Crenças infantis - Papai Noel e Anjo da Guarda

Prólogo:

Igual a toda criança fui criado acreditando no Anjo da Guarda, no bicho papa-figo (bicho-papão), na crença de que ao ver uma estrela cadente era bom fazer um pedido, na autoridade dos pais, no respeito aos mais velhos, na santa igreja católica, no Papai Noel.

No mês de dezembro, todos os anos, eu cria na possibilidade merecida pela comprovada inocência ser possível encontrar o velhinho sorridente Papai Noel e das mãos dele receber algum brinquedo brilhante, colorido e barulhento.

Seria ótimo se todos crêssemos, ainda, mesmo depois de adultos, nessa figura lendária e tão representativa da caridade. Não. Em absoluto isso acontece. Todos estamos assistindo a banalização da violência contra tudo e todos, mormente contra as mulheres, idosos e crianças.

O grau de sociabilidade dos humanos está irremediavelmente comprometido pela cupidez, pela degradação familiar, pela perda da referêcia mais correta, pelo desrespeito ao próximo, às tradições, aos sentimentos religiosos, à natureza, aos animais.

Hoje mais do que nunca, na derrocada da urbanidade, decadência ou falência dos que se dizem humanos existe o ódio infundado. Em tudo isso há a complacência da sociedade desnorteada, anestesiada, sem força, esfacelada em seus brios.

O show de um espetáculo é a violência banalizada. As ações brutais dos ataques dos torcedores aos policiais, que não podem atirar com projéteis mortíferos, árbitro e bandeirinhas - aconteceu recentemente em Curitiba - são rompimentos não esperados das regras que comandam o encontro esportivo (um confronto competitivo, no qual todo mundo sabe que vai haver alegria e decepção) e a vida social em geral.

Nesse sentido, a violência surge como os mensalões: uma clara ruptura das normas aceitas do bom senso e do razoável. Desse ponto de vista, a violência equivale ao acidente, ao inesperado e ao não previsto.

A impunidade no Brasil pode ser analisada sobre dois aspectos: (a) o fato de que o torcedor se pensa como anônimo e inimputável porque ele age como parte de um grupo sem fronteiras (uma torcida) e não como um indivíduo ou pessoa responsável; e (b) ele sabe que o futebol não é algo tão sério quanto uma fábrica, de modo que sua reação extremada não seria levada com o mesmo teor de seriedade se fosse em outro lugar (China - Por exemplo).

A impunidade geral contribui como um grande pano de fundo, porque ela causa grande revolta e é enorme violência contra quem é cidadão de bem que não vê os criminosos serem processados, condenados e punidos.

Os torcedores agiram em grupo e perceberam que a polícia estava em menor número. Se houvesse mais policiais (4 para 1), os vândalos teriam, provavelmente, se intimidado. Se a polícia tivesse agido com mais rigor e disciplina, utilizando armas mais intimidativas (não precisava ser um lança-chamas), formando uma linha, eles provavelmente teriam recuado.

Valeu o proibido proibir que faz parte da nossa ideia errônea segundo a qual numa democracia tudo é possível e o povo tudo pode... até agredir ostensivamente a quem, por dever de ofício, trabalha em prol da ordem. Ao vilipêndio as autoridades constituídas e corrompidas dão o arremate a anarquia generalizada.

Caso alguns leitores queiram saber como lidar com a anarquia é só ler um pouco sobre o protesto na Praça da Paz Celestial (Tian'anmen) em 1989, mais conhecido como Massacre da Praça da Paz Celestial, ou ainda Massacre de 4 de Junho que consistiu em uma série de manifestações lideradas por estudantes na República Popular da China, que ocorreram entre os dias 15 de abril e 4 de junho de 1989, tendo sido debelada com a energia e rigor somente repudiada pelos anarquistas e representantes dos direitos humanos.

Sem mais delonga entrarei na parte contextual que é tema de meu atual escrito. Quem quiser saber mais detalhes sobre a violência é só ler o texto "Por que o crime compensa?" que foi publicado aqui no Recanto das Letras e é o campeão de acessos entre os meus devaneios.

Quando criança eu não sabia, mas os meus diletos leitores têm o direito de saber para poder informar aos seus familiares, amigos, filhos, netos e bisnetos algo mais sobre o bondoso velhinho que jamais conheci na minha inquieta e pobre infância.

O Papai Noel: origem e tradição.

Estudiosos afirmam que a figura do bom velhinho foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu na Turquia em 280 d.C. O bispo, homem de bom coração, costumava ajudar as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas próximas às chaminés das casas. Foi transformado em santo (São Nicolau) após várias pessoas relatarem milagres atribuídos a ele.

A associação da imagem de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em pouco tempo.

Curiosidade: o nome do Papai Noel em outros países.

- Alemanha (Weihnachtsmann, O "Homem do Natal"), Argentina, Espanha, Colômbia, Paraguai e Uruguai (Papá Noel), Chile (Viejito Pascuero), Dinamarca (Julemanden), França (Père Noël), Itália (Babbo Natale), México (Santa Claus), Holanda (Kerstman, "Homem do Natal), Portugal (Pai Natal), Inglaterra (Father Christmas), Suécia (Jultomte), Estados Unidos (Santa Claus), Rússia (Ded Moroz).

Até o final do século XIX, o Papai Noel era representado com uma roupa de inverno na cor marrom ou verde escura. Em 1886, o cartunista alemão Thomas Nast criou uma nova imagem para o bom velhinho. A roupa nas cores vermelha e branca, com cinto preto, criada por Nast foi apresentada na revista Harper’s Weeklys nesse mesmo ano.

Em 1931, uma campanha publicitária da Coca-Cola® mostrou o Papai Noel com o mesmo figurino criado por Nast, que também eram as cores do refrigerante. A campanha publicitária fez um grande sucesso, ajudando a espalhar a nova imagem do Papai Noel pelo mundo.

Papai Noel no trenó e suas renas.

Ainda hoje a figura do Papai Noel está presente na vida das crianças de todo mundo, principalmente durantes as festas natalinas. É o bom velhinho de barbas brancas e roupa vermelha que, na véspera do Natal, traz presentes para as crianças que foram obedientes e se comportaram bem durante o ano. Ele habita o Pólo Norte e, com seu trenó, puxado por renas, traz a alegria para as famílias durante as festas natalinas.

As antigas comemorações de Natal costumavam durar até 12 dias, pois este foi o tempo que levou para os três reis Magos chegarem até a cidade de Belém e entregarem os presentes (ouro, mirra e incenso) ao menino Jesus.

Atualmente, as pessoas costumam montar as árvores e outras decorações natalinas no começo de dezembro e desmontá-las até 12 dias após o Natal.

Do ponto de vista cronológico, o Natal é uma data de grande importância para o Ocidente, pois marca o ano 1 da nossa História.

Finalizo este texto dando um conselho aos pais:

Mantenham a tradição! Façam seus filhos acreditarem não apenas nos valores familiares, na Pátria, no Anjo da Guarda, mas também no Papai Noel como o símbolo da fraternidade, do amor que se compraz com a felicidade alheia.

Uma das missões dos pais é ensinar os filhos a respeitar a natureza, as mulheres, as pessoas idosas, os animais, as culturas religiosas. Agindo assim, no futuro, teremos uma sociedade responsável e consciente.

Mais do que um conselho, neste mês natalino, esta é minha sincera opinião. Afinal de contas é no mês de Natal em que comemoramos o nascimento de Jesus Cristo e reverenciamos a cultura popular e crenças infantis - Papai Noel e Anjo da Guarda.