ETERNOS NATAIS
Os Natais de hoje não são como os da minha infância quando meus olhos ingê-nuos aguardavam Papai Noel e brilhavam ao receber um simples brinquedo. A família reunida, o cheiro de panetone caseiro, o colorido dos enfeites nas árvores naturais.
Aos poucos, a magia foi se consumindo... Família dispersa, árvores artificiais, ceias industrializadas, presentes caros, mas que não despertavam a mesma euforia.
Os entes queridos, um a um, se despediram, seguindo novos caminhos, habitando outra dimensão. E eu, em plena festa, trancava a alegria e, por alguns instantes, me sentia muito só.
Esta noite, porém, o céu se abre com um brilho especial. Os astrólogos confirmam a conjunção de planetas. Eu prefiro acreditar na força que vence o breu. Ela sussurra o segredo da vida, que pulsa apenas no presente como dádiva do Amor Divino.
Só agora eu percebo que o tempo que eu desperdicei me lastimando foram mo-mentos a menos em que eu poderia estar feliz.
E eu sorrio, tola, e respiro a beleza ao meu redor.
Meu coração bate forte, esquece a saudade e compartilha a esperança.
Os Natais que eu já vivi se eternizaram em minha alma...
Outros mais hão de vir, cada qual com sua história.
Muitos sonhos ainda me encantarão, e eu nem penso em recusá-los.
Se o Universo me concede nova chance, por que não aproveitá-la?