NUM CORDEL DE JINGLE BELLS!

Já é Natal

De jingle bells!

Papai Noel

Caiu do céu.

Não se comenta

O acontecido

Papai Noel

Ter sucumbido?

As suas renas...

Desnorteadas

Não têm ar puro

Estão sufocadas.

Já é Natal

De jingles bells!

Papai Noel

Ficou ao léu!

Sem ter presente

Daquele frio...

Já despencou

De saco vazio.

Sacaram o saco

Do bom velhinho

Depois do céu

Ter percorrido.

Ninguém entendia

O que ocorreu

Só se sabia

É que ele sofreu.

Já é Natal

De jingle bells!

Papai Noel

Caiu do céu!

Num tropicão

Caiu no chão

Quase morreu

Do coração.

Pela calçada

Esburacada!

Ficou entalado

Perdeu a barba!

Logo ouviu

Uma explosão

A Terra em chamas...

Destruição.

Sequer sabia

Que o planeta

Tanto sofria

Com o capeta.

Seguiu cansado

Muito estressado

Caiu de novo...

Todo ensopado,

No vão da chuva

Resfolegado...

Logo emergiu,

Quase afogado.

Já é Natal!

De jingle bells!

Papai Noel

Estava ao léu!

Pediu socorro

Ao transeunte

Morto de fome

Pediu por Beirute...

Mas na tamanha

destruição

Já não havia

Sequer fogão!

Pedido feito

Por Santa Clauss

Nunca se nega

Pois é Natal.

Alguém lhe deu

Batata frita

Pela avenida

Tão poluída.

Agradeceu

A comunhão

Pois é Natal

De união...

Gente sofrida

Sem ter guarida

Papai Noel

Nem acredita!

Seres tão pobres

Ali no chão

Ainda podem

Ter emoção.

Já é Natal

De jingle Bells...

Mais que preciso

Olhar ao céu!

Papai Noel

Nesse cordel

Também sentiu

Tempos de fel:

Pediu xarope:

Limão com mel!

Porque tossiu

Em “coff coff”

Ninguém nem viu!

Nenhum suporte...

À vida ida

Pela fumaça

De toda droga

Ali plantada:

Quanta desgraça!

Teve bronquite,

Pneumonite...

Também rinite

Com sinusite.

Entristecido

Olhou pro saco...

Já tão vazio

Inda furado!

Não tinha ali

Nenhum vintém!

Decerto foi

Pro saco de alguém...

Nenhum remédio

Do mais barato!

Papai Noel

Perdeu o saco.

Então caiu

Em depressão

Ali ninguém

Lhe deu a mão.

Não tinha médico

De prontidão

Para auscultar

Sua solidão.

Já é Natal!

De jingle bels!

Papai Noel

Olhou pro céu...

Estava longe

Quase invisível

Seu horizonte

Muito intangível...

Mas se é Natal

Tudo e possível

Acontecer:

O ininteligível!

Papai Noel

Teve uma ideia:

Melhor fugir

Da Pauliceia,

A desvairada.

Em panacéia

Sentiu-se gente...

Mesmo em quimera.

Cá assustado

Nada contente

Com seus iguais

Num mundo indecente!

Mas se é Natal

De Jingle bels...

Papai Noel

Rogou ao céu.

E num milagre

De Santa Clauss

Cuidou do mundo

Tão desigual...

Papai Noel

Voltou ao céu...

A olhar de longe

Seu mundo ao léu.

Tempos difíceis...

Só um milagre:

Nos corações

Da humanidade.

Já é Natal, o de jingle bells ...

Papai Noel

Está no céu

De prontidão

Em oração.

A nos mandar

A grande Luz

Ao que convém:

A que conduz...

A nos salvar.

Anjo do além...

Nos manda a Estrela:

A de Belém.

Porque é Natal...

De jingles Bells!

A paz do céu

Ao mundo,

Amém.