Natal Não é Assim Não
todo mundo está pensando
que este negócio de natal
é assim;
não é assim, não!
é um negócio complicado
que a gente não pode
deixar de ir carregando;
dor e alegria
acabam se misturando.
dá dor ao pensar,
mas tem
saint paul pra rezar.
vira pra cá,
vira pra lá,
a gente se envolve
na coisa, e acaba igual
árvore
bem iluminada,
por luzes, ora ferrenhas
de tristes,
com pequenos rasgos
de alegria,
numa mistura letal.
é porque,
porque é,
é assim:
eu não posso
rir de largar,
mas
eu me deixo,
lentamente,
chorar.
fatos à parte
natal é festa !
congraça daqui,
abraça de lá,
mas, lá no fundo,
imediatamente. eu
volto ao passado
carregado de brumas
e poucos raios de sol.
pô!o ser humano
tem lá suas
desvantagens,
e acontece quase
todos os dias
do ano:
você bate de
fraqueza, ou
também é
julgado por
pensada
banida saudade.
no natal piora,
são beijos,
abraços,
querências
dos feitos.
como dizer:
no natal
você é tudo
você é nada.
mas,
nesta história,
que não quero
alongar,
pois tudo é festa,
muito categórica,
não posso
de deixar de ir
pro canto,
escondido das raízes
da alma, e chorar
de manso.
choro pelo pai
que se foi,
pela mãe bordada
de ausência que
partiu,
e pelo irmão,
precoce,
atropelado pela
eternidade.
por isso
natal é tudo
isso
e não é nada
disso, não.
natal é alegria,
tem remoros
e muita festa.
mas tem também
um pouquinho
de dor,
daqueles que
eram nossos
e foram brincar
de eternidade
com deus.