Luzes de Natal 🎄
Sempre nutri grande estima pelo Natal, essa época em que as almas se reúnem, trocam as mesmas galhofas ancestrais e se enlaçam em abraços que evocam uma espécie de solidariedade efêmera, revelando afetos que, no restante do ano, se escondem nas sombras do cotidiano. São muitos os elementos do Natal que me encantam: os manjares preparados com esmero, os símbolos impregnados de significado e o espírito que a data encarna. Ainda que a realidade, muitas vezes, não seja igual para todos, o Natal concede-nos uma espécie de alívio, um hiato onde esquecemos o mundo e as ausências que nos circundam. Por um instante, parece que as tribulações jamais existiram, que as tempestades nunca se abateram sobre nós. É o dia em que a tristeza se dissimula, vestindo um véu de invisibilidade — percebemos sua presença, mas não ousamos olhá-la diretamente.
Todavia, por mais que todas essas coisas sejam encantadoras, não é nelas que repousa o verdadeiro fulgor do Natal para mim. Nada é tão sublime quanto o brilho das luzes que adornam a árvore natalina. Cada cor é como um presságio de um sentimento distinto: o vermelho, com sua ardência, remete-me ao amor que inflama e aquece nas noites frias; o verde evoca a frescura dos dias vindouros, lembrando-me daqueles sábados da infância em que o mundo parecia pleno de promessas; o dourado, com sua majestade, fala-me de amizade e ternura, como um raio de sol que desperta a alma; e o azul — ah, o azul! Não há cor que mais me enterneça. Ele traz consigo a paz que sucede as tormentas, a certeza de que estamos seguros, como se estivéssemos no seio do mais terno abraço materno.
Minha árvore de Natal, embora esplêndida em sua profusão de cores, é essa diversidade luminosa que me traz genuína alegria. Contemplá-la é como recordar que o mundo ainda guarda beleza e que as pessoas, em sua essência, têm bondade. Essas luzes inspiram-me a ser alguém melhor, dia após dia, e a desejar transcender as desilusões que o mundo tantas vezes nos impõe. Para mim, o Natal é a celebração de um novo começo, um renascimento puro como o de uma criança recém-chegada ao mundo. É essa visão das cores da grande árvore que me faz crer na magia e na bondade desta época de ano
Ass. Dorian Bellini