AS CASTANHA DA CEIA

(Por: Mirah)

Num diantô recramá
Nem au menu eu chorá;
Pro Natar ficá bacana
Eu vô levá as castanha.

A receita é bem gostosa
nem custuma havê retorno;
Pras castanha num pesá
Tem qui assá é nu forno.

Pra cumpanhá u Peru
ou juntá cum as linguilça
As castanha di Natar
tira inté suas preguilça.

As castanha di Natar
tem uma grande  sustança
Faiz muito bem ao coração
i aumenta a buzanfa.

TÔ CHEGÂNO CUM A PINGA

(Por: Pedrinho Goltara)

O Natá já vêm chegâno

É munto grândi a animação

Nós vamos comemorâno

Cum as irmãs e os irmão

A sêia munto boa vai sê

Tem de bebê e de cume

E apetiti num farta não!

Chego filiz o Airão Ribêro

Já cum a lingüiça na mão

Catulo vêi bem ligêro

Mostrâno um peruzão

Prezunto é com Hull de La Fuente

A Mirah munto contênti

Mostra castanha de montão!

A Rose Tunala de Caxuêro

Apresenta sua rabanada

A Milla já senti o chêro

E qué fazê a misturada

Peru, lingüiça e prezunto

Ponha isso tudim junto

E dá uma esprimentada!

Eu apareço cum litrão

Daquela “coisa boa” e mardita

Milla Perêra com um zoião

Já pula igual cabrita

Essa cachaça é arretada

Deixa as muié invocada

E a festa inda máiz bunita!

Essa é a confraternizassão

Do seistêto do Recanto

Que cunvida os irimão

Que nus prestigia tanto

Essa ceia que é natalina

É uma festa que só termina

Quâno o galo pará o canto!

A RABANADA DE ROSE

(Por: Rose Tunala)

Já punhei meu avental
Vô diretu pra cozinha
Prepará algu ispecial,
Pois num vô ficá sozinha
Nessa noiti di natal
Pra num ficá tristinha.
 
Já incomendei us pão
Tomém us ovus i as canela
Tem açuca di montão
Dentru da minha tigela.
Preparei as emoção
Pra essa data tão bela.
 
Vô avizanu pru Pedrim
Prá num cume muito não
Pois ele já ta véim
Podi atacá us coração,
Mais cume só um cadim
Num é muito fácil não.
 
Vô fazê as rabanada
Colocanu todu amô,
Vai ficá bem caprixada
Pru sabiá cantadô
I num vai sobrá é nada
Praquele tal seu dotô.
Vô fazê é um montão,
Ainda tem Milla e Mirah.
Ai meu são Sebastião
Assim minha cuca pira
Num vô saí Du fugão
Nessi natal caipira.
 
Inté Catulu vai cume
I falá di boca cheia,
A mãe Hull vai dizê
Qui essas coisa é muito feia
Mais num vai si aborrecê
Incantada cu’as lua cheia.