MAIS UM SONHO DE NATAL
Hoje, eu queria poder ter o brilho dos seus olhos verdes a me guiar pelas veredas do saber, assim como as suas mãos para afagar as "molinhas" dos meus cachos negros.
Hoje, eu queria abrir meu presente de Natal e sorrir para seu rosto cansado e lindo, tão puro. Queria oferecer-lhe a minha mais linda poesia, provavelmente, a única que nunca consegui fazer, e cantar as músicas que você gostava de ouvir.
Queria, hoje, abrir a janela e encontrar meu sapatinho cheio de presentes e luz. E, queria também, poder afagar seus cabelos e sentir o perfume, inconfundível da sua presença.
E depois disso, comeríamos as castanhas de que você tanto gostava, e eu, lhe serviria um pedaço da torta de pêssego, que eu teria feito para você.
Mas é apenas mais uma noite, e eu queria então ao menos sonhar. Sonhar com você !
Nota: Minha rosa perfumada, que efêmera como todas as rosas, me deixou muito cedo.
É dezembro de 1978 - meu primeiro e pobre natal do resto de minha vida sem mamãe.