A noite cai como uma sentença, e novo dia se levanta, no berro do boi; no galo que canta, na galinha que cacareja e no enxadeiro que pranteia: Nesta sequidão medonha, o que se semeia, nem tudo dá. Há pouca água nos rios e nem frio faz mais como nos tempos de outrora em Minas Gerais. O pasto é pouco. A fome tem pressa de chegar. É hora de levar a boiada por um caminho sem volta.
Tudo acertado com o patrão, começa a jornada de boi rumo ao calvário. Cavalos e cavaleiros conduzem a vítima de propiciação. Evem o boi olhando o pasto, a solta, o bezerreiro e a casinha de curral. Tudo fica para trás. Saudade da vaca apartada da cria. Em logo, ela entrará o cio... Vem a saudade incendeia o coração do boi. Lá vai o boi pela estrada da vida... Ninguém reconhece sua lida nem quer contar sua história; conversa de boi fica no ar. E cai como uma sentença sobre sua cabeça. O boi chora. E lamenta: “Vida boa de gato. Gato de hotel só come e dorme. Ronrona sem parar. Nada mais ele faz além de dormir e sonhar. Capaz! Vida boa é de gato.”
***
Adalberto Lima, trehco de "Estrela que o vento soprou."
Tudo acertado com o patrão, começa a jornada de boi rumo ao calvário. Cavalos e cavaleiros conduzem a vítima de propiciação. Evem o boi olhando o pasto, a solta, o bezerreiro e a casinha de curral. Tudo fica para trás. Saudade da vaca apartada da cria. Em logo, ela entrará o cio... Vem a saudade incendeia o coração do boi. Lá vai o boi pela estrada da vida... Ninguém reconhece sua lida nem quer contar sua história; conversa de boi fica no ar. E cai como uma sentença sobre sua cabeça. O boi chora. E lamenta: “Vida boa de gato. Gato de hotel só come e dorme. Ronrona sem parar. Nada mais ele faz além de dormir e sonhar. Capaz! Vida boa é de gato.”
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Adalberto Lima, trehco de "Estrela que o vento soprou."