Natal do renascimento

    E nestes dias breves e cercados de cores, brilhos e luzes que acendem e apagam com tamanha facilidade, possamos rever o conceito de Natal. O que é o Natal? O que verdadeiramente representa para cada sujeito? O que interpõe o seu significado. São questões pertinentes a imbricar-se a fazer, seja para dar uma pausa no corre-corre do quotidiano moderno e voltar-se a atenção plena, a consciência das coisas, ao cuidado, à plenitude da vida.

    Embalamos muitas vezes com laços e fitas coloridas, os sonhos, as fantasias, as frustrações do ano todo. E, no final esforçamo-nos para presentear as nossas ilusões, através de um objeto concreto, já que o simbólico requerer algo introspectivo, de sentido, autêntico, ético, profundo e às vezes doloroso.

   Á mesa farta, cercada de sabores e pessoas tem uma representatividade – o quanto faz-se necessário as interações humanas. Não se faz festa na base do monólogo, precisa-se pessoas e pessoas dispostas a interagir e fazer daquele momento algo especial. Somos nós, seres racionais que nomeamos as coisas e fazemos delas, algo de sentido. E, qual é o sentido da celebração do Natal para cada um, é um momento histórico, cultural, social, religioso. Essas representações diz muito do que somos, pensamos, interagimos e vivemos.

    Para alguns o natal representa o resgate do sabor da infância, o riso fácil, a comunhão da família, dos amigos. Para outros, uma data qualquer permeada pelo consumismo, ostentação e pelo prazer de presentear sem necessariamente estar presente.

   Para outros, momento de resgatar as humanidades, com um olhar mais atento para as diferenças sociais, movimentam-se para suprir o básico daqueles menos favorecidos, os invisíveis pela sociedade.

E, por fim, o natal representa o nascimento de Jesus Cristo, não necessariamente no dia vinte e cinco de dezembro, mas, uma data simbólica, para lembrarmos o seu propósito de sua vinda ao mundo. De poder resgatar a historicidade de cada um, o social, a cultura, a humanidade latente através do amor e graça de Cristo. Um movimento introspectivo - do sentido da nossa passagem pela terra, o que deixaremos como legado aos filhos, são os objetos concretos ou o simbólico introjetado, de amor, de respeito, de lei, educação, ética, de vida autêntica permeada pela verdade.

    Que o abraço ofertado, seja amoroso, genuíno e sincero e, aquele que acolhe este abraço, esteja disponível para amar e ser amado. Um feliz e abençoado Natal, boas festas.
 
 Águida Hettwer