar o trabalho. Em retribuição posso ser bastante generoso. Não terá do que se arrepender. Dentro desse envelope que estou lhe entregando, está uma boa parte da minha grata retribuição. Junto, estão todos os dados dessa pessoa. Desde nome até endereço. Também tem uma foto do crápula ai dentro. Faça um ótimo trabalho.
E logo abre um sorriso “Ônixavélico”.
SELIM – Claro Dr. Ônix, não irá se arrepender.
O matador de aluguel retira do envelope uma boa quantia em dinheiro. Ele sente o cheio doce da grana que acabara de receber. E declara:
SELIM – Farei um bom serviço.
ÔNIX – E rápido!
SELIM – Pode deixar. Eu o farei!
A imagem congela no rosto de Ônix.
FIM DO CAPÍTULO