Sacripanta!
Pecava muitas vezes, e muitas vezes, prostrado, confessava seus pecados. Ensinou doutrinas e escreveu livros. Seus personagens reais, em diversos momentos, deixam pingar, gotas de lágrimas no papel, e viajam em nuvens roxeadas, carregadas de paixão suor e medo. Não escreveu autobiografia. E nenhum personagem é alter ego seu, embora, cada um deles carregue no DNA uma partícula daquele que o criou.
Pecador...Confessava e voltava a pecar novamente, e assim também pecaram seus personagens porque, o todo está na parte, e a parte está no todo, como grão de areia, que um dia se tornará pedra, ou uma pedra que transformará em grão de areia. Ele fala pelos leitores, e com os fiéis leitores, por meio deste ou daquele personagem, nesta ou naquela situação levantada.
Alguns atiram-lhe Pedras. Outros dizem: santo, santo. Nunca três vezes santo. Há os que não se interessam em saber por onde andou o peregrino. Mandam-no, por antecipação, direto para o céu, ou lhe desejam o infortúnio do mais profundo abismo mais, pois, ele fala do pecado coletivo, como se fosse seu. Muitos foram os que o importunaram com admoestações: ‘ Padre fumante? Vai para o inferno se não parar de fumar, de resto, ainda leva seus seguidores. Tem muitos produtos tóxicos no cigarro... e isso é provocar suicídio...’
O padre sabia que cada cigarro contém mais de 4700 substâncias tóxicas... E pensava em alto e bom tom: "Não sou analfabeto." E exibia um maço de cigarros em que, por força de Lei, estava impressa a informação sobre os perigos do tabagismo.
Acrescentava de sua parte: Devo processar o Estado pela informação, que obriga o fabricante apresentar provas contra si mesmo? Ou pelo mal que elas provocam em todo meu ser físico e espiritual? Vibrações capturadas por qualquer um dos cinco sentidos agem positiva, ou negativamente, tanto no corpo quanto no espírito. Então, devo processar o governo por obrigar-me a absorver imagens horrendas de dor, sofrimento, e morte que ele mandou estampar nas embalagens dos produtos que consumo?
A palavra mata e língua também faz muito mal. Nem por isso deve ser jogada fora. Quando a Sagrada Escritura recomenda arrancar a língua e jogá-la fora, trata-se de uma figura de linguagem — o todo pela parte— Deve-se, portanto arrancar o mal, não a língua. Queres admoestar o irmão? Limpa-te primeiro. Depois vai lavar o teu irmão. Esta é a verdade. E que é a verdade, senão uma pedra de tropeço para a mentira? Que é a mentira, senão a verdade que não pode ser dita. A mentira é também uma pedra, que a serpente colocou no caminho, para impedir o homem de se encontrar com Deus. Chanana ouviu atenta a reflexão que Davi fazia a respeito deles mesmo.
— O Deus que tudo vê. Tudo pode perdoar.
— Não importa o que dizem os homens. Creio que nossa abstinência agrada a Deus.
E sorriu. E chanana chorou.
— Ah, meu Deus! Os males que me roem não dormem. Zombam de mim o sorriso dos jovens, e os anciãos me atiram pedras.
— Isso é uma confissão? Não posso mais exercer o sacerdócio.
— Não me faças rir.
— Rir de quê? Estamos em iminente risco de um acidente aéreo.
— Rir da falsa gravidez que me levou a passar pelo vexame de uma confissão.
— Chega de extremismo: Tudo é pecado... Nada é pecado. O confronto derradeiro entre os extremos se dará no juízo final. Até lá, prevalecerá a virtude que deve estar centrada no amor.
***
Trecho de "Estrada sem fim..."
Contato: adalbertolimapoetadedeus@gmail.com
Pecava muitas vezes, e muitas vezes, prostrado, confessava seus pecados. Ensinou doutrinas e escreveu livros. Seus personagens reais, em diversos momentos, deixam pingar, gotas de lágrimas no papel, e viajam em nuvens roxeadas, carregadas de paixão suor e medo. Não escreveu autobiografia. E nenhum personagem é alter ego seu, embora, cada um deles carregue no DNA uma partícula daquele que o criou.
Pecador...Confessava e voltava a pecar novamente, e assim também pecaram seus personagens porque, o todo está na parte, e a parte está no todo, como grão de areia, que um dia se tornará pedra, ou uma pedra que transformará em grão de areia. Ele fala pelos leitores, e com os fiéis leitores, por meio deste ou daquele personagem, nesta ou naquela situação levantada.
Alguns atiram-lhe Pedras. Outros dizem: santo, santo. Nunca três vezes santo. Há os que não se interessam em saber por onde andou o peregrino. Mandam-no, por antecipação, direto para o céu, ou lhe desejam o infortúnio do mais profundo abismo mais, pois, ele fala do pecado coletivo, como se fosse seu. Muitos foram os que o importunaram com admoestações: ‘ Padre fumante? Vai para o inferno se não parar de fumar, de resto, ainda leva seus seguidores. Tem muitos produtos tóxicos no cigarro... e isso é provocar suicídio...’
O padre sabia que cada cigarro contém mais de 4700 substâncias tóxicas... E pensava em alto e bom tom: "Não sou analfabeto." E exibia um maço de cigarros em que, por força de Lei, estava impressa a informação sobre os perigos do tabagismo.
Acrescentava de sua parte: Devo processar o Estado pela informação, que obriga o fabricante apresentar provas contra si mesmo? Ou pelo mal que elas provocam em todo meu ser físico e espiritual? Vibrações capturadas por qualquer um dos cinco sentidos agem positiva, ou negativamente, tanto no corpo quanto no espírito. Então, devo processar o governo por obrigar-me a absorver imagens horrendas de dor, sofrimento, e morte que ele mandou estampar nas embalagens dos produtos que consumo?
A palavra mata e língua também faz muito mal. Nem por isso deve ser jogada fora. Quando a Sagrada Escritura recomenda arrancar a língua e jogá-la fora, trata-se de uma figura de linguagem — o todo pela parte— Deve-se, portanto arrancar o mal, não a língua. Queres admoestar o irmão? Limpa-te primeiro. Depois vai lavar o teu irmão. Esta é a verdade. E que é a verdade, senão uma pedra de tropeço para a mentira? Que é a mentira, senão a verdade que não pode ser dita. A mentira é também uma pedra, que a serpente colocou no caminho, para impedir o homem de se encontrar com Deus. Chanana ouviu atenta a reflexão que Davi fazia a respeito deles mesmo.
— O Deus que tudo vê. Tudo pode perdoar.
— Não importa o que dizem os homens. Creio que nossa abstinência agrada a Deus.
E sorriu. E chanana chorou.
— Ah, meu Deus! Os males que me roem não dormem. Zombam de mim o sorriso dos jovens, e os anciãos me atiram pedras.
— Isso é uma confissão? Não posso mais exercer o sacerdócio.
— Não me faças rir.
— Rir de quê? Estamos em iminente risco de um acidente aéreo.
— Rir da falsa gravidez que me levou a passar pelo vexame de uma confissão.
— Chega de extremismo: Tudo é pecado... Nada é pecado. O confronto derradeiro entre os extremos se dará no juízo final. Até lá, prevalecerá a virtude que deve estar centrada no amor.
***
Trecho de "Estrada sem fim..."
Contato: adalbertolimapoetadedeus@gmail.com