REMINISCÊNCIAS NATALINAS
Nadir A. D’Onofrio
 

Que saudade dos Natais
vividos na minha, infância!
Quando meu velho Pai em casa chegava
trazendo o esperado, pinheirinho!
Para que minha mãe e eu o decorássemos.

Consigo sentir, ainda, o aroma que da árvore emanava!
Não satisfeita meu, nariz, entre os galhos colocava,
com avidez sorvia o perfume...
Sem compreender que, através desse ato
em minha, memória eu o perpetuava!

Recordo-me da primeira vez
que a pequenina, árvore foi iluminada!
Mal anoitecia eu no jardim estava,
hipnotizada, admirando as luzes que para mim piscavam...
Dias passando, pinheirinho secando, perfume acentuando!

Ao repicar os sinos da matriz na Grande Noite,
com luar ou temporal, trajava-me com vestido especial
Confeccionado, caprichosamente por minha mãe,
com fervor a Missa do Galo assistia.
Ceia em casa não havia, só, almoço em família...

Na expectativa de adormecer
Minha última, oração fazia
lembrava ao bom, velhinho,
que naquela noite as luzes, não se apagariam...
Que na janela teria um sapatinho,
Com gramas, para suas renas, famintas.

Confiante... alegre, adormecia!
Alguns Natais foram felizes,
outros profundamente, tristes...
Das desilusões... amargas lembranças guardei...
Mesmo querendo, não dá para esquecer!

Só que os felizes momentos que vivi,
Em preciosidades transformei.
Cuidadosamente em porta jóia guardei.
Quando a saudade em meu, coração, bate...
Refugio-me no sótão das boas recordações.

Tento assim amenizar minha dor!
Procuro nesse momento, uma prece fazer
Elevando o pensamento com, amor, aos protagonistas,
dos atos mais importantes da minha história,
Meus queridos pais!

18/11/2004
Santos/ SP
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