Capítulo 4 de A educação sentimental de Xavier Renart
Capítulo 4 - O baile
- Renart, essa aqui é minha amiga Letícia, da qual eu te falei. Ela que é a dona da Sundari.
- Prazer Letícia, sempre admirei seu trabalho. Eu não sou designer e não tenho a ousadia de tentar analisar ou falar sobre a elaboração de jóias, mas mesmo assim a gente sabe quando uma coisa é bonita ou não. E você tem realmente uma capacidade criativa e um bom gosto raros, além de fazer o que eu acho o mais dificil, que é fazer design com qualidade ao mesmo tempo em que considera as possibilidades e características da mossa região. Meus parabéns mesmo.
- Obrigado Renart, a Dorotheia já tinha falado de você para mim. Do quanto a Maine Coon tinha progredido desde que você começou a participar. Vocês estão de parabéns também, você e a Dorotheia.
- Obrigada Letícia. Mas o Renart aqui sempre foi de muito boa convivência também. Como ele disse, ele não é designer, mas tem hora que a gente precisa mais que tudo é de uma pessoa de bom gosto mesmo. E ele trouxe uma série de elementos interessantes não e Renart – Dorotheia ria, com um ar provocativo olhando para Renart, que sorriu um pouco sem graça.
- Eu trouxe algumas fotos antigas do meu avô com alguns amigos, e a partir daí a gente procurou alguns elementos de moda da época que pareceram persistir durante um tempo, e procurou criar produtos a partir daí, modernizando claro, mas com produtos de carater mais tradicional. Tem coisa que não tinha jeito, porque fica igual a roupa alugada para casamento, mas haviam uma série de produtos que poderiam ser feitos a partir daí.
- Para homem ficar com roupa de homem Letícia.
- Ah, e ficou mesmo. Eu já tinha visto algo semelhante na Argentina. Mas lá o povo faz um coisa muito carregada. Achei a de vocês ao mesmo tempo tradicional, mas moderna e leve também. Dá a sensação de segurança e formalidade sem a presença de uma certa obtusidade, de uma falta de compreensão que parece estar associada às coisas tradicionais demais.
- Ah Letícia, e a Fernanda, vai estar com a gente mesmo nesse semestre?
- Vai, claro, já está matriculada. Ela estava por aqui. Espera um pouco – Juliana! – Letícia chamou a amiga da filha que conversava com outras meninas – Juliana, cadê a Fernanda? Pede ela para vir aqui um pouco!
- Ela tá ai aproveitando o máximo. Formatura, ainda mais de terceiro ano, tem mais é que aproveitar mesmo. Na faculdade a gente aproveita também, mas a inocência acaba é aqui, embora essas meninas hoje achem que são as pessoas mais espertas do mundo. Ai Dorotheia, você precisa ver, que bonitinho. Ela fez um colar para ela mesma vir no baile, desenhou e bateu o pé quando tentei mudar. Achei tão bonitinho quando ela não cedeu. Decidida sabe. E fez uma coisa diferente, usou hematita, acredita, e titânio. Achei feio no início, mas depois até que gostei. Ela está com ele ai. Procurou um vestido que combinasse. Queria até pintar o cabelo de preto, mas não deixei.
- Ai que dó, ainda bem que você não deixou, ela é tão bonitinha com aquele cabelo loirinho dela. E fininho, levinho. Deixa ela pintar não.
- Não, não deixo não. Uma hora ela vai acabar deixando de me ouvir, mas ai, espero que ela já tenha mais juízo. Ah, ta aqui. – Fernanda, essa aqui é a Dorotheia e esse é o Renart, vão ser seus professores lá na Allons.
- Ah, oi.
- Oi Fernanda, sua mãe e eu somos muito amigas. Fiquei muito feliz quando ela falou que você ia estudar com a gente. Se você tiver o mesmo senso estético de sua mãe já está com o futuro garantido. Aliás, deixa eu ver esse colar lindo. Bem que sua mãe falou. Olha Renart, que lindo. Renart olhou para o colar e sorriu para Fernanda.
- Muito bonito mesmo. Dorotheia continuou falando.
- Vai ser ótimo te ter como nossa aluna. Ainda mais uma filha da Letícia. Sua mãe é um exemplo viu. A gente estava falando isso agora aqui com ela. E você já tem bom gosto de berço. Isso é importante demais. O resto é lapidação, e isso você vai ter a melhor na Allons.
- Ah tá, legal – Fernanda escutava, mas sentia que perdia tempo ali. Teria o resto da vida para escutar essas coisas e conversar com os professores, mas seu baile terminaria em algumas horas. Suas colegas a estavam chamando e ela se sentiu aliviada.
- Mãe, vou lá nas meninas tá. Prazer Dorotheia, prazer Renart.
- O prazer é todo meu minha querida.
- Prazer Fernanda – Renart sentia que estava meio que sobrando na conversa. Estava meio destraído olhando para as outras pessoas presente no baile a procura de conhecidos. Olhava também as meninas. Estava acompanhando Dorotheia, que fazia um esforço para inseri-lo nas suas rodas sociais. Já estava de volta em Belo Horizonte a dois anos, mas ainda estava se reconstruindo. E isso o deixava meio fechado. Embora o trabalho, e a retomada do contato com antigos amigos, e dos novos amigos apresentados por Dorotheia e por Tomás, ele ainda se sentia muito fechado. Despertou de seus pensamentos, com Dorotheia que se despedia de Letícia ao mesmo tempo que se despedia de Fernanda. Ela estava tagarelando, mas quando falou seu nome ele voltou a prestar atenção.
- Então Renart, vamos? Letícia querida, muito bom te ver. Fernanda, você está linda querida. A gente vai se encontrar na faculdade mês que vem. Precisando de qualquer coisa não pense duas vezes antes de me procurar.
- Ah tá.
- Tchau então querida.
- Tchau Dorotheia, tchau Renart
- Tchau Letícia, tchau Fernanda, prazer.
- Tchau- Fernanda falou no seu jeito monossilábico. Quando os dois tinham se afastado a mãe percebendo sua aflição perguntou. – Está tudo bem querida.
- Tá sim mãe. As meninas tão chatas. Umas conversas bobas. Sei lá. Mas quero ir ficar lá com elas, ou com os meninos, mas eles estão chatos também.
A mãe a olhava pensando: tadinha, tá de TPM no baile de formatura.- Ah minha filha, aproveita. Liga muito para o que elas falam não. Vai lá e aproveita.
- Então tá - beijou a mãe como de costume e foi para junto das amigas. Elas estavam do mesmo jeito que quando ela saiu, numa agitação insuportavel para quem não está no mesmo rítmo, que era o caso de Fernando.
- Fê, vem cá. Olha o primo do Diguinho que veio com ele. Gato demais, olha. E você vai querer ir mesmo, sabe porque? Ele faz design de moda lá na Allons. Vai ser seu veterano.
Fernanda pretendia rejeitar a proposta da amiga, como nas outras que ela já rejeitara várias vezes durante o baile, mas o fato de ser uma pessoa da faculdade que ela iria começar a animou um pouco. Era algo que já a tirava dali, daquele ambiente, da conversa das amigas com as quais ela já não se identifica mais. Foi com Juliana e com mais duas colegas de sala que também estavam formando até seu colega também formando. Juliana, como sempre puxou assunto.
- E ai Diguinho, aproveitando que agora é maior de idade e já pode beber?
- Até parece né Jú, que precisa disso. Quer um pouco.
- Ai, cerveja, detesto isso. Não sei como vocês conseguem tomar. Gosto de champanhe, mas parece que parou de passar.
- Ah, cerveja pelo menos é bem servida, tem o tempo todo. E o meu primo trouxe uma garrafa de Wisk para gente. Ah. Gente esse aqui é o Theo meu primo. Theo, essa daqui é a Juliana, Marisa, Jaque, e a Fernanda.
- Oi gente, tudo joia? Vocês tiveram que aguentar o Diguinho todos esses anos na escola? Nossa, são pacientes demais - Riu logo depois – To Brincando, esse cara é gente boa demais da conta. Além de ser primo é um parceirão também.
Fernanda percebeu que eles já estavam meio bêbados, e pensou em sair de lá, pois estava meio sem paciência. Estava sem paciência para ficar perto de Juliana e das meninas, que estavam totalmente eletrizadas, e mais agitadas do que nunca. Procurou a mãe, para ver com quem ela estava conversando.
- Bonito colar. Diferente. Mas bonito. Combinou com você. É de hematita né?
Fernanda sentiu como se tivesse acordado de repente. Pela primeira vez ela sentiu que estava realmente presente no baile. O sono, a irritação, o tedio, tudo isso desapareceu de repente. Ela agora estava atenta.
- É sim. Minha mãe que fez, eu fiz o desenho e minha mãe fez o colar para mim.
- É mesmo, nossa, que legal. Sua mãe faz joias?
- Sim, ela é dona da Sundari – Falou e logo depois se arrependeu. Sentiu que estava contando vantagem, e realmente estava. Não sabia porque tinha feito aquilo e se sentiu mal.
- Ah legal, já vi as joias da Sundari, muito legal, criativas, mas a sua não parece muito com as joias de lá.
- É porque eu que fiz o desenho. Minha mãe só fez ela para mim. Mas o desenho foi meu.
- Ah tá. Nossa, que legal. Você devia fazer design de moda. Lá ia poder trabalhar com isso. Mas ficou legal mesmo, o jeito que você cortou a hematita deu uma vida para ela, não ficou...
-Eu vou fazer design de moda. Já passei, vou estudar na Allons. Começo mês que vem.
- Nossa, que legal, a gente vai ser colega então, eu estudo lá.
Fernanda fez de que não sabia, e perguntou para Theo – É legal lá?
- Nossa, legal demais. Os professores, na maioria também trabalham na área, e a própria faculdade tem parceria com eles em um monte de empresas. Então, a gente tem um monte de lugar para fazer estágio. E mais para frente no curso, a maior parte dos estágios é remunerada também. Fora que o pessoal corre muito atrás, porque os melhores são disputados pelos professores para trabalhar nas suas empresas. E os trabalhos nas matérias geralmente são bem focados com coisas práticas. Eu mesmo já desenvolvi uma linha de camisetas que foram compradas por um professor, em um trabalho da matéria desse professor mesmo. Lógico, não fiquei rico com isso não, mas isso anima muito a gente. Agora que vou poder começar a fazer estágios remunerados, mas a seleção é só depois que começar o semestre. Ai vou ver no que vou trabalhar.
- Ah, legal. Tem qual área.
- Nossa, tem um monte de coisas, eu estou querendo ver se entro em uma empresa de moda masculina. Principalmente acessórios. Aliás, é até de um professor que vi aqui, o Renart. Mas eu ainda não o conheço direito. Ele e a Dorotheia são os donos. Acho que vieram juntos.
- Ah, eu conheço ela. É amiga da minha mãe – De novo sentiu que usava a mãe para contar vantagem. Não sabia por que estava fazendo aquilo. Ficou mais incomodada. Mas Theo não parecia se impressionar muito, e mantinha a mesma feição animada. Ele não parecia estar tão bêbado agora. Fernanda ficava olhando para ele e o achava muito bonito. Principalmente a boca. Ainda mais quando ele sorria.
- Você foi para a Allons agora na faculdade só, ou já estudava lá antes também?
- Nossa estou na Allons já desde que começaram. Fui da primeira turma. Vi eles começando. O pessoal lá é legal, você vai ver. Vai gostar de lá.
- É, eu queria estudar lá também, mas minha mãe não quis. E o pessoal fala que o povo de lá é tudo nerd - Fernanda olhou Theo e sorriu pela primeira vez no baile – Você não tem cara nenhuma de nerd.
- O pessoal critica muito porque eles tinham os projetos de incentivo ao estudo mais avançado de informática. Ai uma leva de taradinho por computador foi estudar lá. Mas sabe que isso até que era legal. Eu mesmo aprendi a trabalhar com softwares de desenho digital que hoje me ajudam muito. E tem também o ambiente, né. Teve dois colegas da minha sala que antes de entrarem na faculdade tinham montado empresas na área de computaçao, que já tavam ganhando muita grana. Mas muita grana mesmo. Entao isso dava ânimo para todo mundo correr atrás pra caramba. Fora os que criaram empresinhas que logo vendiam. Não estavam muito preocupados não, mas mesmo assim ganhavam uma grana legal, e ai a galera com muita grana, rolava sempre umas festas legais de mais. Agora na faculdade, o pessoal da informática ainda ganha grana demais também. No design nem tanto, mas tem professores que ganham muito também. Mas sempre tem projetos nos quais a gente entra que rola algo. Mas o mais legal é que tem recurso para a gente desenvolver nossas idéias. Você, por exemplo, com certeza ia ganhar uma grana se fosse entrar nas empresas de jóias. Mas ai ia fazer concorrência pra sua mãe né. Ai não rolava muito né.
- Ela não liga não. Ela gosta do pessoal de lá. Tem um amigo dela que é professor de lá e design de jóia e compete com ela que falou para eu ir fazer lá. Não tem problema não. E o mais importante é aprender.
- É mesmo, nossa, mas isso é só uma parte né, tem as festas também. Muito legal. Outro dia foi o pessoal do T-Nono lá tocar na nossa calorada, sabe, do pessoal que toca na Oficce. Eles vão lançar um CD agora. Tá super legal. Parece que iam fechar com um gravadora e tal.
Fernanda não conhecia. Na Oficce só entravam maiores de idade, e ela ainda tinha desessete. Mas já tinha ouvido falar. Se sentiu um pouco retraida, mas resolveu falar abertamente. – Nunca fui na Oficce não. Tenho desessete anos. A Juliana doida falsificou carteira para entrar. Ela... – procurou Juliana, mas ela, as amigas, o Diguinho e as outras pessoas que estavam com ela já tinham ido para outro lugar. Só naquele momento percebeu que estavam só ela e Theo conversando. Antes de enteder como se sentia Theo perguntou.
- Faz dezoito quando?
- Oi? – Ela ainda não voltara totalmente para a conversa, procurando as amigas.
- Faz dezoito quando?
- Ah, só em abril.
- Ah, legal.
- Ah, não acho não.
- É mesmo, porque?
- Ah, demora ainda, não vejo a hora de ficar maior de idade.
- É, tem vantagens. Mas onde você gosta de ir?
A conversa continuou por algum tempo. Fernanda ficava cada vez mais envolvida, principalmente quando ia olhando para a boca de Theo. Quando percebeu já estava beijando aquela boca tão bonita. Sentia como se já estivesse deixando para trás as amigas, a escola, e toda uma fase de sua vida. Não via mais as colegas, que provavelmente já estariam beijando alguém também. Depois de um tempo ficou um pouco preocupada, pois havia muito tempo que não se encontrava com a mãe.
- Theo, vou ver onde minha mãe está. Espera um pouquinho que volto agora.
- Vou te esperar sim gatinha.
Gatinha! Era ao mesmo tempo brega, mas era legal também. Nunca ninguém a tinha chamado de gatinha. Na verdade, os meninos com quem ela tinha ficado ou namorado sempre tinham sido meio sem noção. E Theo era gostoso demais. Muito mais bem arrumado que os outros garotos. E mais gostoso também. Foi procurar a mãe ainda lembrando do gosto da sua boca. A viu, sentada sozinha na sua mesa, e com uma cara meio cansada.
- Mãe, to ali tá.
- Minha filha, a sei que é seu baile, mas estou meio cansada tá. Você liga se eu for embora? Conversei com o pai da Juliana e ele falou que vai ficar mais um pouco e te leva para casa depois. Você liga meu amor?
Fernanda queria ficar, mas ao mesmo tempo, ela pensava que a noite já tinha sido tão perfeita, e ficou com medo que se ficasse mais ela poderia perder todo o brilho que estava tendo, e ela se arrependesse.
- Mãe, não, fica só mais um pouquinho. Vou ali no pessoal me despedir e volto para a gente ir. Quero ir com você.
- Então tá minha filha. Mas não demora não meu anjo.
- Tá. Foi em direção a onde tinha deixado Theo. Ele não estava mais lá. Algumas pessoas já estavam indo embora, e o salão estava mais vazio. Boa parte também estava nas mesas comendo ou já descansando. Viu um bolo de gente, e foi em sua direção. Chegando mais perto viu Theo com Diguinho e outros colegas. Theo a viu, saiu do grupo e veio em sua direção. A abraçou e a beijou de novo. Ela aceitou o beijo, sentiu que havia bebido um pouco de wisk e olhou para sua boca que sorria. Depois para seus olhos. Via o quanto eram brilhantes. Ficou uma pequena fração de tempo olhando para ele sorrindo, mas um tempo parecia bem mais longo que realmente foi.
- Theo, eu vou ter que ir embora. Minha mãe já está indo e vou com ela.
- Ah não, fica, te levo em casa depois.
Fernanda se sentiu extremamente tentada a aceitar o convite. Mas sua atitude retraida foi mais forte que seu desejo. E ficou com medo dele estar bebendo também. Além do que, nem o conhecia direito ainda. Ia procurar saber melhor quem era antes de sair de carro sozinha com ele. Pensou na possibilidade, dela passeando e carro com Theo. Viu outras cenas dela com ele também, tudo isso em uma fração de segundos em que o olhava admirada.
- Obrigada, mas vou mesmo. Vamos ver se a gente combina depois de encotrar de novo.
- Nem precisa combinar. A gente vai se encontrar de todo jeito na faculdade.
-É mesmo, já tinha esquecido. Vou então – beijou Theo de novo, e de novo foi ótimo.
- Tchau gatinha.
- Tchau.
Fernanda foi em direção a mãe, já meio arrependida de ir embora do baile. Os meninos já estavam bêbados, provavelmente suas colegas teriam bebido também. Theo só não estava porque tinha ficado aquele tempo todo com ela. Ficou ansiosa para chegar o dia seguinte. Falaria com Juliana para procurar o Diguinho e sondar quem era realmente o primo. Sim era a coisa certa a fazer, ir embora enquanto estava tudo certo. Amanhã seria outro dia. Encontrou a mãe e foram embora. A mãe estava cansada e não conversou muito, nem notou sua ansiedade. Ela estava ansiosa. O remorso por ter deixado o baile tinha aumentado, e ela se culpava. A maior parte das pessoas já tinha ido embora, e alguns de seus colegas também, mas ela tinha um bom motivo para continuar ali por mais tempo. Arrependeu-se de vez, mas já estavam chegando em casa. Pensou em ligar para Juliana, mas já estava tarde, e ela provavelmente nem escutaria o celular tocando.
Seria só no dia seguinte que teria mais notícias. Em casa, foi para o quarto e foi deitar pensando na boca do Theo. Só conseguiu dormir depois que teve um orgasmo fantasiando com as possibilidades que aquela boca oferecia.