O general ao lado do presidente
O general tão sabiamente anunciou a vitoria da liberdade. Afirmou que o Brasil seria salvo de todas as mazelas, da sordidez e das ideologias extremas. O país nada entendeu, o medo era tanto, o caos era tão grande que não se podia mais pensar no que dissera o general. Passaram-se algumas décadas, o general voltou ao poder. Tinha outro primeiro nome e o povo continuava no caos, mas agora pelo menos brindava nos fins de semana um bom gole de vinho branco vendido na padaria antiga, tradicional, de décadas atrás. O vinho foi oferecido por um não-se-sabia-quem e distribuído à revelia do general e depois aquiescência despreocupada porque ao general foi -lhe concedido por não-sei-quem permanecer no poder por mais décadas, olhando o povo bebendo vinho. Não se deu conta porem que haviam trocado a marca do vinho. O general quando se apercebeu teve que descer pra perguntar. Acabou o vinho antigo? O homem da padaria que servia o povo disse que não se serve vinho novo em odres velhos. Pois se rompem os odres, senhor general! O general não entendeu a figura de linguagem ou sei lá o que era aquilo, refletia o general. Voltou ao poder, o povo bebia o vinho com um sabor bem melhor.